
A desertificação do centro histórico de Tomar está a preocupar a organização da festa dos Tabuleiros uma vez que, havendo poucos moradores, são cada vez menos as possibilidades de ornamentação das ruas.
Na tarde deste sábado, dia 4, realizou-se na sede da organização da festa, uma reunião de moradores com a Comissão para preparação das ruas populares ornamentadas.
Nesta altura, já há alguns grupos de moradores organizados que podem começar a trabalhar na execução das flores uma vez que ainda existe papel que sobrou da última festa, em 2019.
Entretanto, a comissão já fez uma encomenda de papel da Alemanha, que deverá chegar em meados do próximo mês, sendo que o custo aumentou cerca de 30 por cento.
Perante dezenas de moradores, Paulo Fernandes, da comissão, apelou à contenção para que não haja desperdício nem açambarcamento de papel. Disse ainda que não se deve usar plástico nas ornamentações das ruas.
O objetivo principal, sendo o responsável, é não deixar morrer a tradição e ornamentar o número possível de ruas.
Um problema é que no centro histórico, há ruas com dois ou três moradores. As dezenas de alojamentos locais que surgiram nos últimos anos fizeram com que muitos moradores tivessem de escolher outros locais para viver.
À semelhança do que aconteceu na festa de 2019, conta-se com a colaboração das escolas e de algumas instituições de Tomar nos trabalhos de execução de flores e objetos decorativos para as ruas.
António Cardoso, também elemento da comissão, recordou que nessa altura foram 32 as ruas ornamentadas. Em 2023, a abertura das ruas vai acontecer um dia mais cedo, na quarta feira, dia 5 de julho, podendo ser visitadas até dia 10.
O mordomo, Mário Formiga, prestou alguns esclarecimentos e respondeu a algumas perguntas dos moradores.
Nesta altura começam as movimentações com os moradores a organizarem-se e a reunirem de forma a decidirem o tema da decoração e os materiais a utilizar.
A comissão disponibiliza papel, arame, cartão, pregos, cordel, varolas, cola, entre outro material.
Em 2019 foi assim:
Ruas ornamentadas em Tomar a visitar até segunda feira (c/ fotos)
Nada de preocupações infundadas. À boa maneira tomarense, a autarquia deve financiar a ornamentação das ruas populares por profissionais da coisa, tal como já faz com os tabuleiros. É preciso é que haja festa, mesmo que venha a custar um milhão de euros. E vai no sentido desejado pelos governantes socialistas: privilegiar o setor público, em vez da iniciativa privada.
Parece muito um milhão de euros? Segundo o mordomo, o papel está 30% mais caro e em 2019 a festa custou mais de 750 mil euros. Se não erro, 30% de 750 mil são + 225 mil € = 975 mil €, assim à primeira vista e a mais de um ano de distância. Por conseguinte, previsão de subsídio camarário de 25€ por habitante do concelho. Pode vir a ser bem pior. Mas vai permitir o desfile da senhora presidente e do senhor presidente à cabeça do cortejo, um quadro lindo e que mostra tudo. E aquele friso da boa sociedade sociedade e outras notabilidades, ali na tribuna frente aos paços do concelho, na melhor tradição anterior ao 25 de Abril. Para não falar do banquete que se segue no salão nobre, ao qual não podem aceder as portadoras de tabuleiros, por exemplo.
A não ser para isso, que é o principal, para que serve realmente a Festa dos tabuleiros de 4 em 4 anos? Isso é outro assunto e outro debate, para melhor ocasião. Segundo o padre Borga, ex-pároco de Tomar, “não é um bodo aos pobres”. Mas parece.