
Na sequência das denúncias feitas publicamente pelo ex-secretário da junta de freguesia urbana de Tomar, João Martins (CDS-PP), a assembleia de freguesia aprovou, na sessão do dia 28 de janeiro, uma auditoria ao funcionamento da junta de freguesia, neste mandato.
A proposta com vista à “credibilização, transparência e valorização dos órgãos autárquicos” partiu da bancada do PSD e foi aprovada por unanimidade.
João Martins denunciou alegados casos de corrupção e compadrio na gestão da junta de freguesia presidida pelo socialista Augusto Barros.
“Eleição de um vogal para o órgão executivo” era o segundo ponto da ordem de trabalhos. O presidente da junta quer afastar João Martins da junta onde se mantém ainda como vogal.
Augusto Barros propôs a eleição do cabeleireiro João Tapadas para fazer parte da junta, mas a proposta, numa primeira votação, foi chumbada com 5 votos a favor, 5 nulos e 3 em branco.
Significa isto que não há consenso na bancada do PS já que são seis os eleitos socialistas.
Foi feita a repetição da votação e o resultado manteve-se.
Perante o impasse foi decidido marcar-se uma nova sessão da assembleia de freguesia e até lá João Martins (CDS-PP) mantém-se como vogal da junta.
Proposta do PSD aprovada por unanimidade:
“Ao longo deste mandato autárquico o PSD tem pautado toda a sua atuação por uma posição ativa, assertiva e leal, tal como deve de ser um partido com ambição de ser poder.
Sempre se pretendeu contribuir ativamente e ser parte da solução. Abrimos vias de diálogo e propusemos diversas alternativas negociais, quer para o executivo quer para a mesa da assembleia, sem qualquer resposta positiva por parte do Partido Socialista.
No caso concreto do ponto um desta sessão da assembleia, também queremos ter a mesma postura, ainda que sintamos algum desconforto e até constrangimento pela situação em apreço, que, numa equipa é sempre de lamentar. Situação essa agravada por ser subsequente à demissão, há pouco tempo consumada, do tesoureiro da junta.
Os documentos agora carreados ao nosso conhecimento, que envolvem argumentação e contra-argumentação, que ao PSD é de difícil ponderação, em nada valorizam o desempenho e credibilidade do executivo da junta e dos demais autarcas no seu todo. Colocando ainda em causa, em particular, a honra e idoneidade do presidente de junta.
Perante esta situação, que em nada abona os órgãos autárquicos, o Grupo do PSD defende que deverá sair desta sessão uma posição forte que dê oportunidade, ao principal visado de se defender e à assembleia de freguesia de pugnar pela transparência e pela sua obrigação de fiscalização do órgão executivo.
Assim, propomos que seja votada, por unanimidade, uma proposta que permita à mesa desta assembleia requerer uma auditoria ao funcionamento da Junta de Freguesia, neste mandato.
Esta parece-nos a posição mais sensata a tomar, a bem da credibilização, da transparência e da valorização dos órgãos autárquicos que todos aqui presentes representamos”.