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Tomar, acordai!

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Tomarenses,

Tomar é especial. Tomar é predestinada. Tomar é luz. Tomar pode, deve e tem de ter futuro, Tomar tem de ter futuro e naturalmente, um futuro próspero!

Falamos de cerca de 350 quilómetros quadrados onde vive gente valente, gente que não desiste, gente notável. Terra de empresários, terra de construtores civis, terra de atletas olímpicos, terra de ex-ministros ou secretários de estado, mas também terra de gente humilde, que muito contribui de forma altruísta e totalmente desinteressada para o bem das suas populações através do trabalho diário nas associações e coletividades a que pertencem. Estamos perante heróis, heróis locais que mantêm vivas as tradições em muitas das aldeias do nosso concelho (e da cidade), que mantêm viva a dinâmica e que dão respostas fundamentais as populações, que o Estado não consegue dar. Parabéns e obrigado pelo vosso trabalho.

Tomar foi também a terra de trabalho do Infante D. Henrique, é a terra da monumental Festa dos Tabuleiros, a terra templária, tendo como um dos seus expoentes máximos a mais magnifica janela do mundo. É caso para dizer que Tomar é mesmo uma janela para o mundo. Talvez esteja a exagerar, perdoem-me, mas um verdadeiro tomarense capricha sempre perante a sua terra. Tomar pode ser uma janela para o mundo, é certamente uma janela para a história de Portugal, mas infelizmente não é uma janela para o futuro.

Indo diretamente à cultura popular portuguesa, águas passadas não movem moinhos (em Tomar até podem mover, se for com engenho e saber). E por isso urge criar um futuro, urge acreditar que Tomar pode ser uma referência no nosso país e que pode ser lugar para os seus jovens terem uma vida digna e com qualidade, mas também que saiba tratar dos seus idosos. Para isso é fundamental não desistir – voltado à cultura popular – água mole em pedra dura, tanto bate até que fura. Vamos bater e continuar a bater até furar, até encontrar a luz ao fundo do túnel, até encontrar um futuro risonho para Tomar.

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É isto que os tomarenses esperam de quem gere os seus impostos. É isto que os tomarenses devem exigir: rigor, ação e assertividade. Tomar merece tudo de nós e se não temos tudo para dar, então não podemos ter lugar.

Temos um grande legado para honrar: as ordens do Templo e de Cristo, o legado de Gualdim Pais, do Infante D. Henrique, de Castilho, de Arruda, de Gregório Lopes, de Ratton ou de Torralva. De Silva Magalhães, de Amorim rosa, de Vieira Guimarães, de Santos Simões, de Nini Ferreira ou de João Victal, entre tantos outros. E é este legado que temos de honrar.

Tenho, naturalmente, de falar do nosso tão amado e maltratado Nabão. O rio a quem devemos a nossa existência enquanto povoado e que a passividade tem continuado a deixar destruir. Não podemos desistir de lutar!

No passado tivemos moinhos, produção têxtil, produção de papel ou de cerâmica, hoje temos o mundo, não estivéssemos nós no umbigo do mundo.  Temos uma porta aberta, uma porta escancarada ao mundo e às tecnologias da informação e comunicação e ao teletrabalho. Uma porta aberta para o futuro, para um futuro que pode, deve e tem de ser de sucesso.

Celebrámos o primeiro de março de 1160, data célebre, marcante e longínqua. Já tanto foi feito por tantos homens e mulheres ao longo destes séculos, mas tanto continua por fazer. Isto é o passado que muito nos orgulha e do qual ainda hoje vivemos.  Mas o passado não chega. Falta o presente e falta programar o futuro. O passado não constrói o futuro.

Tomar tem vindo a perder muita população. Tem vindo a perder população jovem de forma dramática.  Dir-me-ão: “Ricardo, é uma tendência nacional de territórios similares”. E eu direi: “pois claro que é, mas há exceções”. Porque ganhou Óbidos população? Ou a Marinha Grande? Porque concelhos como Batalha ou Alcobaça perderam muito menos população do que Tomar? Dá que pensar. A inação dá que pensar. Saibamos acolher. Saibamos acolher quem vem de fora. Saibamos acolher quem retorna. Saibamos dar condições a quem cá reside!

Que futuro queremos para o concelho de Tomar? Um futuro deserto e triste? Onde os jovens não têm emprego qualificado de qualidade? Onde os jovens não conseguem comprar casa? Eu não quero isto. Nós não podemos querer isto. Nós temos de querer mais. Nós temos a obrigação de exigir mais. Tomar merece. Os tomarenses merecem! Não basta de nivelarmos por baixo? Não basta de arranjarmos desculpas? Não basta de nos compararmos com outros casos medíocres? Sermos os melhores entre os medíocres nada acrescenta, nem nunca nada acrescentará, apenas a perceção de que a incompetência possa parecer competência, mas não é e nunca será.

Tomar precisa de trabalho, de cuidado, de atenção e de amor. Haja quem esteja disposto a trabalhar, a cuidar, a dar atenção e a amar. A nossa história merece, Tomar merece, os tomarenses merecem.

Há esperança! Há esperança para Tomar! Tomar terá um futuro próspero. Vamos lutar todos por isso!

Termino com um excerto de poema muito conhecido dos tomarenses:

“Acordai

Acendei

De almas e de sóis

Este mar sem cais

Nem luz de faróis

E acordai depois

Das lutas finais

Os nossos heróis

Que dormem nos covais

Acordai!”

Acordai, meus senhores, acordai!

Sintam Tomar. Vivam Tomar. Trabalhem por Tomar.

Ricardo Carlos

Membro da Assembleia Municipal eleito pelo PSD

(discurso na sessão de 1 de março da Assembleia Municipal)

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5 comentários

  1. Muito bom. precisamos de mais jovens com a garra, a acertividade com a vontade de mudança, que estejam prontos a arregaçar as mangas e lutar, trabalhar para termos um Tomar mais forte e competitivo onde jovens e menos jovens tenham aportunidades e gostem de viver.

  2. Depois de tanta prosa, tanta preocupação e tanto olhar para o futuro (muito do discurso pode tirar-se da internet), conclui-se que quem assina é um jovem PSD. O partido que nos tempos da presidência Paiva acelerou a degradação de Tomar, vendendo a ilusão do turismo e das novas tecnologias. Continua o engano dos tomarenses por politicos locais manhosos. Não há que enganar, ainda há dias medalharam-se uns aos outros.

  3. NÃO DISSE NADA, FALOU SÓ

    Uma vez, lá em Angola, estava a acontecer um comício.
    Chegou-se um patrício, já um bocadinho atrasado, e, com receio de ter perdido alguma coisa importante, perguntou ao amigo:
    – o que é que ele já disse?
    Resposta:
    – Não disse nada, falou só!

    Nota-se que o rapazinho está a fazer pela vida. Mas tenha cuidado. Se tivesse amigos no contexto da agremiação política de onde canta, já o teriam avisado do caricato da coisa. Se o não fizeram é porque se estão a chegar um bocadinho para trás, a dar-lhe espaço para se estatelar.

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