Tempo de democracia

Comemoramos esta semana o 25 de abril. Falar desta data é falar de democracia.
Uma democracia assente na liberdade, na igualdade, no desenvolvimento, no estado social e no poder local.
Conquistas importantes de abril, que mudaram para sempre a vida dos portugueses.
Seria de pensar que os 45 anos da revolução dos cravos seriam mais do que tempo suficiente para a consolidação do nosso regime democrático. Mas não, não foram.
A descredibilização de partidos e de políticos não para de aumentar e as consequências estão à vista de todos, a começar pelo afastamento dos cidadãos da participação cívica e política e pela abstenção nos atos eleitorais.
Não só não estamos a ser capazes de inverter esta tendência, como parece que ainda há quem teime em agravar a situação. Os compadrios, os esquemas e a corrupção tomam proporções assustadoras.
O desinvestimento gritante nos serviços públicos, comprometendo a sua qualidade em setores como a saúde, a educação, os transportes e a segurança. Ainda esta semana soubemos que afinal o investimento público do governo de António Costa será inferior ao do período da troika, governado por Passos Coelho.
O assalto à administração pública pelos socialistas e seus familiares, da governação às entidades e organismos públicos, numa clara tentativa do Partido Socialista se perpetuar no poder.
E não me venham agora dizer que é necessário legislar aquilo que a ética e o bom-senso há muito apontavam.
Ou os partidos políticos encontram a capacidade de se abrir à sociedade, envolver os cidadãos e defender as causas que realmente importam aos portugueses, ou serão os populistas a aproveitarem-se.
E um dia, quando acordarmos, poderá ser tarde demais.
Recentemente, o primeiro-ministro António Costa citou Chico Buarque, a propósito da festa do 25 de abril, para dizer “continua a ser bonita, pá”.
Mas eu diria antes “estamos a estragar a democracia, pá”.
É com esta reflexão que vos deixo e com um apelo à participação nos atos eleitorais. Este ano, temos europeias e legislativas, não deixem que outros decidam por vocês.
É o momento de decidirmos que futuro queremos para Portugal e para as gerações que se seguem.
A democracia precisa de um novo fôlego, o espírito de abril assim o exige!
Tiago Carrão
Vice-Presidente do PSD de Tomar
—–
“Tomar na Rede” aceita artigos de opinião para publicação. Basta enviar para
Escrever e piblicar artigos, trata-se de ritual aprendido e recomendado para quem quer ascender na hierarquia partidaria. Aprendido na escolas Jota, seja ela qual for.
Publicar artigos aqui e acolá, sobre isto e sobre aquilo, para criar lastro e construir imagem.
Simples e pragmatico, para conquistar eleitorado.