Especialista discute o uso da Inteligência Artificial na Engenharia Biomédica

Nos últimos anos, o uso da Inteligência Artificial (IA) no campo da Engenharia Biomédica tem sido um dos principais motores de inovação, especialmente na detecção precoce de doenças. As tecnologias estão transformando a forma como os diagnósticos são realizados, oferecendo novas perspectivas para a análise de imagens médicas e dados clínicos.
A Engenharia Biomédica é um campo interdisciplinar que integra conhecimentos de engenharia, biologia, medicina e tecnologia para desenvolver soluções inovadoras para problemas de saúde. Essa área desempenha um papel crucial na criação de sistemas de diagnóstico baseados em IA.
Para entender melhor o tema, conversamos com Dalila Bivolaru, especialista romena com Mestrado em Engenharia Biomédica. Segundo ela, engenheiros biomédicos estão na linha de frente do desenvolvimento de algoritmos capazes de analisar grandes volumes de dados médicos e extrair informações relevantes de exames complexos.
“Combinando o conhecimento de engenheiros e médicos, a Engenharia Biomédica possibilita o design de ferramentas tecnológicas que conseguem processar dados de forma muito mais rápida e precisa do que os métodos convencionais”, afirma a especialista.
De acordo com Dalila, os benefícios trazidos pela IA na Engenharia Biomédica são inúmeros e evidentes. “A combinação de precisão e velocidade no processamento de dados está mudando o cenário da medicina preventiva, permitindo diagnósticos mais eficazes e tratamentos menos invasivos. Com a IA, a personalização do tratamento médico se torna mais tangível, já que os algoritmos podem sugerir terapias com base no perfil genético e no histórico clínico de cada paciente, oferecendo uma abordagem mais individualizada”, acrescenta.
No entanto, como em todos os mercados, este campo também enfrenta desafios. A partir da nossa conversa com Dalila, fica claro que a implementação da IA na medicina levanta questões éticas relacionadas à privacidade dos dados, responsabilidade em casos de diagnósticos incorretos e a crescente dependência de sistemas automatizados. Além disso, há a necessidade de uma regulamentação adequada para garantir que essas tecnologias sejam seguras, eficazes e justas em sua aplicação.
Nesse contexto, há evidências substanciais dos benefícios que a IA tem trazido para a Engenharia Biomédica. Um estudo de 2020 publicado na The Lancet Digital Health revelou que sistemas de IA conseguem diagnosticar câncer de mama com 11,5% mais precisão do que radiologistas humanos. Além disso, o uso da IA reduziu as taxas de falsos negativos em 9,4%, o que significa que menos casos de câncer deixam de ser detectados em estágios iniciais, aumentando as chances de um tratamento eficaz.
Outro estudo mostrou que a IA desempenha um papel crucial na prevenção de doenças cardíacas, com sistemas capazes de prever ataques cardíacos com 82% de precisão ao analisar dados clínicos e imagens médicas. Um exemplo disso é o uso de algoritmos que interpretam imagens de angiografias, ajudando a identificar quais pacientes estão sob maior risco de infarto.
Dalila Bivolaru, mestre em Engenharia Biomédica, afirma que essa área desperta sua paixão pelo trabalho em equipe colaborativo e pela inovação técnica. Ela enfatiza que é altamente motivada e dedicada, com um forte compromisso com a excelência em tudo o que faz. “Em cargos anteriores, atuei como Analista de Atendimento ao Cliente na WEB Help Romania, onde ofereci soluções personalizadas e garanti a satisfação dos clientes por meio de uma comunicação eficaz e atenção aos detalhes. Além disso, minha experiência como Consultora de Investimentos na GBM – Global Business Management aprimorou minha capacidade de identificar oportunidades de financiamento e gerenciar projetos com criatividade e responsabilidade”, acrescenta.
Dalila também compartilha que, fora do trabalho, esteve ativamente envolvida em atividades voluntárias, incluindo seu papel no Departamento de Mídias Sociais da Universidade Politécnica de Bucareste. Lá, contribuiu para a gestão do site Techno News e ajudou na centralização de iniciativas de voluntariado, demonstrando seu compromisso em causar um impacto positivo na comunidade.
O Futuro da Inteligência Artificial na Engenharia Biomédica
Falando sobre o futuro, Dalila afirma que a IA promete avanços ainda mais notáveis na Engenharia Médica. “A integração da IA com outras tecnologias emergentes, como biotecnologia e robótica, tem o potencial de criar sistemas ainda mais avançados para diagnósticos e tratamentos médicos. Modelos de IA poderão ser usados para prever o curso de uma doença, sugerindo intervenções personalizadas e prevenindo complicações futuras”, acrescenta.
Além disso, espera-se que os algoritmos continuem evoluindo para oferecer diagnósticos mais acessíveis em regiões com infraestrutura médica limitada, o que pode reduzir significativamente as disparidades no acesso à saúde e melhorar as taxas globais de sobrevivência.
Em resumo, o uso da IA na Engenharia Biomédica já se consolidou como uma inovação transformadora no mercado. A capacidade de realizar diagnósticos precoces e precisos tem um impacto significativo na vida dos pacientes, aumentando as chances de tratamentos mais eficazes e salvando vidas.
“Ainda que existam desafios, os benefícios são inegáveis, e a tendência é que a IA continue desempenhando um papel cada vez mais crucial na medicina moderna, impulsionando a inovação e redefinindo a forma como a saúde é gerenciada em todo o mundo”, conclui a especialista.
Este trafulha também é cientista. Aleluia.