
A pouco e pouco lá vão avançando as obras de requalificação da estalagem de Santa Iria, situada no Mouchão em Tomar.
Continuamos sem conhecer o projeto, nem há qualquer informação pública sobre o que ali está a ser feito, apesar de o edifício ser propriedade da câmara.
A estalagem está fechada desde fevereiro de 2018. A autarquia lançou um concurso para concessão da unidade hoteleira que, depois de alguma polémica e muitas dúvidas, foi ganho pela empresa “Era Uma Vez Em Tomar, Lda”, cujas quotas foram posteriormente compradas pelas empresas Ninho do Falcão – Actividades Hoteleiras Lda (dona do Thomar Boutique hotel e da Guest House ThomarStory) e Oldnewhouses, Gestão de Empreendimentos, Lda (dona da Casa dos Ofícios).
E é atualmente este consórcio que, depois de apresentar o projeto à câmara e das necessárias aprovações pelas diversas entidades, está a realizar as obras desde novembro de 2021.
Visível do exterior nesta altura é a colocação da nova cobertura, praticamente concluída.
Obras na estalagem de Santa Iria decorrem sem qualquer informação pública
Tudo calado, enquanto alguns ratos se vão governando.
Quem venceu o estranho concurso público de concessão, mais tarde posto em causa por funcionários superiores da autarquia, foi a empresa Sólido favorito lda. , de Leiria. Após uma série de peripécias, tipo leis e justiça do velho Oeste americano, na época do copnhecido juíz de Pecos, o direito à concessão foi vendido a outra empresa, cujo nome é bem explícito: “Era uma vez em Tomar”. Seguiu-se a compra do referido direito pelos seus atuais proprietários, que têm vindo a obter facilidades antes negadas às empresas de Leiria. Assim como o mote da água do Vimeiro: Tomar está primeiro, para quem paga em dinheiro.
Agora adivinhe o leitor o motivo ou motivos que levam os atuais concessionários a não cumprir as leis e regulamentos urbanísticos em matéria de obras, mesmo sendo a estalagem da câmara, bem como o que leva a maioria PS e a panelinha autárquica a calarem-se perante tal desaforo.
Disse-me uma das ratazanas nabantinas bem informadas que é bem capaz de ter tudo a ver com um obscuro “plano de pormenor” dito do “parque da cidade e do Açude Pedra”, do tempo do imperador Paiva, entretanto esquecido após ter sido usado como empecilho legal para sacar prebendas.
Tomar cada vez melhor.