
Esta semana o concelho de Tomar atingiu a marca das 200 unidades de alojamento local (AL), segundo a listagem publicada no site do Turismo de Portugal, o quádruplo do que se registava em 2017.
Representando quase 1500 camas, a maior parte dos AL localizam-se na freguesia urbana, distribuídos por estabelecimentos próprios, moradias ou apartamentos.
Nos últimos cinco anos a oferta de alojamento neste setor aumentou quatro vezes mais. Isto sem contarmos com o aumento do número de hotéis nos últimos anos.
Se há autarquias onde já foram aprovadas restrições ao número de unidades de AL, como em Lisboa, por exemplo, em Tomar para já não se fala do assunto.
Certo é que no centro histórico proliferam os AL, criando-se o chamado efeito de gentrificação, com o afastamento dos moradores para zonas periféricas.
Templário Sonolento, Casa do Castelo, Casa do Poço, hostel Thomar Story, Residencial União e Hostel Luanda são alguns dos estabelecimentos registados em Tomar como AL.
A nível do distrito, Tomar é o segundo concelho com mais AL. O primeiro é Ourém, com um total de 239 AL, localizados sobretudo em Fátima.
No distrito há 1030 registos.
Nota: estes números referem-se aos estabelecimentos legalizados, porque há alguns que funcionam à margem da lei.
De cidade industrial e atrativa, para quem procurava carreira profissional, a cidade de serviços de atendimento não especializado (sem desmerecimento, alguns chamam-lhe de criadagem), pagos pelo ordenado mínimo.
Tem toda a razão. Tomar foi em tempos um concelho de pleno emprego, senão vejamos: fábrica da fiação, 3 fábricas do papel, fábricas Mendes Godinho, fundição tomarense, fábrica da resina, dentro da cidade havia 2 carpintarias industriais. Tudo isto no sector secundário.
Subsidiariamente e apenas a título de exemplo chegou a haver 14 empresas gráficas, funileiros, latoeiros e mais um sem número de profissões independentes.
A gamela do estado manda mais e por isso vemos cachopos a tomar conta do concelho quando nem sequer sabem tomar conta da própria casa.
VIVA A CRISE…
Continua a crescer neste sentido, mas infelizmente o desemprego, é bastante presente. Este tipo de investimentos cria pouco trabalho para população, e com pessoas desempregadas e com poucos rendimentos, reformas baixas. Claramente já terá ou vai criar problemas, como os habitantes a serem despejados ou contribuir para a desertificação da área resendencial que já é bem presente.
Os especialistas do turismo livresco continuam a ter a certeza que o turismo a granel, de voos low cost, hostels baratos, e restaurantes de menu turístico, Uber e glovo é o meio para os países, ou os “territórios” se desenvolverem, fixar população, e melhorar o nível de vida.
Tomar em 5 anos quadruplicou o número de hostels, e curiosamente perdeu população.
O Turismo deste tipo granel não é sustentável, é predador dos locais, e só oferece ordenados mínimos com pouca qualificação.
Exemplos do Egito, Tunísia, República Dominicana,
Ns Europa desenvolvida industrialmente, cidades como Veneza, Barcelona, já impõem quotas de entrada a este tipo de turismo.ou limitam os regimes de tudo incluído a um número de bebidas alcoólicas sem pagar.
Países como o Brasil, onde o turismo é incipiente e com números diminutos em percentagem da população pelos vistos não segue estas doutrinas de hostels e promover o desenvolvimento turístico a granel.
O Turismo como os vinhos se for a granel não tem qualidade nem sobretudo valor acrescentado.
Em resposta ao blog do caro António Rebelo, pedindo desculpa por o fazer aqui por manifesta dificuldade em o fazer no local adequado do TAD 3, venho rebater alguns pontos da resposta a este meu reparo breve:
1. O que referi como turismo livresco , tem a ver com muitos professores que ensinam sobre turismo sem não terem viajado, terem estado numa empresa ligada ao turismo por exemplo.
Não basta viajar e conhecer alguns países numa certa época para se arvorar em alguém que percebe de turismo.
O nadar nas águas é muito mais que dar umas braçadas nalgum destino mais sonante. É estar por dentro dessa industria.
2- O tema do turismo a granel é um dos temas discutidos e importantes da industria do turismo, em especial as companhias aéreas. Temos por exemplo uma companhia aérea low cost que transporta por mês cerca de 13 milhões de passageiros, que o que querem é pagar o menos possível,
Esta quantidade de pessoas, provocam uma pressão enorme em destinos que em geral são os mais baratos , por exemplo na Europa Portugal, Lisboa e Porto são já exemplos
Quanto à autarquia estar de mãos atadas para impedir o aumento descontrolado de hostels , ou para os mais puristas alojamentos locais, não é verdade. Neste momento em Lisboa já estão proibidos novos AL e no Porto em vias disso.
É mesmo só por absoluta necessidade que os hostels cobram 25€ por noite com pequeno almoço, pois sendo 200 no concelho, e o preço o que leva esses turista a escolher ,provoca uma concorrência feroz.
O problema é exatamente que os socialistas no poder também acham que este tipo de turismo é o futuro para Tomar progredir!
Os ordenados oferecidos versus a carga horária dos empregados no setor hoteleiro e da restauração, com fim de semana e feriados incluídos , levam á debandada do setor onde hoje é difícil encontrar portugueses, sendo povoado por brasileiros africanos e de países de leste , enquanto não vão embora também para países europeus onde são melhor pagos.
Finalizando o destino dos Al será como o Valdor e o Canal 7 ( que tiveram o seu tempo )o desaparecimento ou a evolução para o Vintage como a JMF fez . Longe vão os tempos do granel ,hoje o que vende são vinhos de qualidade reconhecida e origem controlada.
Saúda-se a vinda de um segundo hotel de qualidade para Tomar , esse sim uma mais valia e um exemplo de turismo de qualidade.
Parem de reclamar, ó pá! A Europa toda está em crise e queres o quê? Que todos sentem em cima do próprio rabo e fiquem a se lamuriar como voces? É sorte que há gente corajosa de se mexer e nao a ficar a esperar a receber beneficios de governo! Pagam mal? E desde quando Portugal pagou bem? Tomar é turismo! E esses Alojamentos atraem muita gente por causa dos preços e da comodidade! E com isso, é uma grande malta a circular pelos sitios históricos! É euro a circular! Fecha tudo isso e vão ver as melgas a voarem para lá e paea cá! Todo sitio com movimento atrai investimento!