
O padre de Dornes, Areias, Bêco, Chãos e Paio Mendes, no concelho de Ferreira do Zêzere, recusa a transferência ordenada pelo bispo de Coimbra e garante que não tenciona mudar e tomar posse de novas paróquias.
Determinado, o padre Manuel Vaz Patto anunciou num comunicado público que não aceita ser transferido para Oliveira do Hospital, a partir de outubro, conforme pretende o bispo de Coimbra, Dom Virgílio Antunes.
“Estando ainda por acabar o meu mandato, e pelo respeito que me merece a ligação sacerdotal que me une a todos os meus paroquianos das minhas actuais paróquias de Areias, Bêco, Chãos, Dornes e Paio Mendes, sempre recusei a proposta de transferência desde que me foi feita pela primeira vez pela diocese há cerca de um mês atrás, não fazendo tenção de me mudar e tomar posse de novas paróquias”, anunciou o pároco.
Acrescenta que recusa esta transferência “por um sentido de responsabilidade, por ser um direito que me assiste, por não ter o hábito de abandonar os fiéis, por não ser uma mudança razoável ou necessária e por se saber que criaria problemas”.
Para o padre “não é de todo claro que não haja interferência de pressões indevidas e falsos ataques à minha honra a que a diocese, após mais madura reflexão, não iria querer ou não poderia ceder em detrimento dos fiéis, e sobretudo quando o processo em causa não está a ser feito como manda a lei da Igreja”.
Manuel Vaz Patto sublinha que “este desrespeito das normas canónicas relativas a estas situações e pensadas para protecção do bem dos fiéis, tal como a minha não aceitação da transferência, foram assinalados à diocese repetidamente e por escrito, tanto antes como depois da publicação das novas eventuais nomeações, o que tornaria qualquer tomada de posse das minhas paróquias contrária à lei canónica, sabendo que esta, vindo da autoridade suprema da Igreja, obriga a todos, tanto fiéis como pastores”.
Logo que o bispo publicou a lista de nomeações de clero da diocese de Coimbra para o ano de 2024-2025, a 31 de julho, foi lançada uma petição na internet, já com mais de 400 subscritores a pedir a permanência do padre Manuel Vaz Patto que, durante oito anos, com algumas polémicas pelo meio, deixa obra feita, como se pode ler no texto da petição.
“É do conhecimento de toda a Unidade Pastoral de Ferreira do Zêzere, a dedicação do Sr. Prior Manuel Vaz Patto a todas as Paróquias. As igrejas estão lindas como podemos ver, as capelas estavam fechadas mas voltaram a ser abertas, recuperadas e a ter missa. O Santuário em Dornes passou a estar aberto diariamente, por um grupo de voluntários criado pelo Sr. Prior Manuel Vaz Patto”, realçam os subscritores.
Este braço de ferro entre o padre Manuel Patto e o bispo de Coimbra promete gerar polémica, mas necessariamente vai ter de chegar a uma decisão, sendo certo que os padres devem obediência ao bispo.
A partir de outubro, está previsto que passem a liderar a igreja em Ferreira do Zêzere Jan Piotr Stawicki (Pe. João Pedro) e Pe. Wojiech Kubrak (Pe. Adalberto) ambos padres palotinos, polacos, atualmente párocos de Corticeiro, Febres, São Caetano e Vilamar, no arciprestado de Cantanhede.
A atitude do padre Manuel Vaz Patto ao recusar a transferência ordenada pelo seu bispo é lamentável e contrária ao espírito de obediência que deve caracterizar um sacerdote. Este não é um caso de um padre em situação de guerra, fome ou desastre humanitário, onde a sua presença é essencial para a sobrevivência de uma população. Trata-se de uma decisão pastoral comum, dentro da estrutura organizacional da Igreja, e a sua resistência apenas contribui para aumentar a má fama de uma instituição já criticada por muitos.
Ao desafiar publicamente o seu bispo, o padre está a colocar os seus interesses pessoais acima do bem maior da comunidade e da Igreja. Além disso, este tipo de comportamento transmite uma imagem de desunião e indisciplina, alimentando as críticas que frequentemente se fazem à Igreja. Como líder espiritual, espera-se que um padre seja um exemplo de humildade e obediência, promovendo a paz e a união entre os fiéis, em vez de fomentar divisões e controvérsias desnecessárias.
