Economia

Inclusão Feminina na Indústria da Construção Civil Brasileira: especialista fala sobre abertura de novas oportunidades

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Historicamente, a construção civil no Brasil tem sido um setor predominantemente masculino. O estereótipo de que o trabalho na construção é físico e masculino impediu muitas mulheres de ingressar na profissão. Porém, nas últimas décadas, esse cenário tem mudado. Pode-se dizer que esta transformação não apenas diversifica o setor, mas também traz novas perspectivas e habilidades para um mercado em expansão.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a participação de mulheres na construção civil brasileira aumentou de 7,5% em 2010 para cerca de 9,7% em 2022. Em números absolutos, isso representa aproximadamente 250 mil mulheres trabalhando no setor em 2022, em comparação com cerca de 150 mil em 2010.

Sobre este assunto, conversamos com uma especialista no mercado global de construção, com mais de 20 anos de experiência. Ana Paula Prazeres Gomes, brasileira, negociadora internacional com ampla experiência na gestão de matérias-primas para a indústria de cimento, incluindo Planejamento Estratégico e Financeiro, afirma que sim, nos últimos anos, a participação feminina na construção civil tem aumentado.

Segundo a profissional, existem alguns fatores que são contribuintes para essas mudanças no setor, entre eles podemos citar a política de inclusão. Ana afirma que nos dias atuais, muitas empresas têm adotado políticas de inclusão e diversidade, promovendo ambientes de trabalho mais acolhedores para mulheres.

“Além disso, programas de treinamento e educação têm sido criados para preparar mulheres para papéis técnicos e de liderança na construção civil. Instituições como o Senai e o Senac, por exemplo, oferecem cursos especializados que atraem um público feminino crescente”, acrescenta a especialista da área.

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Ana é uma executiva sênior com ampla experiência na gestão de P&L de Unidades de Negócios, abrangendo Planejamento Estratégico e Financeiro. Especialista no mercado global de construção, ela acumula mais de 20 anos de experiência na área comercial. Seu histórico inclui nove anos no setor químico americano, nove anos em diversas unidades da Saint-Gobain, e mais de quatro anos em unidades da Holcim, sendo os últimos dois anos sediada na unidade de Miami, EUA. Ana é reconhecida por sua expertise em liderança, desenvolvimento, treinamento e qualificação profissional.

Sobre o assunto, a especialista ainda aumenta que a ampliação do acesso à educação técnica e superior para mulheres tem contribuído para formar profissionais altamente qualificadas, prontas para ocupar posições estratégicas e operacionais. “Além disso, políticas de diversidade adotadas por empresas de construção estão ajudando a criar um ambiente mais inclusivo e acolhedor para as mulheres”, inclui.

Durante seu tempo na Saint-Gobain, Ana foi a única gerente comercial entre quatro colegas homens. Ela era responsável pelo P&L, definição de estratégias e gestão de clientes no setor de construção civil. Sua atuação incluiu o impulsionamento das vendas de produtos inovadores, segmentação de canais e reestruturação de equipes comerciais. Ana também estabeleceu uma parceria sólida com o marketing para assegurar a presença da marca em todo o território nacional.

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Os benefícios das mulheres participarem deste setor são inúmeros e tem mostrado resultados positivos em vários aspectos. De acordo com estudos, equipes diversificadas são mais inovadoras e produtivas. Além disso, a inclusão de mulheres pode ajudar a criar um ambiente de trabalho mais colaborativo e a melhorar a reputação das empresas que adotam essas práticas.

“Apesar dos avanços, ainda existem desafios. A disparidade salarial entre homens e mulheres continua sendo uma realidade em muitos casos. Além disso, o assédio e a discriminação de gênero são problemas que ainda precisam ser abordados de maneira eficaz. A necessidade de criar políticas que apoiem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, como licenças-maternidade e horários flexíveis, também é fundamental para que mais mulheres possam ingressar e permanecer no setor”, complementou Ana.

Atualmente, a especialista atua como Gerente de Trading na Holcim Trading Inc. nos EUA, sendo responsável pelos negócios com Brasil, Chile, República Dominicana, Canadá e Estados Unidos. Ana lidera a negociação e execução de contratos de vendas das principais matérias-primas para a indústria de cimento, incluindo clínquer, escória, bauxita, cimento branco, anidrido e gesso, tanto para terceiros quanto para empresas do grupo.

Com isso, Ana mantém um relacionamento contínuo com diversas equipes de apoio, como Operações, Chartering, Jurídico, Finanças, Estratégia e Desenvolvimento, além de trabalhar em parceria com especialistas técnicos e profissionais de outras áreas.

Sobre o futuro das mulheres na construção civil, Ana tem o seu ponto de vista. “O futuro promete ainda mais avanços na inclusão de mulheres na construção civil.

Com o apoio contínuo de políticas públicas, iniciativas privadas e mudanças culturais, é provável que vejamos um aumento significativo da presença feminina em todos os níveis do setor, desde a operação de máquinas até a gestão de grandes projetos de infraestrutura”, acrescenta.

A verdade é que a inclusão de mulheres na construção civil não beneficia apenas o setor, mas também tem um impacto positivo na sociedade como um todo. Aumentar a participação feminina em uma das indústrias mais importantes do país pode contribuir para a redução da desigualdade de gênero, aumentar a renda familiar e promover o desenvolvimento econômico sustentável.

Em conclusão, a abertura do mercado de trabalho para mulheres na indústria da construção civil é uma tendência global em crescimento, com o potencial de gerar mudanças significativas tanto no setor quanto na sociedade.

“Pensando neste setor em crescimento, o sucesso e a ampliação desse movimento dependem do compromisso coletivo em criar ambientes de trabalho inclusivos, seguros e igualitários, onde as mulheres possam participar plenamente e desenvolver todo o seu potencial”, finaliza Ana.

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