Analisando a lista dos mais de 200 candidatos a assistente operacional na área da educação num concurso lançado pela câmara de Tomar, identificamos os nomes do presidente da junta da Sabacheira e atual secretário na câmara, António Graça, bem como da adjunta da presidência, Joana Nunes, que é também vogal na junta de freguesia urbana, ambos eleitos pelo PS.
O concurso para “constituição de reservas de recrutamento em regime de contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado para a categoria de assistente operacional na área da educação” foi aberto pela câmara em dezembro de 2022.
Segundo a lista publicada no site oficial, foram admitidos 204 candidatos e 29 foram excluídos.
Entre os admitidos estão aqueles dois candidatos, ambos licenciados (Joana Nunes tem mestrado), que integram o staff da câmara e são dirigentes do PS local.
Outro autarca que se candidatou no concurso, foi o deputado na assembleia de freguesia urbana, eleito pelo PS, Rui Bugalhão.
Apesar de todos os interessados poderem candidatar-se ao concurso, há quem veja nesta corrida aos lugares na administração local como uma forma de entrarem para os quadros e depois subirem de categoria, de acordo com as suas habilitações.
Este concurso é da responsabilidade do vereador Hugo Cristóvão, líder local do PS que, na câmara, tem a tutela do pelouro dos recursos humanos.
A lista dos candidatos pode ser vista aqui
Isto só vem reforçar o que eu escrevi há tempos sobre a competência que um futuro governo há-de atribuir às câmaras municipais na contratação de assistentes operacionais e até mesmo de professores para as escolas. O regabofe vai ser indescritível com actos de nepotismo que desafiarão a decência.
A prova está aqui. Uma mestrada a candidatar-se a um posto de trabalho remunerado com o ordenado mínimo???!!! Vê-se mesmo que aqui há jogada mafiosa. Uma mestrada a limpar retretes e a varrer o chão???!!!
Imaginem quando esta tourada chegar à sala de aula com os professores a serem escolhidos não pelo seu curriculum académico e profissional, mas pela sua filiação partidária ou ligação familiar a quem estiver em posição de decidir.
Aqui a tempos fui a Tejo Ambiente e estava a Sra. da limpeza agarrada ao computador a procura das teclas……neste caso é ao contrário…….o problema deste país e o povo português….para não usar adjectivos que hoje em dia as sensibelidades são muitas, vou só dizer que o povo é isto e aquilo….
NÃO HÁ AQUI ILEGALIDADE BENHUMA
Seria mesmo muito mau que um autarca eleito, fosse por que partido fosse, não pudesse candidatar-se a um qualquer lugar da administração pública para que esteja ou se considere devidamente habilitado. Seria uma discriminação que nos envergonharia a todos.
Mas vejamos melhor como a coisa funciona.
Em primeiro lugar, e para que fique bem claro, a hipótese de esta gente vir a ocupar o lugar e a exercer as actividades do posto de trabalho são pouquíssimas ou nenhumas.
Não é que não entrem ou não sejam seleccionados no concurso. Pois se eles têm tantas habilitações e são tão conhecidos por quem montou todo o esquema e está à espera deles, como é que que não hão-de ser seleccionados?! Isso está praticamente garantido!
Mesmo no caso de terem de ocupar o posto de trabalho por uma temporada, também é garantido que nunca teriam de “vergar a mola” em conformidade. Para isso, como toda a gente sabe, hão-de vir os do Centro de Emprego, aqueles desempregados subsidiados que, se não forem, ficam sem o subsídio.
Assim, convém não esquecer, que os lugares no concurso que verdadeiramente devem interessar às pessoas que honestamente precisam e estão adequadas àquele trabalho, serão os segundos e terceiros. Que são as posições que serão de imediato chamadas quando o lugar vagar porque quem o “ganhou” já se passou para onde pretendia de facto ir.
Mas estas duas peças de facto não concorreram para aquele trabalho que, como é óbvio, é indigno de tantas habilitação e do cartão partidário que têm no bolso da camisa do lado do coração.
Porque o objectivo do concurso foi, concreta e objectivamente, entrar para a função pública. É que há muitos concursos na administração pública que são de “mobilidade interna” que exigem uma vinculação prévia. E essa tal vinculação à função pública até como coveiro se obtém. Assim, uma vez entrados/as nestas categorias mais baixas, é só pôr o cartão e os contactos a trabalhar outra vez e o objectivo estará atingido.
Tudo limpinho, tudo legal.
Aqui não há ilegalidade nenhuma.
Há só filhadaputice.
Sr. A. Samora o coelhinho foi com o pai natal e o palhaco no comboio ao circo……acorde para a vida…….onde andarão os portugueses?
Recentemente foram admitidos também os seguintes indivíduos:
– Susana Gaspar, irmã da companheira do Vice-Presidente da autarquia;
– Filipe Pires, membro da comissão política do PS;
– Ricardo Simões, membro da comissão politica do PS e eleito para a Junta Urbana;
– António Freire Soeiro, neto do falecido Miguel Freire (ex-Presidente da Junta de Freguesia de Asseiceira) e que representou o avô na homenagem que lhe foi prestada pelo PS;
– Emanuel Almeida, um designer de interiores com ligação a Hugo Cristóvão, não se vislumbrando qualquer razão para contratar uma pessoa com esta formação…
– Joel Simões, companheiro de Joana Nunes, Adjunta da Presidente
– José Ferreira, relação próxima com o mandatário do PS, Dr. Correia Leal.
De destacar também Jorge Claro, amigo pessoal do Vice-Presidente que veio através do procedimento de mobilidade, Tânia Franco, mais uma socialista que integra os órgãos autárquicos da Freguesia de Asseiceira e João Fragoso, um amigo pessoal da Vereadora Filipa Fernandes que recentemente passou a integrar o mapa de pessoal dos Recursos Humanos. Destaque também para Pedro Almeida que veio em mobilidade da autarquia de Loures e acabou por ser candidato à Junta de Olalhas apoiado pelo PS. Carlos Gonçalves foi também uma escolha politica deste executivo para comandar os Bombeiros que posteriormente acabou por ocupar lugar no mapa de pessoal da autarquia.
Trata-se de um claro abuso de poder do vice-presidente que detem o pelouro dos recursos humanos e a Educação, serviço pelo qual são abertos a maioria dos lugares aqui referidos. Uma clara e desavergonhada forma de distribuir emprego público pelos amigos e militantes do PS local.