Opinião

Margarida mal educada responde ao educadíssimo A. Samora

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Começo por reproduzir um comentário à minha crónica da visita da senhora ministra da cultura ao Convento de Cristo, publicado no Tomar na Rede cinco dias após a referida crónica:

A.Samora

Esta “senhora”, Margarida Magalhães, “recentemente aparecida” neste espaço de opinião revela-se, logo à partida muito activa mesmo. Não tem mal. Até se pode considerar bom que isto anime e que, da diversidade de opiniões possa surgir algo de construtivo. Só é pena não ser o caso.
Mas é toda esta hiperactividade súbita e, sobretudo, o facto de falar, falar, falar e nada acrescentar que não seja o dejá vu do dizer mal do que está, sem outro critério que não seja esse: o dizer mal, que torna aquilo que descreve em algo desinteressante ou desprezível. A “senhora” parece confundir perspicácia ou espírito crítico com traquinice e falta de educação. E acha que, só o escrever e ter oportunidade para isso já é indicador de génio ou de inteligência crítica.
Para escrever o que escreve, melhor fora ficar calada.
A senhora ministra da Cultura veio a Tomar e visitou o Convento de Cristo. Veio em trabalho fazer o que entendia que tinha a fazer. Não mandou dizer que viria, nem disse que veio. Contrariamente ao presidente da república ou ao Costa, ou até aquela moça de Abrantes que agora é da agricultura, em vez de se pavonear em calções de banho, abraçar velhinhos que choram ou ir aos programas dos Gouchas e Cristinas, a senhora ministra da Cultura, ao que parece, limita-se a fazer o seu trabalho.
Pode não se concordar com ele. Eu acho que até a existência desse tal ministério é questionável. À falta de outra evidência para pouco mais tem servido ou serve que torrar dinheiro dos contribuintes entregando-o a “personalidades” e grupelhos autodenominados cultos e inteligentes, cujo principal elemento identificador é a ideologia do politicamente correcto de esquerda. Ser ministra com este programa é coisa que não se deve invejar.
Seja como for, ter, em cima disto, de se sujeitar à “crítica” dos intelectuais de província que só acham que se tem cultura democrática se se tiver uma prática política populista e pimba é que é mesmo demais.
É certo que para a ministra, as Margaridas Magalhães serão inócuas. Para nós, cá pela terrinha, não tendo mais ou algum conteúdo, podia fazer um esforço para ter alguma graçola.

 

Abro com um lugar comum. O futuro de cada terra depende sobretudo dos seus habitantes. Este comentário de A. Samora é um bom exemplo de que não exagero, ao queixar-me da falta de qualidades dos tomarenses em geral. Com as naturais e numerosas excepções, bem entendido.

Estamos perante uma situação tipicamente tomarense. O cronista critica a política da ministra e um comentador resolve criticar o cronista, em vez do conteúdo da crónica. Às vezes resulta. Desta vez, porém, a coisa deu para o torto. Acontece.

Começa o cidadão A. Samora, numa de macho latino, por embirrar com a “senhora” e “recentemente aparecida”, aparentemente para depois usar como “deixa” para uma concessão sua ao debate democrático: Não tem mal. … … … Só é pena não ser o caso.” Gostaria portanto de algo mais construtivo. A ambicionada “crítica construtiva”, seja lá isso o que for.

No parágrafo seguinte, volta a desembainhar a espada e vai disto: acusa-me de falar, falar, falar, sem dizer grande coisa. Porém, logo a seguir, entra em contradição consigo próprio: Escreve que digo mal de tudo com demasiada insistência. Em que ficamos? Digo algo, ou não digo?

Prossegue com “A “senhora” parece confundir perspicácia ou espírito crítico com traquinice e falta de educação”. Não satisfeito, insiste na via estalinista do processo de intenções. Com esta frase luminosa: “E acha que, só o escrever e ter oportunidade para isso já é indicador de génio ou de inteligência crítica.”

