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Projeto do Flecheiro arrasa com vestígios da história de Tomar

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Ainda há quem se lembre das rodas gigantes que existiam junto ao rio Nabão na zona do Flecheiro em Tomar. Essas rodas, semelhantes à existente no Mouchão mas de maiores dimensões, há muito que desapareceram tanto de uma margem como da outra.

Do sistema hidráulico restam no Flecheiro alguns troços do calheiro, o “aqueduto” que levava a água captada no rio às hortas localizadas até onde hoje está a av. Nuno Álvares Pereira. Todo o Flecheiro era uma zona de hortas, conforme mostram algumas fotografias antigas.

A câmara anuncia para este mês o início das obras de requalificação no local com base num projeto que não foi apresentado nem debatido publicamente e que prevê a destruição do que resta do sistema de canalização de água e de rega naquela zona.

O chamado “calheiro”, aqueduto por onde corria a água captada através de uma roda no rio para regar as hortas, vai ser demolido não estando previsto deixar qualquer vestígio no local.

Nas redes sociais vão surgindo opiniões sobre o assunto, apelando à memória e sensibilidade dos autarcas e técnicos para que se preserve o que ainda resta daquele património.

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“A recuperação da zona ribeirinha do Flecheiro, traz-nos à memória as evidências de um sistema de aqueduto, uma levada com sua “ilha”, e o local de trabalho de uma grande roda / nora.
Esta roda, mais tarde substituída por motor elétrico em cabine, não chegou à atualidade. Contudo a ilha, com seus paredões em forma semicircular, a levada com cerca de 3 metros de amplitude e o aqueduto que chegava até à Avenida Nuno Álvares, são do conhecimento de muitos de nós.
Seria interessante reabilitar estas estruturas, numa perspetiva de valorização do futuro parque ribeirinho.
Afinal “Rodas” como a do Mouchão, havia muitas….”, escreveu Rui Ferreira no Grupo de Curiosidades de Tomar.

Para o Flecheiro está prevista, segundo o projeto aprovado pela câmara, uma grande zona relvada e com árvores, um anfiteatro ao ar livre, virado para o rio, um parque infantil e zonas pedonais, além de uma ciclovia. João Carvalho Teixeira, de Lisboa, é o arquiteto autor do projeto.

A “empreitada de Execução dos Arranjos Exteriores e Arruamentos no Flecheiro – 3ª Fase” foi adjudicada por 2 milhões e 642 mil euros à empresa Nov Pro Construções, S.A., de Leiria.

O prazo de execução é de nove meses.

Câmara aprova três milhões para o Flecheiro num projeto que ninguém conhece

Era assim há mais de 100 anos

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4 comentários

  1. É lamentável se assim for. Aquela pequena secção do calheiro/aqueduto que ainda existe podia ser (re)aproveitada para constar da nova face do Flecheiro como elemento decorativo, não perdendo assim o seu valor histórico. Se me é permitido dar a minha opinião, ficaria ali muito bem uma placa evocativa em que contasse a história daquela obra acompanhada de algumas fotografias (se as houver) da época. É evidente que, numa localidade onde os valores patrimoniais e históricos não fazem parte das prioridades de quem manda, por evidente falta de cultura e civismo, o destino mais certo seja a destruição completa.

  2. Já agora , não conseguem reabilitar e manter o Jardim do Mouchão e a Mata Nacional dos Sete Montes ,quanto mais toda aquela zona !
    É assim como que , quem vier atrás que feche a porta , políticas e politicos …

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