
Apesar de ter sido anunciado pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, que a campanha de vacinação contra a gripe iria ter início a 28 de setembro, o centro de saúde da Nabância em Tomar ainda não dispõe das vacinas.
Esta semana um bombeiro, que integra os grupos prioritários, dirigiu-se àquele centro de saúde para tomar a vacina, mas foi-lhe dito que ainda não havia.
Graça Freitas disse que na fase inicial estariam disponíveis 350 mil vacinas, a aplicar prioritariamente a “residentes em lares de idosos, profissionais de saúde, profissionais do setor social que prestam cuidados e grávidas”, porque “estão entre os setores mais vulneráveis”.
A segunda fase da vacinação começa a 19 de outubro e inclui outros grupos de risco, “nomeadamente pessoas com 65 ou mais anos e pessoas com doenças crónicas”, acrescenta a DGS.
A gripe é uma doença contagiosa e, regra geral, cura-se espontaneamente. Mas podem ocorrer complicações, particularmente em pessoas com doenças crónicas ou com 65 ou mais anos.
Quem tem direito a vacina gratuita?
Algumas pessoas têm direito à vacina da gripe, disponibilizada gratuitamente no Serviço Nacional de Saúde, sem necessidade de receita médica. A norma de 2020-21 ainda não foi publicada, mas, no Plano da saúde para o Outono-Inverno 2020-21, publicado a 21 de setembro, a DGS anuncia que as grávidas vão usufruir desta medida. De resto, não se esperam grandes alterações à lista de beneficiários da época 2019/2020:
- cidadãos com 65 anos ou mais;
- pessoas residentes ou internadas em instituições, por exemplo, em estruturas residenciais para pessoas idosas, lares de apoio, lares residenciais e centros de acolhimento temporário. Crianças e adolescentes com doenças crónicas que permaneçam também em instituições;
- doentes integrados na rede de cuidados continuados, doentes que aguardam transplante ou a fazer quimioterapia;
- pessoas apoiadas no domicílio pelos Serviços de Apoio Domiciliário com acordo de cooperação com a Segurança Social ou Misericórdias Portuguesas e pelas equipas de enfermagem das unidades funcionais prestadoras de cuidados de saúde ou com apoio domiciliário dos hospitais;
- doentes internados em unidades de saúde do Agrupamento de Centros de Saúde de Lisboa Central ou em hospitais do Serviço Nacional de Saúde que apresentem patologias crónicas e condições para as quais se recomenda a vacina;
- profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde;
- guardas prisionais e reclusos;
- portadores de trissomia 21, diabetes mellitus, fibrose quística, défice de alfa-1 antitripsina sob terapêutica de substituição, doença pulmonar obstrutiva crónica, patologia do interstício pulmonar sob terapêutica imunosupressora, doença crónica com comprometimento da função respiratória, da eliminação de secreções ou com risco aumentado de aspiração de secreções;
- pessoas que fazem diálise;
- bombeiros.
Quem deve vacinar-se?
A Direção-Geral da Saúde recomenda fortemente a vacina para os seguintes grupos prioritários:
- pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, particularmente se residentes em lares ou outras instituições;
- residentes ou internados por períodos prolongados em instituições prestadoras de cuidados de saúde (ex: deficientes, utentes de centros de reabilitação), desde que com idade superior a 6 meses;
- grávidas;
- utentes, com idade superior a 6 meses (incluindo grávidas e mulheres a amamentar), que apresentem doenças crónicas cardiovasculares, pulmonares, renais, hepáticas, hematológicas, metabólicas, neuromusculares ou imunitárias;
- pessoal dos serviços de saúde (públicos e privados), de outros serviços prestadores de cuidados;
- bombeiros;
- pessoal de infantários, creches e equiparados;
- guardas prisionais.
A vacinação de pessoas entre 60 e 64 anos também é aconselhada.
Por que razão é preciso repetir a vacinação todos os anos?
A vacina da gripe é constituída por vírus inativos que provocam a produção de anticorpos, uma reação normal do sistema imunitário de pessoas saudáveis, para tentar eliminar um “invasor” causador de doença. Em caso de ataque posterior por germes patogénicos ativos, as nossas defesas reconhecem o “inimigo” e neutralizam-no.
Para se proteger da gripe, deve vacinar-se todos os anos, pois o vírus muda com facilidade de um ano para o outro. A vacinação anterior não garante defesas, sobretudo se sofrer o ataque de uma nova estirpe do vírus. Da mesma forma, se teve gripe no ano passado, não está imune a uma nova gripe. Por isso, a composição da vacina contra a gripe é revista anualmente.
A Organização Mundial da Saúde monitoriza uma rede de vigilância ao nível mundial, que segue a atividade gripal e observa a evolução dos vírus. Com base nas conclusões, define a composição anual da vacina.
Estas vacinas são seguras e eficazes. Como qualquer outro fármaco podem produzir reações adversas, mas são localizadas e transitórias: dor, vermelhidão e ligeiro inchaço no local da picada são as principais. Também podem causar dores de cabeça e febre. Estes problemas desaparecem passado pouco tempo.
Qual a melhor altura para se vacinar?
Pode vacinar-se durante o outono e o inverno, de preferência até dezembro. Contudo, o ideal será fazê-lo o mais cedo possível, antes do início da ofensiva da gripe.
E se não tiver direito a vacina gratuita?
As vacinas também estarão disponíveis nas farmácias comunitárias, com prescrição médica. A receita médica emitida a partir de 1 de julho de 2020, na qual seja prescrita, exclusivamente, a vacina contra a gripe, tem validade até 31 de dezembro de 2020. Logo que as vacinas estejam disponíveis nas farmácias, indicaremos o respetivo preço.
O risco de contrair gripe fica completamente excluído?
Pode contrair gripe por vírus de estirpes menos comuns, não previstas na vacina do ano. Doenças provocadas por outros vírus que não o da gripe também podem manifestar-se por sintomas semelhantes aos da gripe.
Mesmo contra a gripe, a vacina não oferece uma garantia absoluta. É possível que a composição seja inadequada se surgir uma estirpe diferente do previsto. A vacinação pode fornecer uma boa proteção num ano, mas ser menos eficaz no ano seguinte.
Para a vacina ser eficaz, o sistema imunitário tem de responder corretamente e o organismo deve produzir anticorpos suficientes, o que pode ser difícil no caso dos idosos. Embora a vacinação seja claramente recomendada para aquele grupo, a vacina pode ser menos eficaz, sobretudo se o seu estado de saúde já está debilitado.
Mais do que prevenir a gripe, a vacina para os grupos de risco pretende evitar complicações potencialmente fatais.
Como prevenir a gripe?
A par da toma da vacina contra a gripe, a Direção-Geral da Saúde recomenda algumas medidas simples para prevenir o contágio:
- manter o conforto térmico, ou seja, agasalhar-se de acordo com a temperatura ambiente;
- assegurar a higiene das mãos;
- praticar uma alimentação saudável;
- manter algum distanciamento social e seguir as regras da etiqueta respiratória (como, por exemplo, não respirar para cima dos outros, manter a distância da sua respiração e tapar a boca quando espirra).
Será sempre o mesmo bombeiro a arranjar sarilhos nesta unidade? A redação fez alguma coisa para saber se ele tem alguma razão?
Se ouvissem os noticiários sabiam que as vacinas só vão estar disponíveis a nível nacional a partir do dia 19.