Uma vez que nunca antes tive a satisfação de debater, ou sequer falar, com o sr. Samora, que ignoro quem possa ser, deduzo que resolveu atribuir-me aquilo que na verdade pensa: Que é um génio e tem inteligência crítica, só porque consegue escrever e publicar uns comentários quando calha. Presunção e água benta…

Segue-se um curto parágrafo, que peço licença para usar como se fosse meu, com a necessária adaptação de género: “Para escrever o que escreve, melhor fora ficar calado.” Acrescentarei “e o mais quedo possível”, pois há gente que mesmo calada…

Abstenho-me por agora de qualquer referência aos dois parágrafos seguintes, que julgo assaz elucidativos. Explicitam o objectivo principal que afinal moveu o sr. Samora: Confortar a senhora ministra. Está no seu direito, bem entendido. Evitava era de insultar em vão.

No último parágrafo, o sr. Samora reincide. Lá vem outra vez o estalinista processo de intenções: “É certo que para a ministra, as Margaridas Magalhães serão inóquas.”

Quem lhe garante semelhante coisa? O sr. adivinha? Se afirmativo, neste caso enganou-se redondamente. Esta sua resposta é a prova provada de que a minha crónica não foi assim tão inóqua para a ministra. Se tivesse sido, o sr. não teria comentado. Ou estarei a ver mal?

Passo a concluir, agradecendo o alvitre para que eu faça um esforço, no sentido de “ter alguma graçola”. Os tempos não estão para risadas saudáveis, sr. Samora. O que naturalmente lamento, mas não me leva a escrever para me divertir. Tenho outros divertimentos.

Pode também suceder, neste caso da alegada falta de “alguma graçola”,  que o sr. esteja mais uma vez equivocado. Isto porque, num outro comentário, anterior ao seu, que poderá ler mais acima (é o 4º a contar do início), o sr. Gonçalo Oliveira agradece a minha ironia. Característica que o sr. pelos vistos nunca notou. Como bem dizia o outro “somos dez milhões de portugueses, separados pela mesma língua”.

Peço licença para acrescentar: Escreva sempre, sr. Samora, que os seus comentários lêem-se com interesse, apesar de tudo. Mas, em futuros escritos, procure, se possível, descer da cátedra. Manifestamente, a julgar por esta sua prosa a tender para a prosápia, o sr. (ou será srª???) não parece ter gabarito intelectual para a cagança que ostenta.

Com cordialidade,

          Margarida Magalhães

 

ADENDA

Lê-se no 4º parágrafo do comentário de A. Samora que “A senhora ministra veio… … …Não mandou dizer que viria.” Determina o Protocolo de Estado, de cumprimento obrigatório, que quando o sr. Presidente da República, ou algum membro do governo, decidem visitar algo forçosamente situado num concelho, devem comunicar previamente essa visita ao respectivo presidente da edilidade. Fica-se assim a saber que, embora do mesmo partido, e contrariando o protocolo de Estado, a senhora presidente da Câmara, na qualidade de representante de todos os tomarenses, não foi informada da visita.

Não se trata de dizer mal. Apenas de noticiar o ocorrido. Que é grave. Porque quando os próprios ministros não cumprem as normas em vigor, caminha-se rapidamente para a bandalheira.

 

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10 comentários

  1. Este seu comentário só de uma linha é mesmo assim excessivo. Inqualificável mesmo. Que você seja uma nazi da pior espécie, conforme demonstra naquilo que escreve sobre os ciganos, no post da ida da polícia ao Flecheiro, já é muito grave. Que resolva recomendar o exílio para o Brasil, de alguém que já cá reside há quatro anos, é claramente obra de uma destrambelhada mental. De uma louca que se ignora.
    Tente tratar-se quanto antes. Pode ser que ainda haja cura.

      1. Respondo com todo o gosto às suas perguntas:
        1 – Respondi ao comentário da Dª Erica, como o sr refere, por considerar ser uma obrigação minha, como cidadão responsável, aconselhar tratamento a quem manifestamente dele necessita. Conforme resulta dos comentários da srª, se é realmente uma senhora.
        2 – Sirvo-me de alguns pseudónimos, não para me esconder, que sempre fui de dar a cara, mas para tentar que os leitores acabem por perceber que o importante é o que está escrito e não quem escreveu. Dependendo naturalmente do contexto.
        Confesso que até agora não consegui que resultasse. As pessoas continuam a olhar para o dedo que aponta para a Lua. Feitios.