Caro Rúben, os meus parabéns pelo seu comentário sensato e explicativo, finalmente consegui ler aqui um comentário que merece respeito.
Sou paroquiana numa das paróquias deste padre. Posso dizer que sempre tive uma participação ativa que suspendi com a vinda deste padre por não me rever nas suas atitudes. A prepotência, a falta de educação e respeito por todos os que o rodeiam que presenciei e vivi fizeram com que me afastasse e deixasse de frequentar o culto na minha paróquia. Delapidou património, desapareceram objetos de culto, alguns com muitos anos, fez obras numa igreja do séc. XVI sem acompanhamento de qualquer entidade credenciada, que descaracterizaram completamente o altar mor, enfim sempre agiu como se fosse dono de tudo e de todos. A sua avidez por dinheiro fê-lo cobrar valores absurdos por funerais e outros actos quase que em função da cara do paroquiano, tudo à revelia da diocese pois nem sequer existe uma tabela de emolumentos aprovada por esta. Utilizou critérios distintos sobre quem podia ou não ser padrinho. Já nem falo nas missas que continuou a dar em tempo de pandemia, com a proibição de ajuntamentos, ou as missas em latim, proibidas pela Santa Sé, que ainda hoje acontecem à revelia. Infelizmente conseguiu utilizar o seu ascendente sobre várias pessoas aproveitando-se da sua fragilidade emocional que agora se prestam a comportamentos pouco dignos de um cristão, em defesa de um padre que, na minha perspetiva, professa unicamente as suas convicções e que a muitos envergonha, e que estou certa de também eles se sentirão envergonhados quando perceberem como foram instrumentalizados por este padre para servir unicamente os seus interesses. Não me surpreende, portanto, esta atitude de desrespeito pela ordem emanada pelo seu superior, o Sr. Bispo., porque, de facto, este senhor sofre de um complexo de superioridade.
infelizmente vejo aqui muitas mentiras por exemplo no Bêco onde estou a vontade para falar é uma Igreja do século XVI havia obras urgentes a fazer o Padre Manuel tratou de tudo foram feitas por uma firma competente acompanhadas por entidades exteriores com competência para exercer havia muitas coisas escondidas que depois de restauradas estão expostos quanto a ser arrogante e não falar com as pessoas também não é verdade pois ele escuta as pessoas agora se me disserem que a palavra dele é a última isso já concordo
É a sua opinião, que respeito. Como espero que respeite a minha. Mas sugiro que ouça outras partes envolvidas até em matérias que não referi, e depois faça o seu julgamento. Quanto às obras feitas na igreja do Beco, devo relembrar que se trata de um imóvel classificado como de interesse público por isso qualquer intervenção carece de acompanhamento por entidade credenciada. Contudo, talvez não saiba que outras igrejas e capelas que tiveram obras não têm essa classificação e nessas, quem mandou e desmandou foi o sr. padre. Patto, segundo o seu gosto pessoal. A parte de não ser arrogante porque escuta mas a última palavra é dele, confesso que não percebi. Se escutasse, e refiro-me a ouvir e saber colocar-se no lado do outro, certamente que a última palavra não seria sempre a dele. Digo ainda que me entristece muito toda esta situação porque os paroquianos de Areias, Bêco, Chãos, Dornes e Paio Mendes não merecem ser alvo de chacota por causa das ações de um padre.
Concordo com tudo o que disse. Arrogância e prepotência são as melhores palavras para definir este sr. Não demonstra qualquer respeito pelo próximo.
Acho também deploráveis as atitudes dos seus “seguidores”.
Uma petição que poderia ser legítima, se de facto demonstrasse a vontade dos paroquianos é assinada maioritariamente por pessoas estranhas às paróquias que desconhecem o que lá se passa. Só isto demonstra a desonestidade intelectual destas pessoas. Colocar o Sr. padre como vitima de perseguição é o expoente máximo da desonestidade quando é o sr. padre o primeiro a expulsar paroquianos da igreja que apelida de sua! – eu presenciei uma cena destas na minha paróquia e tenho conhecimento de outras.
Vergonhoso