Mais de metade (56 %) das 537 vagas disponíveis no Instituto Politécnico de Tomar (IPT) ficaram, na 1ª fase, por preencher neste ano letivo 2023/2024. Matricularam-se apenas 229 alunos.
Dos 17 cursos disponíveis no Instituto, 5 não atraíram alunos (0 colocados) e apenas 6 registaram uma procura acima dos 50 %.
O Curso em Turismo encontra-se em risco depois de ter captado só 5 matrículas para as 35 vagas disponíveis.
O IPT prossegue assim a tendência para a irrelevância já anteriormente apontada pelo mais recente estudo da OCDE sobre o estado da arte em matéria de ensino superior em Portugal.
O IPT é dos estabelecimentos homólogos que apresentou menos vagas iniciais em Portugal (2,5 %), tem o menor número de alunos colocados (1,6 %) e regista o maior número de sobras: 6,2 % em termos nacionais e 56% das suas próprias vagas.
De facto, num total de 17 cursos e 537 vagas, o IPT conseguiu captar 229 alunos que preencheram menos de metade das vagas (43 %) para efetuarem a matrícula.
Cinco das ofertas formativas do IPT (2 cursos em Abrantes e 3 na Escola de Tecnologia de Tomar) não captaram qualquer candidato e 6 dos 17 cursos disponíveis registaram uma procura inferior a 50 %.
Cabe aqui a interrogação que apresentei antes das eleições de 14 de junho de 2023 (cuja validade aguarda confirmação nas instâncias competentes): haverá justificação para tão acentuado desajustamento entre a oferta do IPT e a procura dos alunos candidatos?
Afigura-se preocupante o número de alunos matriculados numa área chave como a do curso de Turismo: 5 alunos matriculados para as 35 vagas abertas (uma quebra súbita). Mas os números dececionam ainda no curso de Informática e Multimédia: 4 alunos matriculados para 25 vagas, e no curso de Tecnologia Química: 2 alunos matriculados para 20 vagas.
Apenas 6 dos cursos que ministramos registaram uma procura superior a 50 % das vagas abertas. São eles Gestão de Empresas e Gestão de Recursos Humanos (ESGT), Comunicação Social e Jornalismo (ESTA), Conservação e Restauro, Design e Artes Gráficas e Engenharia Informática (ESTT).
O Instituto Politécnico de Tomar sobressai como a instituição de ensino superior do país que viu diminuir o número de colocados na 1ª fase, o número de vagas iniciais e o número de matrículas.
Em Tomar, a Escola de Gestão contribui com 79 alunos (54 % da sua oferta), e a de Tecnologia com 106 alunos (40% da sua oferta) e Abrantes com 44 alunos (35 % da sua oferta). São muitos milhões de euros que o Estado investe com 229 alunos (43 % da oferta). Resta adivinhar até quando.
O Politécnico de Tomar no ensino superior do país
As vagas no IPT representam 1% dos alunos no ensino superior e 2,5% dos alunos nos politécnicos. Contudo, os alunos colocados no IPT representam apenas 0,6% das universidades e 1,6% dos politécnicos. Alarmante é o desvio que se verifica entre a oferta e a procura que no caso do IPT é 46,2 % de sobras enquanto no país aquele valor é de 9,6 %. O valor de sobras é ainda mais preocupante já que o número de vagas iniciais é pequeno (537). Registe-se que aquele desvio é ainda maior após matrículas, apresentando um valor de 57 %.
O Politécnico de Tomar e os Politécnicos no País
O IPT apresenta os piores resultados entre os Politécnicos do país: tem o menor número de alunos colocados (287), a menor percentagem de preenchimento das vagas (54 %), é o menos representativo no país (1,68 %) e tem a maior percentagem de vagas sobrantes (46,2 %). Dos politécnicos do interior está a par de Beja e Portalegre no número de vagas iniciais, mas muito abaixo no número de colocados (Portalegre 392, Beja 309). Tomar fica-se pelas 2 centenas (287). Os restantes politécnicos do interior estão com uma performance que se destaca relativamente ao de Tomar no que respeita a colocados: Bragança coloca 1147 alunos, Viseu 908, Santarém 815, Cávado e Ave 737, Castelo Branco 690 e Guarda 562.
Mesmo que as entidades competentes não queiram atender às irregularidades que denunciei relativamente ao processo eleitoral, e ao próprio ato eleitoral, sobre as quais aguardo decisão superior, podemos contar que não temos futuro previsível.
Vem a propósito esclarecer, sobre o processo eleitoral e o último ato eleitoral para a liderança do IPT, que apresentei reclamação junto da presidente do Conselho Geral (CG) e dei conhecimento dos factos à tutela. Os documentos que recolhi foram enviados para a Inspeção Geral do Ensino Superior que se pronunciou no sentido da matéria denunciada não ser matéria inspetiva e logo não ser da sua esfera de competências, declinando pronunciar-se.
Neste quadro, a presidente do CG solicitou um parecer jurídico sobre a matéria, a um advogado pago pelo IPT, que foi desfavorável à minha reclamação. Isto apesar de eu ter manifestado que seria adequado pedir parecer a um advogado independente, escolhido em comum acordo.
Em consequência deste desenvolvimento solicitei um parecer jurídico sobre o assunto que me é favorável e onde se sublinha que é impugnável a eleição pelas razões que denunciei anteriormente: nem Júlio Filipe, nem Maria Graciete e Marta Margarida poderiam ser eleitores, o primeiro por manifesta incompatibilidade e as segundas por não terem sido empossadas.
O requerimento competente e as conclusões do parecer que solicitei já se encontram no gabinete do Secretário de Estado, com conhecimento à Ministra da tutela. Aguarda-se resposta.
PS – Os valores das Escolas de Enfermagem de Lisboa, Porto e Coimbra estão alocados aos valores dos Politécnicos daquelas cidades
*Professor Coordenador
Candidato a Presidente, eleições 2023
A agonia do Instituto Politécnico de Tomar outrora prestigiado.
Um corpo docente composto por licenciados com uma especialidade por não terem conseguido fazer os doutoramentos à custa do PRODEP, im ambiente tenso, a desmefida ambição do atual presidente leva o IPT a uma pior situação em cada ano que passa. Não percebo o porquê dos tomarenses e responsáveis políticos não tomaram uma posição forte contra esta direcção, com dois vice presidentes e cinco pró presidentes. É a confissão publica da incompetência para o cargo.
Acordar tarde, ou andar a “assobiar para o ar”, é no que dá…o panorama descrito, muito preocupante para a cidade, já dura há alguns anos.
Porquê só agora este alerta, talvez tarde de mais…?
E quais são as medidas propostas, em concreto, para tentar alterar este estado alarmante?
Ou é só questão de ganhar as eleições, e de satisfazer o ego?
Há de facto muito a melhorar no IPT e esse devia ser o foco de todos os profissionais da casa. Pena que alguns, para além de não o fazerem, ainda fomentam o que de pior acontece, como se da fraqueza do IPT, algum dos seus profissionais possa fazer sua mais valia. Com franqueza, Mendes… O que é que seria diferente se tivesse ganho as eleições? O seu programa era melhor? O seu desempenho como funcionário do IPT é de modo a inspirar a confiança de alguém? E o seu desempenho como professor, tem contribuído para o prestígio do Instituto ou antes pelo contrário?
este assunto infelizmente, que eu saiba e sei muito pouco, tem pelo menos 20 anos…..