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Nas margens do Nabão

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A presença dos rios como património de um município, surge representada por uma dualidade entre o custo de oportunidade versus o desafio para novas abordagens integradas e especificas para cada contexto geográfico.

Nos idos tempos dos Templários, o rio Nabão foi um fator de localização determinante para a fixação das populações, não só pela riqueza hidrológica, bem como pela posição vantajosa que conferia em matéria de defesa.

Porém, é importante ressalvar, que a convivência com um rio, pode estar diretamente ligada ao colapso dos sistemas sociais, económicos, ambientais e políticos, atribuindo aos executivos municipais uma responsabilidade acrescida na gestão deste recurso.

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Atualmente uma das principais lacunas reside na ETAR de Seiça, que recentemente foi alvo de uma requalificação na ordem de dois milhões de euros, pois constituía uma das fontes de contaminação das águas do Nabão, tendo sido afirmado pelo presidente da câmara tomarense que os episódios de poluição “diminuirão bastante” com a ampliação da ETAR.

Porém, continuam por solucionar os 70 Km de emissários de águas residuais e/ou pluviais do concelho de Ourém, assim como os cerca de 11 focos de poluição previamente identificados pela Agência Portuguesa do Ambiente, em 2017, a montante do rio, entre os quais se incluem indústrias agroalimentar e pecuárias, os quais requerem um investimento estimado em 20 milhões de euros.

Além do que foi anteriormente descrito, também a Câmara Municipal de Tomar anunciou que iria propor, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência, a inclusão de um projeto para despoluição da bacia hidrográfica do Rio Nabão, embora se desconheça o ponto de situação da medida a implementar.

Perante a apresentação de factos, a inércia existente na implementação de medidas preventivas não pode ser atribuída à ausência ou desadequação de estudos e propostas de carácter técnico, nem tão pouco à falta de instrumentos legislativos adequados.

A perceção enviesada dos problemas, por parte dos decisores políticos, que optam por medidas corretivas de curto prazo em detrimento de medidas indispensáveis de longo prazo, vão contribuindo para potenciar danos e perdas naquele que é considerado a “pérola” natural tomarense.

O rio Nabão tem cuidado da cidade, mas a cidade não tem respondido à altura!

São imensos, aqueles que nos visitam para olhar O rio, mas são poucos os que se comprometem a olhar POR ele.

Guilherme Silva
Vogal do PSD de Tomar

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