Já é conhecido o teor do despacho de acusação relativo ao caso da cabeleireira Filipa Rodrigues, a mulher de 43 anos que, em março de 2024, foi brutalmente espancada, torturada e violada pelo seu marido de 45 anos.
O relato transcrito no documento revela que Filipa sofreu violência doméstica durante vários anos, num ambiente de terror que culminou em março do ano passado com a vítima a anunciar, mais uma vez, o fim da relação e no mesmo dia a sofrer os mais graves atos de violência física, sexual e psicológica.
O rol de crimes de que o marido é acusado é extenso: crime de violação agravada, crime de sequestro, na forma agravada, crime de violência doméstica, crime de ofensa à integridade física (grave) qualificada, na forma tentada, crime de acesso ilegítimo, crime de gravações e fotografias ilícitas e crime de detenção de arma proibida. A filha, adolescente, também sofreu, às mãos do pai, um crime de violência doméstica o que a obrigou a receber acompanhamento psicológico.
O arguido, preso preventivamente, e já com antecedentes criminais por violência doméstica, argumenta ser inimputável por sofrer de doença psiquiátrica.
Foi em março de 2024 que Filipa sofreu as mais bárbaras agressões, sendo ameaçada, violada, espancada e mutilada por várias vezes e em vários locais do concelho de Tomar.
Segundo uma vizinha, no último dia o homem amarrou-a à cama, rapou-lhe parte do cabelo, arrancou-lhe sobrancelhas e pestanas, agrediu-a com violência, violou-a e cortou-lhe o dedo indicador com uma tesoura de poda.
Depois disso, durante mais de 10 dias Filipa esteve internada no hospital de S. José em Lisboa onde foi submetida a uma intervenção cirúrgica para recuperar o dedo que lhe tinha sido amputado.
A pouco e pouco, regressou ao seu trabalho no salão de cabeleireira e estética que mantém em Tomar.
A primeira audiência do julgamento já tem data marcada: 12 de março no tribunal de Santarém.
