Foi há 40 anos que o Convento de Cristo passou a integrar a lista do Património Mundial classificado pelo Comité para o Património Mundial da UNESCO. A decisão foi tomada a 9 de dezembro de 1983, nada estando previsto para assinalar a data.
Até que ponto esta classificação veio alavancar o movimento de turistas em Tomar? O que é que Tomar ganhou com esta classificação? Como fazer com que os turistas que visitam o Convento de Cristo visitem também a cidade? São questões que importa analisar.
Em 2022, o monumento foi visitado por 260.871 pessoas, segundo as estatísticas da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC). É o 4º monumento mais visitado no país entre os que são tutelados pela DGPC (ver notícia em baixo).
No entanto, só 37.553 turistas visitaram a sinagoga de Tomar, o monumento mais visitado no centro histórico da cidade e que tem entradas gratuitas, enquanto no Convento a entrada custa 10 euros.
Isto significa que só uma pequena parte dos turistas que visitam o Convento descem à cidade, sendo notória a falta de ligação entre as duas partes.
No monumento património mundial têm sido feitos alguns investimentos de restauro, por exemplo, na Charola, na janela do Capítulo e na nave manuelina.
Segundo o site do monumento, “são critérios para atribuição desta classificação (património mundial), entre outros, o reconhecimento da originalidade do bem cultural, associada ao génio criativo da humanidade.
No caso do Convento de Cristo esta justificação baseia-se, sobretudo, na existência do “oratório” dos templários e na fascinante “janela ocidental” da nave manuelina.
No primeiro caso porque, para além de ser um dos melhores, entre os raros exemplares existentes, simboliza o mundo medieval europeu, das cruzadas e da defesa da fé. No segundo caso a “janela manuelina” constitui, na sua gramática decorativa, a primeira síntese das artes europeia e oriental.
Mas, além do “oratório” e da “janela”, há o complexo monástico, um dos maiores da Europa que, aliado a um admirável enquadramento paisagístico, nos leva à tentação de o comparar com a “cidade interdita” de Pequim, mais pequena na escala dos valores patrimoniais, mas incomensurável no esplendor de transcendência cristã.”