- Patrocínio -
À semelhança do que tem acontecido em anos anteriores, a GNR de Tomar montou uma grande operação “stop” durante a tarde desta quinta feira, dia 8, na estrada de Paialvo (EN 349-3), perto de Cem Soldos. O alvo são os participantes no festival Bons Sons e o que os militares procuram é sobretudo droga.
Mandam parar as viaturas e revistam tudo, “ações de fiscalização e de combate à criminalidade” que têm decorrido em quase todos os festivais de música. Nem o autocarro que faz o transfer entre a cidade e Cem Soldos escapa à revista.
O festival Bons Sons começou nesta quinta feira, dia 8, e prolonga-se até domingo.
- Patrocínio -
METEM NOJO
Todos nós fazemos um esforço (enorme) para não odiarmos estas “forças de segurança” que é suposto protegerem-nos. Mas é um esforço em vão. Porque em cada gesto da sua actuação eles tratam de demonstrar o quão tacanhos e broncos são e que nunca deixaram de ser.
(E corruptos. Eu lembro-me de, em criança, ir juntamente com um primo meu mais velho, levar garrafões de azeite ao posto de Árgea, para pagar o “desvio do olhar” quando passavam certas carradas de “candonga”).
Agora fazem lembrar o bêbado do candeeiro, do velho filme português, que sabe que perdeu a chave noutro lugar, mas procura ali porque ali se vê melhor.
Quem conhece o público dos “Bons Sons” sabe bem que está ali uma amostra da maravilha que são as novas gerações. A autenticidade, a cultura, a generosidade daquela maravilhosa gente, que mais não quer que os deixem em paz, contrasta de maneira que incomoda a pimbalhice reinante.
Para eles, os GNRs, quem não vai às touradas – e é indiferente à poluição sonora da respectiva publicidade – é porque se trata de uma bando de drogados e então só falta encontrar a droga nos carros.
O facto de terem poder, de serem poder, destitui-os de cultura e de vergonha.
Mas é mesmo uma questão de poder. Porque de facto isto não diz respeito a todos os agentes. Sei de alguns (e não é por acaso que a taxa de suicídios nestas “forças” é superior à média) que são homens e mulheres de bom-senso e muita dignidade. O problema é mesmo a hierarquia, o comando, quem acima decide. Seja na perseguição fiscal nas rotundas do norte, seja aqui, nos festivais de música de qualidade.
“(E corruptos. Eu lembro-me de, em criança, ir juntamente com um primo meu mais velho, levar garrafões de azeite ao posto de Árgea, para pagar o “desvio do olhar” quando passavam certas carradas de “candonga”).”…
Para haver corrupto, há sempre um corruptor.