Nos últimos dias, um homem e uma mulher ficaram em prisão preventiva por serem suspeitos de dezenas de burlas por Mbway no distrito de Santarém.
No domingo, a PSP deteve em Abrantes uma mulher de 23 anos por ser suspeita de “várias dezenas” de burlas informáticas e, após ter sido presente em tribunal, ficou em prisão preventiva
As burlas informáticas eram praticadas em plataformas de venda ‘online’, indicou o Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP), em comunicado, referindo que a suspeita já foi condenada no ano passado a cinco anos de pena suspensa, “precisamente pelo mesmo crime e após burlar 37 vítimas”.
De acordo com a PSP, a detenção da mulher ocorreu no âmbito de um processo de inquérito, em que se verificou que o seu modo de atuação passava pela “criação de anúncios de venda de produtos ou de imóveis para arrendamento” que não possuía e que nunca chegavam às mãos dos interessados, estes últimos que acabavam por ser vítimas de burlas informáticas.
“A sua conduta criminosa foi finalmente cessada por parte dos polícias da Divisão de Investigação Criminal de Lisboa, que a detiveram no dia de ontem [domingo] na cidade de Abrantes, com mandado de detenção emitido por Autoridade Judiciária”, afirmou a polícia, adiantando que a detida foi constituída arguida e sujeita a termo de identidade e residência, mas após ter sido presente em tribunal, para primeiro interrogatório, ficou sujeita à medida de coação mais gravosa: prisão preventiva.
Em Santarém, no dia 4, um homem de 36 anos foi interrogado pelo Ministério Público, indiciado pela prática de 42 crimes de burla informática e nas comunicações, nove crimes de burla informática e nas comunicações qualificada, 51 crimes de falsidade informática, um crime de branqueamento e um crime de associação criminosa.
O arguido foi detido na sequência da emissão pelo Ministério Público de mandados de detenção fora de flagrante delito. Segundo o MP, resultava fortemente indiciado dos autos que o arguido assumia a liderança de um grupo que, atuando concertadamente e em comunhão de esforços e intentos, gizou um plano para se apropriar de quantias em dinheiro, com recurso ao uso fraudulento da aplicação Mbway. Esse grupo aproveitava-se do desconhecimento das vítimas sobre o modo de funcionamento da aplicação Mbway para se apropriar indevidamente de valores monetários àquelas pertencentes.
O grupo atuava de forma organizada, como distribuição de tarefas entre os vários elementos, desde data não concretamente apurada, a partir de outubro de 2019.
Considerando a gravidade dos factos indiciados, foram alegados pelo Ministério Público os perigos de perturbação da ordem e tranquilidade pública, de fuga, de perturbação do decurso do inquérito e de continuação da atividade criminosa e promovida a aplicação da medida de coação de prisão preventiva, medida essa que foi decretada pelo Tribunal de Instrução Criminal de Santarém.
O inquérito prossegue termos na 2ª Secção do DIAP da Comarca de Santarém, com a investigação a cargo da Polícia Judiciária.