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Isto com umas animações de rua resolve-se

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Opinião de António Rebelo

Vantagens do progresso. Por assim dizer, e respeitando a verdade factual, consegui ouvir no verão uma entrevista de inverno, da srª presidente da minha querida terra. E não, não foi em diferido, não senhor. Estava apenas (e estou) no outro hemisfério, a sete mil e tantos quilómetros de Tomar, com o clima de todo ano. Entre 25 e 35 graus centígrados. Adiante.

Fiquei sossegado e bem disposto. Olhando o Atlântico e os coqueiros, lá ao fundo.  Nada mudou, segundo a senhora presidente. Nem ela. À esquina de uma resposta a confortável pergunta do jornalista de serviço, Anabela Freitas lançou uma das suas opiniões favoritas: “Embora haja sempre gente para dizer mal. Até pessoas para dizer mal de tudo.

Pois há, senhora presidente. Eu pecador me confesso. Por uma vez, a senhora está cheia de razão. Mas olhe que omitiu um detalhe importante. Esses malvados também votam, ou pelo menos têm o direito de votar. Mesmo os que dizem mal de tudo. Não são só os ciganos e a malta das festarolas e feijoadas. Infelizmente para a senhora? Lá mais para Outubro que vem, logo veremos quem está afinal enganado. Os críticos ou a dirigente eleita?

A dada altura, o António Feliciano, que é um excelente jornalista, manietado pelo contexto que todos conhecemos, lançou o problema dos atrasos e outros incómodos das obras na avenida Nun’Álvares. Prontamente, a srª presidente esclareceu. Tudo resulta afinal de dois factores. Por um lado, a empresa foi contratada por ter apresentado o menor preço a concurso. Mas entretanto a srª presidente já providenciou no sentido de eliminar essa cláusula de futuros concursos. Já basta o que basta.

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Por outro lado, se resolvesse suspender a obra e desencadear outro concurso, acrescentou Anabela Freitas, seria ainda pior. Haveria um atraso superior a seis meses. Vai daí, a câmara está a pressionar o empreiteiro, que uma vez concluída a obra, será multado. E a multa aumentará, consoante o atraso na conclusão. Fazendo votos para não estar enganada, a srª presidente avançou que a obra estará concluída no dia 24 de Dezembro. Deste ano!

Pensando talvez que a explicação era insuficiente para contentar os comerciantes da zona, fartos de desculpas e a arcarem com prejuízos nunca antes vistos, Anabela Freitas avançou com uma eventualidade de grande alcance e profundo significado. Eventualidade por que falou de eventos, de animações de rua, para atrair clientela. De grande alcance, porque se está mesmo a ver que é com mais umas festarolas de rua que os comerciantes da zona vão vender mais automóveis, mais radiadores, atender mais cães, fornecer mais combustíveis, vender mais sapatos…

De profundo significado, finalmente, porque quando a crítica local fala de uma autarquia de festas, feijoadas e subsídios, é logo apodada de má-língua. Eis senão quando, é a própria presidente a pensar em animações de rua. Na Av Nun’Álvares. Mesmo ao lado do conhecido acampamento típico. Querem que vos faça um desenho? Ou já perceberam a manobra?

À cautela, quiçá em segunda ponderação rápida, Anabela Freitas lá resolveu acrescentar que “embora o comércio daquela zona seja pouco sensível a animações de rua”. Ou seja, caso não haja animações, ou os clientes não aumentem em consequência, a culpa não será da autarquia.

O que me levou a pensar naquele provinciano (quando os portugueses ainda não eram todos hipercivilizados, julgam eles) que forçado a ir a Lisboa, para tratar de assuntos oficiais, resolveu aproveitar para procurar companhia feminina. Uma vez nos poisos habituais, foi perguntando qual era a tarifa do dia. -São 50 euros, querido. Meia hora, no máximo. Pagas o quarto.

À quinta ou sexta tentativa, resolveu abordar uma profissional mais velha e mais marcada, deduzindo que faria um preço mais em conta.

-São 60 euros, querido. Meia hora, no máximo. Pagas o quarto.

-O quê?! Então tu já não tens a frescura das outras, e ainda por cima levas mais caro?!

  • Pois é, mas a qualidade é outra. E eu no final ofereço um porta-chaves e elas não.

Assim vamos. A actual maioria também oferece animações de rua, feijoadas e subsídios, para tentar compensar as obras falhadas e outros fracassos.

