
1897. O ano está gravado nas grades do coreto da Várzea Pequena em Tomar. Foi a 5 de dezembro de 1897 que, segundo o jornal “A Verdade”, foi inaugurado o único coreto da cidade.
“O coreto ficou bonito”, lê-se naquele jornal na semana da inauguração. Segundo o periódico, a obra de cantaria foi executada na Pedreira por Francisco da Costa Gonçalves, a parte metálica foi fornecida pela fundição de Massarelos, no Porto, e o trabalho de pintura foi confiado a Manoel da Silva Baptista, pintor desta cidade.
Mandado construir pela câmara, o coreto foi inaugurado naquele dia “à meia hora depois do meio dia”, altura em que tocou a banda d’Infantaria 11, “sob a regência do seu hábil e intelligente mestre”, Cherubim António d’Assis. Na semana anterior este professor de música ofereceu à câmara o “Hymno da cidade de Thomar”, composição musical da sua autoria, para ser executada na inauguração do coreto.
Outra peça interpretada durante o concerto inaugural intitulava-se “Várzea Pequena”, uma valsa da autoria do Barão d’Alvaiázere.
Durante o resto da tarde “executaram peças do seu reportório as philarmonicas Nabantina e Thomarense”, bandas que, de madrugada, percorreram as principais ruas da cidade.
No dia da inauguração “era enorme a concorrência na Várzea Pequena, vendo-se ali representadas todas as classes”, lê-se no jornal “A Verdade” de 12 de dezembro de 1897.
Cem anos depois, em 1997, o coreto foi restaurado nas oficinas da empresa Tonera na zona industrial de Tomar.
Conheço muitos corretos por todo o país, e acho que este é o mais bonito e imponente de todos. Obviamente não conheço TODOS os coretos do país, e por isso resumo a minha apreciação àquilo que conheço.