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Quase 400 mil já assinaram petição contra o aumento do IUC

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Não param de aumentar os subscritores da petição contra o aumento do IUC – Imposto Único de Circulação previsto no Orçamento do Estado para 2024. Até esta quarta feira, feriado de 1 de novembro, mais de 394 mil já subscreveram a petição pedindo que a medida não avance.

A petição foi criada a 9 de outubro e começa por assinalar que “estão a ser ponderadas medidas para agravar o Imposto Único de Circulação (IUC) para veículos matriculados antes de julho de 2007, como forma de compensar as perdas resultantes dos descontos que o governo planeia aplicar nas autoestradas (as antigas scuts) A23, A24, A25 e A22 no Algarve, com a possível extensão à A13. Recordamos que estas antigas scuts deveriam ser de acesso gratuito, uma vez que foram parcialmente financiadas com fundos da União Europeia e a gratuidade era o seu propósito inicial”.

Na mensagem da petição, é salientado “que a maioria dos proprietários de veículos registados antes de julho de 2007 pertence a grupos sociais economicamente mais vulneráveis, uma vez que, se tivessem condições financeiras mais favoráveis, poderiam trocar de veículo regularmente”.

A mesma petição diz ser contra a isenção de IUC para carros elétricos e propõem “que os veículos elétricos comecem a pagar o IUC de acordo com a potência dos seus motores, eliminando a isenção atual, e que não sejam sujeitos à taxa adicional de carbono que é aplicada aos veículos a combustão”.

“Acreditamos que esta seja a medida mais justa e equitativa, que não prejudicará aqueles que enfrentam dificuldades financeiras significativas e que nem usam essas mesmas autoestradas. Muitas vezes, essas pessoas não procuram subsídios, simplesmente desejam não ser ainda mais sobrecarregadas por encargos fiscais desproporcionados”.

A petição pode ser assinada aqui

Para dia 5 de novembro está marcada uma manifestação nacional em todas as capitais de distrito tendo como grito de protesto “Carro de pobre, imposto de rico! não aceitamos!”. Em Santarém o coordenador é João Seabra

O objetivo do protesto é mobilizar os portugueses insatisfeitos com o novo IUC: “Dia 5 de novembro, vá no seu automóvel anterior a 2007 até à Câmara Municipal da sua capital de distrito, estacione e manifeste-se de forma ruidosa, mas sobretudo, responsável e pacífica” frisa o apelo.

“Não é apenas uma questão económica, é também uma questão de justiça social”, justifica  a organização desta manifestação.

Texto da petição:

Exmo. Senhor Presidente da Assembleia da República,
Exmo. Primeiro-Ministro,
Excelências,

A) É de conhecimento geral as dificuldades enfrentadas pelos cidadãos que residem em Portugal, com os sucessivos aumentos nos preços dos produtos, muitos dos quais estão mais inflacionados do que em outros países da zona euro.

B) Fomos informados através dos meios de comunicação social de que estão a ser ponderadas medidas para agravar o Imposto Único de Circulação (IUC) para veículos matriculados antes de julho de 2007, como forma de compensar as perdas resultantes dos descontos que o governo planeia aplicar nas autoestradas (as antigas scuts) A23, A24, A25 e A22 no Algarve, com a possível extensão à A13. Recordamos que estas antigas scuts deveriam ser de acesso gratuito, uma vez que foram parcialmente financiadas com fundos da União Europeia e a gratuidade era o seu propósito inicial.

C) Como é do vosso conhecimento, este ano tivemos o maior aumento do IUC dos últimos anos, afetando tanto veículos de duas rodas quanto automóveis fabricados antes e após julho de 2007.

D) Gostaríamos de salientar que a maioria dos proprietários de veículos registados antes de julho de 2007 pertence a grupos sociais economicamente mais vulneráveis, uma vez que, se tivessem condições financeiras mais favoráveis, poderiam trocar de veículo regularmente.

E) O propósito desta petição é apresentar uma sugestão alternativa, que acreditamos ser mais justa e coerente. Os veículos elétricos atualmente estão isentos do pagamento do IUC, como parte de um esforço para promover a transição energética. Reconhecemos a importância dessa transição, mas consideramos que não deve servir de pretexto para todas as medidas fiscais.

F) Em grande parte, aqueles que adquirem veículos elétricos são empresas e indivíduos com maior capacidade financeira. Nesse sentido, não concordamos com a isenção de IUC para veículos elétricos. É inconcebível que um veículo com mais de duas décadas, como por exemplo um carro fabricado em 1995, que já não possui valor comercial significativo, seja obrigado a pagar IUC ou a enfrentar um aumento significativo para compensar os descontos nas ex-scuts, enquanto veículos que custam mais de 100 mil euros e têm uma potência de 1020cv estão isentos dessa taxa, como por exemplo um Tesla Model s Plaid. É importante notar que um veículo com 1020cv é classificado como um supercarro, e existem muitos outros veículos elétricos com 400cv e 500cv que também estão isentos do IUC em Portugal.

G) Propomos que os veículos elétricos comecem a pagar o IUC de acordo com a potência dos seus motores, eliminando a isenção atual, e que não sejam sujeitos à taxa adicional de carbono que é aplicada aos veículos a combustão. Acreditamos que esta seja a medida mais justa e equitativa, que não prejudicará aqueles que enfrentam dificuldades financeiras significativas e que nem usam essas mesmas autoestradas. Muitas vezes, essas pessoas não procuram subsídios, simplesmente desejam não ser ainda mais sobrecarregadas por encargos fiscais desproporcionados.