Mas isto já é má-língua. A srª presidente não quererá recorrer ao poder judicial, por difamação?

Ou, no fim de contas, sabe muito bem que estou apenas a exercer, educadamente, o meu direito de discordar e a minha liberdade de opinião?

                                                                   António Rebelo

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20 comentários

  1. Nem mais Dr. Professor não podia estar melhor descrito a sua observação sobre a malfadada tristeza que nos assola.
    Enfim que mais podemos se nada podemos a não ser mudar nas próximas eleições.
    Mas será que será para melhor eis que não se vislumbra grande futuro.
    ABC
    M.

  2. Com o devido respeito (que fica sempre bem em qualquer circunstância), sou de parecer que no escrito supra, da srª dª Erica, há um erro de ortografia. Talvez apenas um lapso de digitação. Na última palavra, logo a seguir ao f deve ler-se um Ó.
    Porque realmente é mesmo isso que decerto incomoda a respeitável srª e não só. Pessoa megaculta, e nada amiga de alardear, lá deixou escapar um dia destes que já leu a República, do Platão. Vejam só!
    Além disso mostra estar bem na vida. Usualmente passeia pela urbe um casal de cães de companhia, que são uma doçura. E com nomes que, ditos ou lidos em conjunto, explicam tudo. O cãozinho é o ESTOFO, DIDA é o nome da adorável cadelinha.
    Nestas condições, resta um conselho e sobra uma sugestão de leitura. Vá tendo paciência para aturar quem não a merece (a sua paciência e a srª). Quando puder compre e leia O BODE EXPIATÓRIO, de René Girard, cuja tradução portuguesa acaba de sair. E depois, se assim o entender, caso tenha gostado do BODE EXPIATÓRIO, leia também “Coisas escondidas desde o início dos tempos” e “Mentira romântica e verdade romanesca”.
    Não tem nada que agradecer. Os amigos são para quando temos necessidade deles.

    1. Isso que você quer dizer com a troca do “e” pelo “o” é coisa que você já não pratica há muito tempo, a não ser que das duas uma: ou consome comprimidos azuis, ou manda alguém fazer por si para contento de alguém lá em casa. Aliás, segundo consta, hoje em dia isso está muito na moda entre pseudo-letrados e outros veados.. S.

      1. A srª cada vez está pior, ao contrário das bebidas que melhoram com a idade. Este seu comentário é do mais reles já aqui publicado. Se a srª nem sequer sabe quem eu sou, porque se põe a escrever considerações de uma pobreza de espírito confrangedora? Não entende que está a escrever porcamente sobre coisas que ignora totalmente, do tipo idade, saúde, atividade sexual?
        Qual é afinal o seu objetivo ao escrever semelhantes barbaridades, para não dizer outra coisa? Semear merda? Olhe que, quando menos esperar, pode suceder que o cheiro da dita seja para si demasiado forte e incomodativo.
        Dizem os árabes, povo paciente, “dá tempo ao tempo, que o tempo vai dar-te todas as respostas”. É só ir esperando.

    2. Gostei das suas piadinhas secas estilo facebook com os trocadilhos com os nomes. Coitado. A idade não perdoa. A natureza é lixada. Não tardará muito a achar piada aos traques que dá à mesa exibindo um sorriso de orelha a orelha com os dentinhos a espreitar…o de cima é o de baixo.
      Vá-se deliciando entretanto, e já agora, retomo a minha oferta de leitura que em tempos lhe fiz (já que você é um homem (?) de letras: se quiser empresto-lhe a minha colecção completa dos livros do Pateta. Vai ver que vai gostar. São muito coloridos e, imagine-se, estão escritos em brasileiro.

  3. Muito bem dito. Aliás… Em todos os sentidos. Está gente resolve tudo com umas festarolas, umas feijoadas… Esperemos que o COVID19 até lá não estrague os planos. Mas de uma coisa já sabemos, vai haver porco Vietnamita no espeto. Elas já andam lá a fuçar o relvado todo em vi pública…

    1. Calado e quieto, e de preferência na horizontal, na caminha a fazer o-ó, com a fralda posta e o copo de água na mesa de cabeceira coma esperereca lá dentro…

  4. A resposta é simples. Qualquer que seja a qualidade, que é sempre subjectiva, É MEU PRIVILÉGIO ESCREVER. PARA ISSO PAGO IMPOSTOS E VOTO DE QUANDO EM VEZ.
    Se e quando me dispensarem de pagar impostos, imediatamente deixarei, com todo o gosto, de aborrecer os pseudo alfabetos que pouco ou nada gostam de ler. E se molestam com opiniões divergentes.

