Os moradores de Valbom, perto da Platex, em Tomar, estão preocupados com o anúncio da câmara de construir um bairro para famílias ciganas naquela zona.
Para retirar algumas famílias de etnia cigana da zona do Flecheiro, que vai ser requalificada, a câmara comprou um terreno em Valbom onde vai construir seis casas pré-fabricadas com vista ao realojamento.
A este propósito recebemos do advogado tomarense David Oliveira uma carta onde dá conta da sua preocupação e indignação acerca do que a câmara decidiu e as eventuais consequências dessa decisão.
Sou Advogado, Tomarense, tenho 60 anos, casado, dois filhos. Comecei na JSD em Tomar em 1978, continuo militante, fui deputado na Assembleia Municipal da Amadora e em Lisboa pelo PSD. Não exerço qualquer cargo partidário desde 2013. Mas estou ligado à minha terra onde vou amiúde. O amor a Tomar está patente no exercício de cargos de direção na Casa do Concelho de Tomar em Lisboa, sendo há longos anos Vice-presidente da Casa do Concelho de Tomar. Vivo em Lisboa, desde os tempos de universidade. Em Tomar possuo uma habitação secundária, mais concretamente em Valbom, perto da “Platex”, uma zona sossegada e pacifica.
Mas o assunto que me leva a solicitar o vosso apoio e solicitação de reportagem diz respeito à criação de mais um gueto para instalação de um clã apenas de pessoas de etnia “cigana”, contra todas as normas europeias sobre o assunto, em Valbom, concelho de Tomar.
A Câmara Municipal de Tomar adquiriu um terreno em Valbom, junto à Platex, nos arredores da cidade, para habitação social, conforme foi aprovado no dia 31 de agosto de 2022, em reunião do executivo municipal tomarense.
O imóvel, com uma área de 1,8 ha (18 mil m²) e uma casa em ruínas, foi adquirido à empresa imobiliária “Planárea” por 65 mil euros. Parece que quem esteve à frente da decisão e do negócio de aquisição foi o vereador Sr. Hugo Cristóvão, que tudo pode em Tomar, não tendo previamente procedido a qualquer audição dos habitantes de Valbom, área da União das Freguesias de Tomar, que estão habituados ao sossego, pois vivem numa zona onde impera a harmonia e pacifica.
O Partido Socialista em prometeu em 2013 na campanha eleitoral um Plano Social Habitacional do Concelho, mas não existe.
A Sra. Anabela Freitas, Presidente da Câmara referiu em entrevista este verão que o objetivo é a construção em Valbom de seis habitações, não em alvenaria. Presumivelmente segundo apurou-se serão habitações pré-fabricadas, possivelmente de material de madeira.
Esta decisão está relacionada com a necessidade de realojamento de famílias de etnia cigana que ainda permanecem no Flecheiro, em Tomar, para onde está previsto um espaço verde, já em fase de adjudicação.
Nesta fase ainda há 10 barracas para demolir no Flecheiro, à entrada da cidade de Tomar, correspondentes a outros tantos agregados familiares (cerca de 30 pessoas).
Sobre o assunto, desde já refere-se que o realojamento exclusivo de famílias ciganas (uma em cada zona) é mais um lamentável exemplo da triste da política municipal tomarense de realojamento “cigano”.
Em primeiro lugar porque é ilegal alojar etnias em bairros exclusivos para elas. São normas europeias.
Apesar disso, em vez de emendar a mão, como devia, a maioria PS pretende colocar essa etnia num novo bairro, à pressa, diga-se numa zona pacífica para a destruir e aos seus habitantes, imposição ditatorial, sem sequer ter ouvido a população, como aconteceu já noutras zonas da cidade.
Em segundo lugar, trata-se de uma esperteza, que abundam infelizmente na política tomarense, para tentar contornar normas que não convêm, pois claramente arranjará uma justificação, como aconteceu com o agora popularmente designado Bairro Calé, junto à Guarda Nacional Republicana – Posto Territorial de Tomar.
Em terceiro lugar, o Bairro Calé que mesmo estando situado junto ao Posto Territorial de Tomar da Guarda Nacional Republicana, pertence à área de jurisdição da Polícia de Segurança Pública, Posto Territorial de Tomar, Divisão Policial de Tomar, que quando existem problemas no referido bairro agentes não se deslocam ao mesmo com receio, e quando existe desacatos ou rusgas de droga é o Comando Distrital da Polícia de Segurança Pública que as efetuam, veja-se agora o ora denominado “Bairro de Valbom” de etnia cigana, fica a cerca de 3 km de Tomar, fora de qualquer controle policial, numa zona sem qualquer controlo efetivo, afastado uns metros da estrada, com mato nas traseiras e à frente, condições que podem estimular a prática de atos ilícitos.