    1. Não, obrigada. Prefiro ficar por cá, mesmo meteca que seja, como V. Exa já me apelidou, apesar de exortar aqui e ali as virtudes da aldeia global. Uma incongruência certamente burilada, ou melhor, martelada nos seus estudos franceses. Ao Brasil vai desaguar lixo muito tóxico, bem pior que aquele agora se acumula nos ecopontos municipais, símbolo da decadência, quando não falência, da governação camarária.
      Peço desculpa por não saber que já faz parte da fauna brasileira há 4 anos. Não tenho estado atenta às notícias nacionais e também não acompanho o programa Passadeira Vermelha, pelo que não estou a par de tão importante facto.
      Agradeço a sua preocupação com a minha saúde mental. Quanto a si desejo-lhe boa sorte e oxalá não precise de apoio especializado. A geriatria não é o forte do Brasil, tanto quanto sei.

      1. Pelo que escreve neste comentário, deve ser mesmo meteca. Que tem mau feitio, topa-se. Como também se nota que é esperta, sendo que a esperteza mais não é que a inteligência de curto raio de acção.
        Seja honesta consigo própria e deixe-se de considerações ácidas sobre o Brasil e sobre o autor destas linhas, que só a desqualificam perante os leitores. Procure nunca esquecer que ainda você não tinha nascido, já eu vivia e trabalhava em Tomar. Para sua informação, fui guarda-guia no Convento de Cristo entre 1956 e 1960 e tenho a carteira de guia-intérprete nº 159 de Outubro de 1959.
        É portanto óbvio que os tomarenses me conhecem bem, para além das naturais divergências políticas. Assim sendo, atenha-se ao escrito inicial, que é sobre a inopinada visita da ministra ao Convento de Cristo.
        E não venha com amálgamas de metecos e globalização. Há metecos em todos os países e todas as terras, pelo menos desde a Grécia antiga, origem do vocábulo. Ouso mesmo acrescentar que, bem vistas as coisas, os metecos são agora um dos principais problemas dos países europeus, se tivermos coragem para admitir que são metecos todos aqueles que recusam adaptar-se às leis e costumes dos países e das terras que os acolhem.
        Ao Brasil vai desaguar lixo muito tóxico, bem pior… escreve a srª. Deixe-se de grosseirices palermas e gratuitas. Que sabe você do Brasil, um país do tamanho da Europa toda, com 210 milhões de habitantes e quase 8 mil câmaras municipais, quando em Portugal há apenas 308?

  2. Estou atónita. O ano passado, A. Samora manteve um animado debate com um tal Jorge. Foi nos comentários a uma notícia, referindo que Carlos Carvalheiro, a alma do Fatias de cá, pedira a substituição da diretora do Convento.
    A. Samora foi bastante áspero, Jorge respondeu-lhe no mesmo tom, e a troca de mimos prolongou-se por 10 comentários. Não percebo portanto o que terá levado A. Samora a calar-se bruscamente desta vez.
    Assunto demasiado trivial, reles mesmo, para a sua alardeada superioridade intelectual, que nada justifica?

