
A Feira de Santa Iria, que decorreu em Tomar de 18 a 27 de outubro, registou um saldo negativo próximo dos 125 mil euros, segundo o relatório de contas apresentado na reunião de câmara desta segunda feira, dia 3.
O total das despesas ascende a 231.387 euros, enquanto a receita se fica pelos 106.588 euros, resultando num saldo apurado de 124.798,64 euros. A despesa maior foi com a animação e produção (Cláudia Martins & Minhotos Marotos, Para Sempre Marco, Diogo Piçarra, entre outros): 113.443 euros.
Mesmo assim é um prejuízo inferior ao registado em 2022 (a rondar os 165 mil euros) e em 2023 (cerca de 132 mil euros).
Quanto a despesas maiores, referência para os serviços de vigilância (31.811 euros) e montagem e desmontagem de stands (22.693 euros). A principal receita vem dos divertimentos.
Tal como no ano passado, a feira dividiu-se por três espaços diferentes: parque de estacionamento do mercado municipal e docas do Flecheiro, rua dos Arcos e Várzea Grande.
Os concertos, com entrada livres, realizaram-se na Várzea Grande.
É um problema fácil de resolver. Entradas pagas, e mais nada. Como é possível fazer isso? Não sei, nem me interessa. Teriam de arranjar um espaço único para incorporar toda a feira. Mas como a feira é mesmo para ser assim (onde é que eu já li isto?) , retalhada aos bocados sem jeiteira nenhuma, e dada a “cooooolidade” que se vê, duvido que alguém quisesse pagar para ver aquela tristeza. Da actual feira de Santa Iria, a única coisa que se aproveita são as faturas Fábio. Simplesmente fabulosas…
Convem confirmar esta questão do prejuizo com a vereadora Filipa, porque ela tem sempre uma visão inovadora, informação diferente, e diferente, acerca destas cosias
Como assim?
Quem se der ao trabalho de estudar um pouco da história portuguesa, sabe bem que esta feira é mesmo muito antiga. Medieval mesmo.
Compreende-se que esta vereação não saiba nem entenda do que estou a escrever, porque o que entendem de história é somente o que percebem e deduzem das festas medievais.
Ora bem: nunca por nunca qualquer feira foi feita para dar lucro ou prejuízo. Normalmente esa questão não era problema.
Mas compreende-se que nos dias de hoje alguns arranjos infraestruturais custem alguma coisa às autarquias que desejam proporcionar as condições de participação com alguma dignidade aos feirantes e público.
Mas isso, como se sabe, nem custa nada à autarquia, porque como bem sabemos, eles sabem bem espremer os feirantes com taxas e taxinhas.
Mas se formos ver bem as contas, percebemos bem onde está o prejuízo. O nosso prejuízo.
Está no pagamento aos músicos e bandas que são contratados por ajuste directo. A esses, aos montadores de palco e afins.
Este “prejuízo” que é afinal pago por todos nós, não tem nada que ver com qualquer tradição feirante. E, tal como nas restantes obras públicas, alimenta o enxame de interesses que se escondem no PS.
Primeiro torraram milhões no abastardamento da Várzea Grande. Desalmaram a Feira de Santa Iria. Fazem lá espetáculos musicais que poderiam, com vantagem, ser feitos no estádio, por exemplo. Enfim…
Os tomarenses vivem resignados à sua má sorte e ao facto de, nem em qualquer oposição política se ver um laivo de crítica convincente ou de alternativa a esta ordem pantanosa de coisas.