Foi inaugurado no dia 14 de outubro o hotel Vila Galé Collection Tomar, resultado de um investimento superior a 15 milhões de euros em dois edifícios emblemáticos da cidade: o antigo Convento de Santa Iria e o ex-Colégio Feminino.
A primeira fase, a do Convento, junto ao rio, com 60 quartos, já tinha aberto antes da festa dos Tabuleiros, em julho.
No sábado terminaram as obras da 2ª fase, do antigo colégio, onde existem mais 40 quartos, piscina interior, uma sala de reuniões para 300 pessoas, Satsanga Spa & Wellness, biblioteca, entre outros espaços.
O novo hotel criou cerca de 50 postos de trabalho diretos. Tem como tema a Ordem dos Templários, evocando nos diferentes espaços as principais figuras e a tradição da região, bem como os Caminhos de Santiago e a história de ambos os edifícios.
Mais de uma centena de convidados, entre os quais, o secretário de estado do turismo, participaram na festa de inauguração que começou com conferência de imprensa, seguida de visita ao hotel, cerimónia inaugural com discursos, jantar e animação.
Uma “obra difícil”
Para o presidente da Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, esta foi uma “obra sofrida, difícil” porque o antigo convento de Santa Iria “eram cacos, ruínas, não tinha ponta por se lhe pegasse”, mas foi “totalmente refeito” com a preocupação de “perpetuar a memória das coisas” e “manter viva a alma desta cidade”.
O orçamento inicial era de 11 milhões de euros mas as contas finais apontam para um investimento superior a 15 milhões de euros. Tudo encareceu, os ordenados aumentaram e apareceram obras não previstas, além do “já agora” foram as justificações para o aumento do orçamento.
A estratégia do grupo Vila Galé passa por construir “hotéis diferenciados” ao mesmo tempo que se recupera o património histórico como tem acontecido na dezena de unidades hoteleiras que o grupo tem no país.
No caso de Tomar, Jorge Rebelo de Almeida destacou “a vista assombrosa para o castelo, o rio e o casario da cidade”.
Reconheceu que a taxa de ocupação nestes primeiros meses em que abriu a 1ª fase (60 quartos) “não foi brilhante”, mas o “grau de satisfação é muito elevado”.
A aposta vai para a captação dos mercados brasileiro e americano e dar a conhecer a esses turistas o património e a história de Portugal.
Para já, a época baixa vai ser focada nos eventos, em que a sala para 300 pessoas vai revelar o seu “potencial muito grande”.
Carismático e sem papas na língua, o empresário falou da importância do desenvolvimento do interior do país dando exemplos de alguns dos seus investimentos em unidades hoteleiras nas zonas mais recônditas. Na sua opinião “o interior deve ser uma prioridade”.
Assumiu o gosto pela “maluqueira dos desafios” e a “loucura de inventar coisas para fazer”, o que “envolve riscos”.
Ao mesmo tempo fez notar a importância da responsabilidade social da empresa, que tem obrigação de contribuir para o desenvolvimento do país.
O novo presidente da câmara, depois de agradeceu a coragem e a visão do investimento, destacou a reabilitação de património degradado, o investimento direto e indireto na economia, a implementação da marca prestigiada da Vila Galé e a criação de dezenas de postos de trabalho.
Na opinião de Hugo Cristóvão “não há hotéis a mais em Tomar, há espaço para mais hotéis”.
O Secretário de Estado do Turismo, Nuno Fazenda destacou as estatísticas que revelam “o desempenho e a excelência” do turismo em Portugal. Falou da importância dos 3Ps no turismo: património, paisagem e pessoas.
A inauguração contou com atuação de músicos da Gualdim Pais, do grupo de dança histórica Trebaruna e de um grupo de antigas alunas do colégio feminino que desfilaram vestidas com o traje usado à época.
Principais caraterísticas do Vila Galé Collection Tomar:
– 100 quartos;
– Um restaurante: Versátil (aberto ao público);
– Dois bares: Soul & Blues e Splash (aberto ao público);
– Piscinas exteriores para adultos e para crianças e área de solário;
– Satsanga Spa & Wellness com salas de massagens, piscina interior aquecida com cascatas, sauna e banho turco (aberto ao público);
– Salas de reunião com capacidade para até 320 pessoas em plateia;
– Parque infantil;
– Capela;
– Biblioteca;
– Sala de jogos;
– Jardins exteriores;
– Acesso gratuito à internet via wi-fi;
– Acessos para pessoas com mobilidade reduzida;
– Estacionamento.
O antes e depois das obras do hotel
Mais uma vez volto a dizer que, na minha modesta opinião, o melhor momento que aconteceu nas últimas décadas em Tomar foi o dia em que a autarquia decidiu alienar os escombros do convento de Santa Iria e do colégio feminino a favor do grupo Vila Galé. Está a vista de toda a gente a segunda vida que aqueles espaços ganharam, e a mais valia infraestrutural para a cidade.
Tenho agora a esperança que o novo presidente da câmara reflita sobre o reaproveitamento do espaço do antigo hospital militar, que em tempos foi pensado para uma pousada. Desconheço em absoluto a titularidade daquele espaço, mas penso que estando abandonado há tanto tempo, e não se prevendo nada para ali, possa haver uma luz no horizonte para a sua recuperação.
Sr. Presidente, não espero de si um toque de Midas, mas desafio-o a trabalhar no lançamento da ideia. Falou-se bastante há uns anos num possível campo de golfe na área da antiga lixeira, tendo como pano de fundo o Aqueduto dos Pegoes. Imagine-se as duas infraestruturas a trabalharem em consonância…
Óbviamente, o presidente que refiro no meu post anterior é o presidente da câmara municipal de Tomar…
Não é que não estivesse já referido na primeira metade do meu post…mas para que alguns espíritos mais “alvarengas” não se perdessem no raciocínio (?).