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Na praça da República, em pleno centro histórico de Tomar, há uma inesperada atração turística que provoca risadas aos visitantes.
Quando vista de perfil, em determinada posição, a estátua de Gualdim Pais é alvo de risos marotos. É que o guarda-mão da espada do fundador da cidade, naquela posição, confunde-se com um pénis “firme e hirto”.
Os turistas divertem-se, tiram fotos, há quem comente que Gualdim Pais sofre de priapismo e há até quem faça montagens com as mãos e a espada, à semelhança do que fazem com a torre Eiffel ou a torre de Pisa.
A estátua foi criada pelo escultor Macário Dinis e inaugurada a 9 de julho de 1940.
Realmente, para além da marotice assinalada, a estátua do Gualdim Pais é uma anedota, que diz muito sobre a tosca mentalidade tomarense. Onde já se viu um cavaleiro templário a pé, mestre e fundador da urbe, ainda por cima, de costas para a Câmara e com o escudo a proteger-lhe as traseiras?
Acresce que está no lugar do antigo pelourinho, símbolo das liberdades municipais, o que não deixa de ser caricato. Por isso, pouco depois do 25 de Abril circulou um abaixo assinado, que reuniu uma centena de assinaturas de gente grada da cidade e do concelho, pedindo a transferência da estátua para a Cerrada dos Cães, onde há um terreno circular coberto de erva à sua espera desde 1961.
Porque o monumento foi financiado por subscrição pública, e alguns descendentes dos subscritores ainda eram vivos, a câmara de então optou por deixar tudo como estava e está. E nunca mais se voltou a abordar o problema.