  3. Haja paciência

    Quero, em primeiro lugar esclarecer sobre aquilo que já se desconfiava: A. Samora é um pseudónimo. O meu nome é outro.
    Se de vez em quando me expresso por aqui ou por outro lado, umas vezes é para me divertir, outras até é com algum sentido cívico de intervenção. Tudo, claro, à mistura com um certo gozo que dá desmascarar o pedantismo destes intelectualzinhos de província cujo sentido de missão parece ser somente o de se exibirem cá na aldeia e morderem nas canelas de quem passe e eles não entendam o que digam ou porque se atrevem ao seu quintal. Bem podem rosnar.
    Como se vê pelo que escrevem foge-lhes sempre a pena para a baixeza e a ordinarice; para o pessoalismo: querem muito saber quem é.
    Mas metam isto nas vossas cabecinhas: o debate público não tem que ser uma conversa de beatas em latim. Pode ser até jocoso. Não precisa é de ser ordinário. As ideias valem por elas e não por quem as diz. Mas em Tomar – e Tomar é tão só um exemplo, bem apurado, aliás, de uma terrinha de província que assim faz os possíveis por assim continuar – em Tomar, dizia, se alguém diz alguma coisa, o que se pergunta em primeiro lugar é quem é esse alguém. E depois, consoante, ou se “desfaz” a pessoa, ou se bajula.
    Resta, pois, o anonimato. Serve perfeitamente para quem, como eu, não pretende carreiras, lugares ou reconhecimento.
    Mas seja como for, procuro sempre um mínimo de dignidade, abaixo do qual não vale a pena. Lembra aquela que já contei de que não se deve lutar com um porco, porque nos sujamos e o porco gosta. É forte mas é adequada.
    Mas há pessoas que, pelo que dizem, pelo modo como o dizem e até pelo fato que vestem quando o dizem, revelam uma queda irresistível pelo aporcalhamento que chegam a conspurcar o próprio espaço mediático que ocupam.
    Esse tal António Rebelo parece ser mesmo um deles. Ele até já teve um blog só dele, onde, em plena liberdade debitava toda a prosápia de que era capaz. Para o espaço mediático era um descanso tê-lo lá confinado. Mas como ninguém lhe ligava pêva, fechou aquele estaminé e resolveu aparecer por aqui armado em articulista do quer que seja desde que seja ele a falar. Gosta mesmo de se ouvir e de se impor.
    E quando alguém – e somos alguns – expressa mesmo a impaciência com aquele pedantismo, ele não tem mais nada: assume uma pluralidade de “identidades” (agora é de gajas) e vai de responder em ajuda do António Rebelo como se nós todos fossemos estúpidos e não percebêssemos aquela trapaça interventiva.
    Julga-se muitíssimo inteligente, avalia até a gramática e o “latim” dos outros, mas agarra-se a pormenores ridículos tentando exibir uma sapiência que, no fundo, esconde mesmo uma enorme incapacidade de entender sequer aquilo de que fala, quanto mais o que os outros dizem.
    No comentário ao seu artigo eu basicamente procurei mostrar o quanto admiro a postura e o modo de trabalho de uma ministra que trabalha sem ser para o mediatismo. O meu “alvo”, se assim se pode considerar, são os políticos de agora, do Jerónimo ao Marcelo, que se buirrifam para a autenticidade das coisas adoptando uma actuação de “soundbites” e eventos, jogando agora na “Sociedade do espetáculo”. E a par destes “políticos” temos também os articulistas de província que preferem babar-se a ver um Marcelo a beijar velhos que choram em pinhais ardidos, a uma ministra que, mal ou bem, procura fazer o seu trabalho com dignidade e sem show off.
    Com dignidade? Terá pensado esse tal Rebelo. Isso não é cultura!

    1. Só posso agradecer o seu esclarecimento sobre a sua desconhecida identidade, bem como toda a primeira parte deste seu comentário, aquela sobre a vidinha tomarense, com a qual concordo.
      Quanto ao resto, tem pouco ou nenhum valor, porque dito de forma cobarde, ao abrigo do anonimato. E depois ainda tem a distinta lata de vir acusar-me por usar pseudónimos. Ou de baixar o nível. Mas você afinal julga-se quem? Saído da coxa de Júpiter? Ou descendente directo pela linha masculina de algum vulto grande da nossa história? Tenha maneiras. Procure não exagerar. Atenha-se aos factos, que as suas opiniões são como as minhas, ou quaisquer outras -valem o que valem.
      Suponho que já terá lido, ou alguém já lhe terá dito que “o ódio é afinal uma forma de amor”. Dado que manifestamente, por aquilo que escreve a meu respeito, sabendo muito bem a quem se dirige (ao contrário do que acontece comigo, reduzido a escrever para um pseudo), convinha que mudasse de linha, pois eu já estou demasiado velho para amores, mesmo serôdios.
      Procure ser feliz, que eu farei o mesmo.

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