Quais são os principais erros na utilização dos cartões de crédito?

Em novembro do ano passado, foram disponibilizados, segundo dados do Banco de Portugal, mais de 85 mil cartões de crédito, correspondendo a um valor de crédito de 128 milhões de euros.
Esse montante serviu para que muitos consumidores adquirissem produtos e serviços ou pagassem faturas de energia e telecomunicações, sem precisarem de se preocupar em ter dinheiro físico na carteira.
A agilidade e flexibilidade na gestão da vida financeira são, essencialmente, duas das grandes vantagens oferecidas pelos cartões de crédito, tornando-os presença regular no dia a dia de muitos portugueses. Contudo, existem ainda outros benefícios que merece conhecer.
Vantagens oferecidas pelos cartões de crédito
Algumas das vantagens oferecidas pelos cartões de crédito podem incluir:
- Fracionamento de pagamentos
- Período de 20 a 50 dias de crédito sem juros
- Cashback, que devolve uma percentagem do montante utilizado
- Descontos em combustíveis, moda, tecnologia, entre outros
- Acumulação de pontos, que posteriormente podem ser trocados por produtos ou serviços de parceiros da instituição financeira
- Contactless, tornando os pagamentos presenciais mais rápidos e seguros
- Definição do limite de crédito de acordo com as suas necessidades
- Seguros gratuitos associados ao cartão
Apesar de serem inegavelmente úteis, nem sempre os cartões de crédito são utilizados da melhor forma. A seguir, conheça os principais erros que podem comprometer o seu orçamento e estabilidade financeira.
Principais erros na utilização dos cartões de crédito
1. Não monitorizar as despesas
Perder o controlo dos seus gastos é um dos erros mais graves ao usar um cartão de crédito. Se não acompanhar regularmente o extrato do cartão — disponível via netbanco ou na app da instituição financeira — é muito fácil gastar mais do que o inicialmente previsto.
Além de identificar os valores e locais de cada compra, consultar o extrato ajuda a detetar pagamentos que não foram autorizados, permitindo que atue rapidamente junto do seu banco.
2. Não conhecer a data de pagamento do cartão
Normalmente, todos os meses, num dia específico, o montante a liquidar do cartão de crédito (percentagem ou valor fixo, conforme o contrato) é debitado na conta à ordem associada.
Esquecer-se dessa data ou não ter saldo suficiente pode acarretar taxas e juros de mora, o que se traduz em custos adicionais. Por isso, mantenha-se atento às datas de débito e assegure-se de que tem fundos disponíveis.
3. Levantar dinheiro com o cartão de crédito no multibanco
Efetuar levantamentos no multibanco (cash advance) ou transferir dinheiro para a conta à ordem associada ao cartão de crédito implica o pagamento de uma taxa adicional de cerca de 4% sobre o valor levantado, além de possíveis juros se não tiver o pagamento do cartão a 100%.
Para evitar despesas extra, prefira sempre usar o cartão de débito quando precisar de levantar dinheiro.
4. Usar o cartão de crédito como extensão do salário
Considerar o cartão de crédito como parte do seu ordenado é um erro frequente que pode levar a endividamento excessivo. Se utilizar o limite do cartão para despesas habituais, pode entrar numa espiral de dívida difícil de controlar.
Opte por usar o crédito apenas em compras pontuais ou essenciais. Lembre-se de que, se não estiver a pagar o cartão a 100%, terá ainda de suportar os juros associados.
5. Realizar apenas o pagamento mínimo do extrato
Quando não consegue pagar a totalidade do extrato, o banco autoriza o pagamento de um valor mínimo. Embora esta solução possa ser útil em situações pontuais de dificuldade financeira, utilizá-la regularmente faz com que a dívida se acumule e os juros aumentem, chegando ao ponto de nem conseguir usar o cartão.
O ideal é evitar o pagamento mínimo sucessivo e, se for inevitável, tentar amortizar o valor em falta o mais rapidamente possível.
Ao conhecer estes erros e saber como evitá-los, estará mais preparado para tirar o melhor partido do seu cartão de crédito, aproveitando os benefícios oferecidos sem colocar em risco a sua saúde financeira.