Em quarto lugar a estrada principal de Valbom, em frente às casas a instalar, é utilizada por desportistas, principalmente de atletismo e de ciclismo que por ali passam todos os dias, bem como é zona de passagem de peregrinos para Fátima. Por questões de segurança, as pessoas deixarão de por ali passar, para já não falar do mercado habitacional e de terrenos rústicos, cujos proprietários ficarão com aos imóveis devolutos, com graves prejuízos no valor do imobiliário para mais de metade do valor desses bens.
Acresce ao que está descrito, a urgência da mudança da zona do Flecheiro das pessoas dessa etnia, devido à necessidade de aproveitamento dos fundos Comunitários PT 2020 pela Câmara Municipal de Tomar.
O Município de Tomar devia possuir um Plano Local de Inclusão da Comunidade Cigana.
Pois um plano desses é imprescindível, e um processo participativo, inclusive com as pessoas a quem se destina, para definir eixos de intervenção, desde o emprego à educação.
Plano Local de Inclusão da Comunidade Cigana que se deve enquadrar na Estratégia Nacional para a Integração das Comunidades Ciganas.
A cidade de Tomar com uma preponderância tão grande de comunidade cigana a viver na cidade que já deveria ter este plano, ressalvando como se aduziu que o mesmo tem de ser construído com as pessoas a quem se destina, além das forças políticas que integram o executivo camarário tomarense.
Assim, a Câmara Municipal de Tomar, com a comunidade cigana, as organizações da comunidade cigana, num processo participativo, deve elaborar um plano de ação e intervenção para a integração da comunidade de modo a que este reflita a sua realidade e necessidades, desse o emprego à educação, passando pela habitação.
Além do Bairro Calé, da Zona do Flecheiro, do Bairro 1.º Maio (antigo Salazar), da Quinta dos Anjos, onde foram instalados as pessoas da etnia referida, a Autarquia Tomarense ainda pretende criar dois novos guetos o agora denominado “Bairro de Valbom” e um outro, pois parece que procura novo terreno, ou seja pretende espalhar por várias zonas da cidade, um sem número de guetos e de caos.
A atual maioria do executivo camarário de Tomar do Partido Socialista, não se pode comportar como Tomar fosse o seu “feudo”, impondo a sua vontade contra todos, prejudicando seriamente os munícipes de Valbom, e o bem comum de Tomar, contrariando a lei e as normas da União Europeia, construindo uma nova “guetisação“ em Tomar.
David António Martins de Oliveira
Esta gente anda toda parva, audição aos habitantes, isso era o que mais faltava. Acho muito bem, todos defendem os ciganos, mas é longe das suas casas.
Concordo em pleno com este artigo de opinião. Infelizmente Tomar já não é para os Tomarenses. Há anos e anos, assiste se a um enorme falta de planejamento e estratégia em todo o concelho. Pondo em causa severamente a sustentabilidade do concelho bem como a sua imagem.
Concordo em pleno com este artigo de opinião. Infelizmente Tomar já não é para os Tomarenses. Há anos e anos, assiste se a um enorme falta de planejamento e estratégia em todo o concelho. Pondo em causa severamente a sustentabilidade do concelho bem como a sua imagem.
Este que vendeu o terreno não é o mesmo que está a fazer aquela obra de arte em cima da rotunda?!
Será que uma mão lava a outra?!
São estas negociatas, as adjudicações diretas para as festas.. somos todos Montalegre..
Tomar tem agora excelentes acessibilidades…de dentro para fora, ou seja, se dantes estávamos enclausurados neste vale desencantado mal servidos de estradas em péssimo estado, agora temos a A13, o IC9, as N110 e N113 todas em bom estado, que convidam à saída.
Tudo isto para dizer que quem puder passar-se daqui para fora que o faça sem olhar para trás. Tomar está a transformar-se cada vez mais num guetto. Isto não passa dum feudo de cachopos que assaltaram o poder local e fazem o que querem.
Seria bom que as pessoas se lembrassem destas coisas no momento de decidirem se devem dar-se ao trabalho de irem votar ou não!
Tem razão. E quanto a feudo de cachopos o politécnico é igual. Isto anda tudo ligado.
Eu pagava era aos russos para tratarem da saúde aos amigos do flecheiro.
Não desfazendo, eu preferia os sérvios do tempo da guerra civil da Jugoslávia.