As obras de arranjo da margem esquerda do rio Nabão, entre a ponte Nova e a ponte do Flecheiro, em Tomar, estão a ser feitas sem qualquer informação e sem acompanhamento arqueológico.
A lei obriga a que no local estejam afixadas informações sobre a obra, custos, prazos, financiamentos, etc. Mas até agora não existe qualquer painel informativo sobre o que está ali a acontecer.
Os trabalhos decorrem numa zona onde existem vestígios arqueológicos, mas até agora não vimos qualquer acompanhamento nesta matéria. Note-se que a igreja de Santa Maria do Olival e o chamado fórum romano ficam ali perto. Foi nas imediações da igreja que foi descoberta a maior necrópole medieval da Europa. Além disso, durante as obras de construção do mercado e do quartel dos bombeiros foram ali encontrados muitos e importantes vestígios arqueológicos.
Tratando-se de uma empreitada da responsabilidade da câmara, ainda é maior a obrigação de estudar e preservar esse património que pode estar escondido debaixo da terra.
A empreitada prolonga-se por quatro meses, está entregue à empresa Eco Demo – Demolições, Ecologia e Construção, SA, de Leiria, e tem um custo que ultrapassa os 190 mil euros.
Informações da Obra??
Prazo: quando terminar
Custo: o que for pago no final , depois de erros e omissões do projecto que serão MUITOS
Acompanhamento: não há técnicos suficientes na CMT para acompanhar TODAS as obras municipais!!
Milagres só com a guerreira responsável pela DGS local
Pode tratar-se de uma obra de urgência, para estar pronta a tempo das eleições.
E as passadeiras já começaram a receber a tinta nova? É que ainda demora algum tempo a pintar tudo e a ficar pronto para as eleições.
Consultando as peças do concurso público respetivo (disponível aqui: https://www.base.gov.pt/Base4/pt/detalhe/?type=contratos&id=7671678), verifico que:
1.Caderno de encargos ou qualquer outro documento não menciona acompanhamento arqueológico;
2.Estão previstos trabalhos de escavação para abertura de valas para infras eletricas, e remoção de raízes de arvores de grande porte;
3.No parecer da APA é referido que deve ser mantida a galeria ripícola existente, nomeadamente árvores, arbustos, vegetação existente (…?!) e que não pode ser reduzida a secção de vazão do rio
A CMT e a DGPC deverão esclarecer se existe acompanhamento arqueológico e aprovação do PATA respectivo.