Um rapaz de 16 anos (e não 15 como inicialmente noticiámos), morador em Carvalhos de Figueiredo, Tomar, foi atropelado com gravidade por um automóvel na EN110, junto aos semáforos daquela localidade. Dado o estado em que ficou teve de ser evacuado pelo helicóptero do INEM que aterrou no estádio municipal de Tomar, dado que o heliporto do hospital estava ocupado com outra aeronave por causa de outra ocorrência.
O alerta para o atropelamento rodoviário chegou aos bombeiros cerca das 18h20 desta terça feira, dia 5.
Para o local deslocaram-se 21 operacionais apoiados por seis viaturas, incluindo a PSP, a SIV e a VMER.
Segundo o comandante dos bombeiros, a vítima foi transferida para o hospital de Santa Maria em Lisboa.
Na altura da aterragem do helicóptero no estádio, decorria o treino da equipa do União de Tomar que teve de ser interrompido.
INDIGNAÇÃO E REVOLTA
É com grande indignação e revolta que venho aqui expressar esta opinião.
Há muitos e muitos anos que eu e muito mais gente vem reclamando sobre o desprezo a que a câmara, no que concerne aos seus investimentos, vota as populações do concelho. Principalmente as das freguesias rurais.
O caso de um simples passeio na povoação de Carvalhos de Figueiredo é bem um exemplo paradigmático.
Todos os que lá passamos assistimos diariamente à enorme dificuldade e ao perigo a que aqueles habitantes se sujeitam quando pretendem deslocar-se a um vizinho que seja, morador a 20 metros. Têm de fazer equilíbrio entre a linha branca da berma da estrada e as valetas, mais das vezes porcas e inundadas.
O espectáculo é mais deprimente quando vemos os desgraçados dos peregrinos caminheiros de bengala na mão, com o espírito de sacrifício que lhes é próprio, indignados, mesmo assim, com a recepção que lhes é proporcionada nestas terras que se dizem orgulhosas do turismo que proporcionam.
Isto revolta mesmo!
Há pouco tempo anunciaram, com grandes parangonas, a construção de um passadiço entre o Flecheiro e S. Lourenço. Os passadiços são uma coisas que estão mais ou menos na moda e que toda a terrinha do fim do mundo quer mostrar enquanto sinal de modernidade e incremento desse tal turismo. A Câmara de Tomar fez saber que essa bonita e expendiosa obra se insere num projecto de trânsito apeado que há-de chegar, quando chegar, se chegar, às rotundas da Zona industrial (perdão: Parque industrial). Mas até aqui fez asneira!
É que se os doutos e empoderados decisores técnico-politico-autárquicos soubessem minimamente o que es,tão ou o que haveriam de fazer, se tivessem o mínimo de conhecimento ou de preocupação com as reais necessidades e dificuldades das populações, aperceber-se-iam desta elementar evidência: é que as dificuldades e o perigo de deslocação que a população de Carvalhos de Figueiredo tem não é na sua deslocação apeada para a cidade, mas a pequena deslocação no interior da povoação. A maioria, senão a totalidade dos atropelamentos ocorrem nas pequenas deslocações dentro da aldeia.
Torrar dinheiro – muito mesmo – num passadiço para mostrar obra moderna deixando para as calendas a obra mais barata e claramente mais útil e necessária, é bem a prova provada de incompetência, de desnorte e de alheamento relativamente às populações que suposta e humildemente deveriam servir.
Só mais uma nota: considerando tudo isto e muito mais, ponderando tanta jurisprudência sobre casos similares, afigura-se-me uma quase evidência a existência de responsabilidades criminais aos responsáveis autárquicos por este previsível acidente.