  5. A quem possa interessar se informa que há em francês um verbo que não existe em português, pelo que a sua tradução é bem difícil. Trata-se do verbo RADOTER.
    Quando alguém diz para o interlocutor “Tu radotes”, isso significa que está a repetir-se de modo enfadonho e sem qualquer utilidade prática. (Como as obras da câmara.)
    Segundo os clínicos da especialidade, quando é frequente que alguém repita sempre as mesmas frases, a mesma argumentação, ou os mesmos factos, trata-se de um primeiro sintoma evidente da “doença do alemão”. Que só pode agravar-se com a idade. Convém por isso consultar quanto antes.
    Oxalá não seja o caso de nenhum dos participantes deste blogue. Mas pelo que tenho lido, é muito pouco provável.

      1. Assustou-se, foi?! A julgar pelo que vem escrevendo, tem boas razões para isso. Alzheimer não é maleita para brincadeiras e os indícios são fortes. Mesmas frases feitas, mesma argumentação torcida, mesmas acusações balofas ditadas por um evidente ódio irracional, que nada justifica. Parou algures no tempo. Infelizmente para si e para nós, seus leitores.
        Se já tem a minha idade, tudo bem. É frequente. Mas se ainda está na casa dos 50, ou menos ainda, ponha-se a pau, que é extremamente grave.

  6. Os comentários não adiantaram nada sobre a questão inicial mas, numa das respostas, parece estar identificado o autor ou autora. O gestor do blog que tenha atenção no que respeita a proteção de dados e “fugas” de informação.

  7. Eu quero acreditar que os comentários que se fazem, sejam em relação ao que se descreve. Opiniões são isso mesmo. E como em tudo, concordamos ou descordamos. Mas é de muito mau gosto os comentários que aqui se têm feito. Em especial a Erica.
    Minhas senhoras e meus senhores, ataques pessoais ou qualquer outra línguagem usada que ande perto da má educação não deve ter espaço aqui. Somos todos adultos, espero eu, somos todos civilizados, espero eu…e por isso espero que as pessoas saibam e tenham noção do que dizem. Guardem essa energia, essa raiva e vamos concentrar no que é importante. Boas e melhores soluções para Tomar. É para assim e por isso que nos preocupamos com o concelho. Obrigado.

    1. Obrigado Thomas. Eu não diria melhor.
      Estou porém quase certo que o efeito será praticamente nulo. No meu entender, a solução mais simples e mais eficaz seria a administração do blogue eliminar preventivamente todos os comentários sem óbvia relação temática com o texto inicial. Sobretudo os escritos sob pseudónimo.
      Mas compreendo que quem administra não tenha tempo para tais cuidados, pois também há a necessidade de angariar o pão de cada dia.
      Que há neste blogue alguns comentários que até numa antiga tasca, ou numa casa de meninas chocariam, disso não tenho dúvida.
      Agora só falta a dª Erica, na sua fingida parvoíce, vir afirmar que Thomas é mais um pseudónimo meu. Mais enormidade, menos enormidade, penso que o crédito de quem assim escreve andará próximo do zero. Mas nunca fiando. Basta pensar no Trump, que até conseguiu mais de 70 milhões de votos.

  8. Uma forma de descredibilizar um blog é inunda-lo com textos sem relação com o que se pretende debater ou opinar. Pior ainda quando o que se opina é simplesmente insulto gratuito. Consultar o site passa a ser fastidioso e até deprimente. Por isso, se se pretende garantir a sobrevivência deste lugar de troca de opiniões, introduzam o sistema de prévia validação de textos. E não venham com a história de imitar a censura prévia do antigo regime.

  9. Também ouvi, ou melhor, ando a ouvir pois estou com dificuldade em digerir muito do que ficou dito.
    Recomendo que ouçam a peça (jornalística) e pensem um bocado sobre o estado do Concelho.
    É a história das infraestruturas, das prioridades orçamentais, do parque industrial – o atual e o futuro – das obras. Realmente não sei se há alguma coisa que nos deixe descansados.
    E pior, como se viu na sessão do PDM, a culpa é da legislação nacional, das imposições dos ministérios, das exigências das CCDRs.
    Ficamos sem saber se podemos contar com o Município.

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