Funeral do professor Arlindo Marques ainda não está marcado

O funeral do professor de música Arlindo Marques só deverá realizar-se na quarta feira, dia 20, após a realização da autópsia, que também ainda não está marcada.
Aos 66 anos, Arlindo Marques, professor de música em Tomar, morreu repentinamente em sua casa na estrada de Leiria, no sábado, dia 16.
O seu desaparecimento deixou em choque os seus muitos alunos a quem ensinou guitarra desde os anos 80, alguns dos são hoje figuras proeminentes na música. Moisés (dos Quinta do Bill), Quitó de Sousa (professor de música em França) e José Santos (professor de música em Ourém) são apenas alguns exemplos.
Lecionou na Canto Firme, na escoa Nun’Álvares, no Conservatório Regional de Tomar, na Universidade Sénior de Tomar, entre outras instituições.
Era filho de Américo Marques Migalhas, um mestre da arte da latoaria, falecido nos anos 80. A sua irmã, Otília Marques, seguiu as pisadas do pai sendo atualmente a única latoeira em Tomar.
Arlindo Marques era casado com Maria Aurora Bernardo Marques, também professora de música, com quem teve quatro filhas.
No Facebook, largas dezenas de pessoas publicaram mensagens de pesar, de homenagem e de despedida a um homem que deixou a sua marca no ensino da música em Tomar. Transcrevemos algumas dessas mensagens:
A vida às vezes não é justa… uma pessoa querida, pessoa rara, amiga, guia… Descanse em paz, vamos nos encontrar novamente
Quito De Sousa está a sentir-se triste.
O meu primeiro professor de guitarra e de muitos músicos Tomarenses. Até sempre Arlindo
José Santos
Fez parte dos primeiros professores a leccionar na Canto Firme. Descanse em paz.
Rosário Sousa
Triste.
Quando estivemos em Março aí em Tomar, ainda combinámos umas guitarradas…
Fica para uma próxima Arlindo.
Abraços a todos e família.
Jorge Rivotti
Tive o privilégio, embora, com o meu caminho na vida avançado, ainda fui a tempo de o conhecer como meu, Professor, Arlindo Marques, sua calma e paciência me ensinou a dar grandes dedilhados e belos na guitarra clássica.
Obrigada.
Que Deus o receba no Seu Reino…
À família beijinhos.
Isabel Pereira
Grande HOMEM. Terrível notícia. Deixa saudades; uma serenidade e humildade associada a um profissionalismo ímpar! Uma perda enorme para a nossa comunidade onde o Arlindo (professor Arlindo) participou ativamente cumprindo o seu papel inestimável de profissional competente. Obrigado Arlindo. O Tomar que o conheceu está-lhe profundamente agradecido: Eu sou uma das testemunhas disso mesmo! Abraço sentido à família que perde um Homem destes.
António Paiva
Sentimentos a toda a família
Grande amigo, professor e músico. Obrigado por tudo amigo.
Rui Sérgio
Estou mesmo em choque. 2022 tem sido mesmo madrasto. É o segundo amigo que me desaparece de repente, em pouco tempo. Para ti Aurora e para as tuas filhas um beijinho muito especial. A ti, Arlindo, vamos encontrar-nos um dia sem o sofrimento da morte. Tu partiste mas deixas uma obra de que te podes orgulhar, bem como toda a tua família. Tomar ficou mesmo mais pobre…Adeus Amigo!!!
Eduardo Ramos Pinto
Um grande professor, e um grande ser humano! Vai deixar muitas saudades a quem com ele lidou de perto. Fez dos meus filhos uns excelentes músicos. Ainda hoje me falam dos concertos que eles faziam com ele na sinagoga e no convento, sobretudo o Gustavo. Paz à sua alma, e sentidos pêsames à sua família.
Maria Elvira Do Canto
Tomar ficou mais pobre.
Partiu um homem bom.
Sentimentos à família.
Helena Chambino
A música e todos nós ficamos mais pobres, sentidas condolências à família.
Jose Luis Sirgado Mirandela
O Migalhas partiu com a sua viola e a sua música.
Tomar mudou muito e caiu numa espécie de anomia.
Muitos, hoje, não saberão quem é o Arlindo Migalhas…
Nem que herdou o “Migalhas” do pai que foi um grande senhor de outra arte.
O Arlindo faz parte da história da música em Tomar e não se pode falar de música, do ensino da música e de espetáculos musicais em Tomar esquecendo o Arlindo Marques, o Migalhas.
Desde os anos 70 quando nós, os jovens da época, nos encontrávamos numa sala da torre da Igreja de S. João Baptista porque eramos o Coro da Igreja.
O Arlindo estava lá.
E estava lá a Aurora com a sua voz celestial.
A música juntou-os no amor a dois.
Fomos ambos professores na Nun’Álvares mas era a viola que era a “sua praia”.
Visitei-o algumas vezes na sua casa e a viola estava sempre presente.
Foi professor de viola da minha filha… como de muitos outros a quem abriu as janelas da música.
Escolheu ser discreto.
Não procurou palcos, nem protagonismos mediáticos.
Viveu a música
Sempre a música.
E saiu de cena, como viveu… sem alarde.
Para ele, as palmas de pé que nunca procurou.
Para a Aurora,
um abraço
Maria Luísa Patrício