H) Agradecemos a vossa atenção a esta questão, confiantes de que a vossa consideração resultará em políticas fiscais mais justas e equitativas para todos os cidadãos de Portugal.

Com os nossos melhores cumprimentos.

 

Texto de apelo à manifestação:

CARRO DE POBRE, IMPOSTO DE RICO! NÃO ACEITAMOS!!
5 DE NOVEMBRO, VÁ NO SEU AUTOMÓVEL ANTERIOR A 2007 ATÉ À CÂMARA MUNICIPAL DA SUA CAPITAL DE DISTRITO (ou outro local indicado pelo líder da manifestação em cada distrito), CIRCULE EM MARCHA LENTA, ESTACIONE SE PUDER, MAS MANIFESTE-SE DE FORMA RUIDOSA MAS, SOBRETUDO,RESPONSÁVEL E PACÍFICA, COM TOTAL RESPEITO PELAS AUTORIDADES!
PORTO, COIMBRA, LISBOA, FARO E TODAS AS CAPITAIS DE DISTRITO.
SE QUISER LIDERAR OS PROTESTOS NO SEU DISTRITO, MANIFESTE A SUA INTENÇÃO NA DISCUSSÃO. OBRIGADO!
O agravamento do IUC sobre automóveis anteriores a 2007 tem de ser travado antes da votação do OE 2024 que acontece a 29 de Novembro. Porquê?
1 – Os veículos pré-2007 ficarão em regime de dupla tributação. O aumento do IUC pós-2007 teve como propósito colmatar uma redução do ISV no momento da compra. O que se propõe agora, é taxar pela tabela máxima veículos que já foram penalizados em sede de ISV.
2 – Não são 25€! Para 2024 o governo estabeleceu um tecto máximo de aumento de 25€, mas no médio prazo, esse tecto não existe. O que fica claro ao analisar as tabelas é que o aumento total irá ultrapassar os 200% na maioria dos automóveis e chegará aos 1000% em alguns casos.
3 – Os portugueses não guiam automóveis antigos por opção, mas porque a economia não permite melhor.
4 – É impossível renovar a frota nacional quando escasseiam propostas economicamente viáveis para as famílias no mercado de veículos novos e há escassez de veículos para entrega. O resultado, será um novo aumento das importações.
5 – Os custos de habitação estão em máximos históricos, com a população sufocada financeiramente, o que torna sádico o aumento do IUC.
6 – Os combustíveis estão em máximos históricos, também graças a uma componente ambiental que agrava o seu preço.
7 – Estão a decorrer duas guerras em simultâneo, que representam uma ameaça sem precedentes para a economia da Europa e em particular para Portugal, devido à sua extrema debilidade estrutural e aos baixíssimos rendimentos familiares.
8 – A aplicação destas novas regras vai desvalorizar dramaticamente o património familiar dos portugueses. Um automóvel anterior a 2007 vai ser virtualmente impossível de vender, mesmo para o mercado internacional. Em efeitos práticos, isto configura uma expropriação.
9 – Um imposto é, por definição, uma ferramenta de redistribuição de riqueza. O que acontece neste caso é o oposto.
10 – O maior impacto ambiental destes veículos está na produção, pelo que se encontra devidamente amortizado. O abate traz um novo custo, que não vai ser compensado de forma alguma.
11 – O governo tem uma intenção clara de desencorajar o uso do automóvel particular, esquecendo que fora dos centros urbanos a população tem uma forte dependência do automóvel e ainda menos recursos para a aquisição de modelos mais modernos.
12 – É a defesa da liberdade individual que está em causa. No último século as vidas e as ambições do cidadão comum, viram os seus horizontes ampliados pelo automóvel. Este ataque à mobilidade individual e familiar, minimiza o potencial humano, castra os seus horizontes culturais e vai contra tudo aquilo por que lutámos enquanto nação.
Por isso juntemo-nos a uma só voz para lutar pelo pouco que temos!
5 DE NOVEMBRO, VÁ NO SEU AUTOMÓVEL ANTERIOR A 2007 ATÉ À CÂMARA MUNICIPAL DA SUA CAPITAL DE DISTRITO, E MANIFESTE-SE DE FORMA RUIDOSA MAS, SOBRETUDO,RESPONSÁVEL E PACÍFICA EM TOTAL RESPEITO PELAS AUTORIDADES E PELOS DEMAIS CIDADÃOS!
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8 comentários

  1. Com os vencimentos que se pratica e o custo de vida, que existe, é normal que as pessoas não tenham acesso a compra de novos.
    Por isso se mantém os carros o mais tempo possível.
    Além de temos carros de 1998 a gasolina já com catalisadores , não entendo o porque de se abater, ou aumentar o IUC pois já são não poluentes. Escandaloso mesmo

      1. Eu também brincava com a situação se tivesse um carrinho do estado com combustível pago para me deslocar.
        Mostras mesmo ao que andas, lá por ser o teu partido, deixa pelo menos as pessoas manifestarem o seu descontentamento.
        25 de abril sempre

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