
Era uma vez um reino chamado Ramot e um rei chamado Oguh.
Foi um rei diferente dos outros porque tinha dotes extraordinários: era capaz de sonhar acordado, e galvanizava as suas tropas com eventos sonantes e com os sonhos de obras gloriosas que saiam dos seus sonhos. Imaginava feitos fantásticos como ninguém era capaz, e era muito habilidoso a convencer os súbditos de que a felicidade e o bem-estar se encontravam Ramot.
Uma espécie de super-herói daquela era.
Para o rei Oguh a liberdade de opinião era um evento privado: uns podiam frequentar, outros não, mas era ele que decidia quem podia entrar. Quando sonhava que os seus opositores ousavam questionar as suas visões, imediatamente erguia o seu microfone e proclamava exaltado: “Calem-se e não insultem, tolos ignorantes!”.
O rei gostava de calar as vozes dissidentes. Nas redes sociais, o seu botão de bloquear já estava gasto, e cada vez que o rei sinalizava um novo “inimigo”, ralhava, e os seus seguidores entravam em ação, prontos para a batalha de varrer a oposição do mapa noticioso.
Para ele, a liberdade de delirar era quase exclusiva. Delirava muito e sonhava ainda mais. Se alguém delirava com ele, era amigo. Se o tentavam chamar à realidade, era inimigo da inteligência e profissional do insulto. Muitas vezes, quando o acordavam e parava de sonhar, assobiava logo para o ar, mas sempre convicto de que tudo era óbvio.
O rei Oguh gostava muito de posar sorridente, e não desperdiçava oportunidade para ser visto e para o seu nome ser falado, mas sempre em prol do interesse dos queridos súbditos e da promoção do reino.
O rei também sonhava e proclamava que o reino era ideal para se envelhecer, porque o relógio da igreja andava devagar para dar tempo a saborear cada momento, de tal forma que havia súbditos que defendiam que era o reino onde as rugas eram opcionais. Outros, logo que nasciam noutros reinos, inscreviam-se logo para vir envelhecer em Ramot, reino sem igual.
O rei Oguh, proclamava sempre inclusão, bem estar e caminho certo. A ironia da coisa é que, enquanto ele o todo-poderoso sonhava, os súbditos fugiam do reino. O humor também era bem vindo ao reino, desde que fosse por ele aprovado.
E no incrível mundo do óbvio, o sonho continuava a ser defendido com galhardia intolerante. Em Ramot, no reino da fantasia, seria ainda melhor se todos pensassem exatamente como ele.
O rei do óbvio e da culpa dos outros lamentava sempre quando desapareciam oficinas no reino, mas sossegava os súbditos porque fechavam só pequenas oficinas. Ignorava que já não havia oficinas grandes, e que no reino faltavam empregos, nem novos nem usados.
Quando findar o reinado do rei Oguh, ficará um rasto de simpatia e de risos, e população envelhecida mas feliz, cheia de desporto e cultura e bem estar.
Marquês de Sotans
Ramot é amu arret ed oacclf, edno odut é zaf ed atnoc. Somezaf ed atnoc euq somet amu oaçanrevog, Somezaf ed atnoc ueq somos sezilef, mifne, somos os sotot serge lá…
E julgamo-nos muito engraças e geniais. Incapazes de errar, de mudar de opinião ou de aceitar uma sugestão alheia, por muito bem intencionada que possa ser. Abaixo o capitalismo e viva a revolta do proletariado que já não há, sendo substituído pelos migrantes e calés dos bairros sociais. O socialismo BE há-de vencer. Mesmo contra os pobres e excluídos.
Otario e pensas que com isso é mais inteligente que o povo.
O teu caso é urgente de CONSULTA NO JULIO DE MATOS.
Borrego
Pois é….
De facto calhou-nos uma bela peçinha. Não o queria nem para despejar os contentores do lixo.
O “identificado” é um parolo bem caçado.
Por curiosidade ou artes do destino ele acha que tem graça – coitado do desgraçado…