Através do programa Compete, a União Europeia vai financiar a construção do novo hotel Vila Galé em Tomar com 1 milhão e 342 mil euros. O investimento global previsto é de 9 milhões e 755 mil euros.
O alvará de construção da câmara foi emitido a 5 de maio de 2022 e as obras começaram pouco depois, sendo 18 meses o prazo previsto para a sua conclusão.
Segundo os dados do projeto, são 8.876 m2 de área de construção distribuídos por três pisos acima da cota de soleira.
Trata-se de uma unidade hoteleira de 4 estrelas, com cerca de 100 quartos, restaurante, bar, Satsanga Spa & Wellness, piscina exterior e um salão de convenções para mais de 200 pessoas, duas salas de reuniões, jardim exterior e estacionamento.
Vai ocupar o Convento de Santa Iria e o antigo colégio feminino, junto ao rio Nabão, imóveis vendidos em setembro de 2019 pela câmara de Tomar ao grupo Vila Galé, por 700 mil euros.
Este grupo hoteleiro é atualmente responsável por 37 hotéis: 27 em Portugal e 10 no Brasil.
Foi, é, e será um excelente negócio para todos os envolvidos. Poderão alguns críticos acusar a câmara municipal de ter vendido ao desbarato. Essa não é a minha opinião. Os 700.000 euros envolvidos na transacção poderão parecer uma ridicularia, mas eu penso que se a câmara não ganhou na venda, ganha na alienação de um bem degradado e sem futuro para o qual se antevê uma excelente mais-valia no sentido em que vem reforçar o parque hoteleiro da cidade, criar postos de trabalho directos e indirectos, e concorrer para o abaixamento do desemprego está zona.
Depois do desaparecimento do parque industrial, Tomar entrou numa situação de depressão sócio-económica que urge ultrapassar. Se os tempos actuais mandam que se enverede pelo terciário, então que se siga por essa via. Não nos podemos dar ao luxo de desperdiçar oportunidades para “agitar” a economia duma região.
Sem dúvida um investimento muito importante para a cidade de Tomar.
Irá trazer mais gente à cidade, emprego, desenvolvimento e dinheiro.
É melhor que nada mas não o desejável. Trabalho pago ao nível de ordenado mínimo, hipóteses de carreira limitadas, pouca especialização, horários distendidos e saltiados. Enquanto for turismo de hotel inflaciona a hotelaria, se for residencial inflaciona o imobiliário.
Dinheiros dos contribuintes Europeus para construir hotéis não lembra o Diabo para construir casas para as pessoas necessitadas não há? Se fossem a merda!
Certo, certo.. não sei (ou melhor até posso estar a ver algumas hipóteses) é como é que um empreiteiro com alvará classe 5 que pode fazer obras até 2,7M€ (desde 2022 passou a 3,2M€) conseguiu levantar o alvará de uma obra orçamentada em 9M€, e em que o titular do alvará é distinto da entidade financiada. Esperemos que sejam apenas situações isoladas e que processo tenha o devido acompanhamento na defesa do património e história da cidade.
Sucesso para este empreendimento e para quem possa interessar, partilho este excelente estudo por
Helena Bernardo, FEUP, 2018 A Igreja de Santa Iria, Um Regresso ao Passado https://core.ac.uk/download/pdf/159366725.pdf