
A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia emitiu um comunicado no qual “lamenta mais uma morte de um Polícia no seu local de trabalho e reitera a sua profunda preocupação pelo fenómeno nefasto e complexo que, pela sua natureza, e pelas características da nossa população/profissão, se tornou demasiado… pertinente e persistente”.
Pedro Cartaxo, de 52 anos, pôs termo à vida na esquadra da PSP de Tomar na tarde de segunda feira, dia 13.
É a terceira morte este ano por suicídio na PSP, alerta aquela associação que considera ser “indubitavelmente um assunto preocupante”. Por isso solicita ao Ministério da Administração Interna “a construção de um plano de intervenção multidisciplinar que responda de forma efetiva e congruente à complexidade do fenómeno conforme o estado da arte existente neste contexto”.
“As evidências científicas/sociológicas apontam para a necessidade de adoção de medidas preventivas mais atuais e a adoção de programas já implementados noutros países, como imperativos inadiáveis, pois, sem desvalorizar o esforço que tem sido feito, é evidente que estamos muito aquém no uso de todas as ferramentas existentes neste domínio”, defende a ASPP.
Esta organização sindical defende que “a PSP e o MAI devem proteger continuamente a saúde dos seus profissionais, nomeadamente a sua saúde mental, e prevenir comportamentos de risco”.
Fica bem á ASPP ou a qualquer outra associação, sindicato ou tertúlia, proferirem algumas palavras de pesar por mais uma morte trágica, mas ninguém fala nas causas, nas verdadeiras causas deste flagelo!
Porque será?
Falem dos problemas que estão na base destes suicídios!
Será que ninguém se interroga?
Está á vista de todos que é uma classe desprezada e mal tratada pela esmagadora maioria da classe política, espezinhada por uma enorme franja da comunicação social, ignorada e olhada com desdém por uma parte substancial da população, que se sentem desprotegidos por todos, incluindo as hierarquias que têm uma grande cota-parte das responsabilidades, direta e indireta neste flagelo, que são profissionais com muitos mais deveres que qualquer outro cidadão e muito menos direitos, que são absolvidos criminalmente mas punidos disciplinarmente por tudo e por nada, em muitos casos punidos duplamente, que ganham miseravelmente para a missão que desempenham na sociedade, 24 horas por dia e 365 dias por ano, que não têm uma simples medicina do trabalho como qualquer outro cidadão, que são usados pelo poder políticos como pau para toda a obra sem qualquer compensação e com claro prejuízo das suas vidas pessoais e familiar, por exemplo no combate ao Covid, proibidos de tirar férias no verão por causa das jornadas mundiais da juventude, e todo o tipo de inventos locais e nacionais etc.
Só são funcionários públicos para algumas coisas e a democracia ainda é uma miragem na instituição.
Pensem nisto!