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Como foi o 25 de Abril em Tomar (c/ vídeo)

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Com base na exposição “Abril em Tomar: História local, global, actual”, que está patente na Casa Vieira Guimarães, procuramos retratar de forma cronológica e com algumas imagens como foi vivida há 50 anos a Revolução dos Cravos em Tomar.

 

25 de Abril

– Na noite de 24 para 25 de abril, decorrem movimentações militares. Capitão Hugo dos Santos sai de Tomar para constituir um grupo de comandos destinado a neutralizar o 2º Comandante de Cavalaria 7, Ferrand de Almeida. Posteriormente viria a juntar-se aos restantes oficiais do Posto de Comando do MFA na Pontinha.

– Logo pela manhã, soldados do Regimento de Infantaria 15 são colocados em alerta. Alguns soldados são destacados para pontos estratégicos perto da cidade como a Barragem de Castelo de Bode.

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– Os bancos e os cafés da cidade são fechados. Os cafés reabrem às 21h.

– Após a proclamação da Junta de Salvação Nacional ao fim do dia, o comando do Quartel-General da Região Militar de Tomar adere ao Movimento das Forças Armadas.

 

27 de Abril

– 7h30, o Coronel Francisco José de Morais desloca-se a Tomar, a fim de assumir o comando da Região Militar. A transferência de comando cidade ocorreu sem incidentes e a escolta regressou à Escola Prática de Cavalaria em Santarém.

– Inaugura-se a Feira Nacional de Avicultura. Fora anunciado que Américo Tomás e outros altos funcionários se fariam presentes, no entanto o golpe dois dias antes causou a sua ausência.

– Os jornais locais (“Cidade de Tomar” e “O Templário”) noticiam o golpe, ainda com uma linguagem relativamente contida.

– Primeira manifestação de aclamação ao MFA na cidade. Convocada pelo Movimento da CDE, a manifestação percorre a cidade, da Praça da República até ao Quartel-General da Região Militar. Os participantes empunham cartazes com palavras de ordem: «Uma sociedade democrática», «Não ao aumento do custo de vida», «Abaixo os monopólios», «Liberdade de Imprensa», entre outros.

 

28 de Abril

– Manifestações e reuniões mais ou menos espontâneas continuam a decorrer pela cidade

 

30 de Abril

– Tem lugar a primeira assembleia de estudantes da Escola Industrial e Comercial de Tomar.

– Em antecipação do 1º de maio, vários movimentos e grupos espalham panfletos e convocatórias pela cidade. O CDE de Tomar apela “ao Povo e à classe trabalhadora” para a participação numa congregação a realizar no dia seguinte pelas 17h na Praça da República, com panfletos que leem «Viva o 1º de Maio», «Viva o Dia Internacional dos Trabalhadores». Várias entidades civis e sindicais associam-se ao apelo, espalhando impressos onde se lê «Pela Restauração da Democracia! Pela Liberdade Sindical! Por um Portugal Novo”.

 

1 de Maio

– Logo pela manhã as duas bandas filarmónicas da cidade, “Gualdim Pais” e “Nabantina”, percorreram as ruas da cidade a tocar o hino o do 1º de Maio.

– Tal como aconteceu na maior parte do país, a maior manifestação de todo o período revolucionário em Tomar foi a do dia 1 de maio de 1974. Milhares de pessoas enchem a Praça da República empunhando cartazes e cravos vermelhos, cantando o Hino Nacional, entoando, entre outros, “o Povo unido Jamais será vencido”. Outras manifestações também foram convocadas nas várias populações do concelho, nomeadamente na Linhaceira.

–  A cidade mantém-se cheia mesmo após a manifestação, enchendo as ruas e os cafés. O Cineteatro Paraíso enche-se de audiência, sendo noticiado que “devido à grande aglomeração de público na compra de bilhetes […] os vidros duma bilheteira do Cine-Teatro ficaram estilhaçados”.

Revolução do 25 de Abril: como era Tomar em 1974 (c/ vídeo)

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