Festa da Frazoeira sempre em força na pátria da banda Frazoeirense
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A capela de Nossa Senhora da Purificação, localizada no centro da aldeia da Frazoeira, sendo rodeada por um amplo adro, é o local da festa de Verão, que hoje agrega a sede de freguesia Nossa Srª do Pranto e o emblemático edifício da Banda Filarmónica que pela primeira vez tocou o Hino Nacional e que, este ano esteve nos jardins do Palácio de Belém em cerimónia a convite do Presidente da República.
No púlpito desta capela, fundada nos finais do século XVII por Francisco Saraiva de Matos, o padre Manuel Vaz Patto, como os padres de outras eras, proferiu o sermão e na missa os acordes, na animação litúrgica da Banda “Filarmónica Frazoeirense” davam à cerimónia, um ato solene de muita fé.
Porque não se faz o mesmo em outras festas com presença de filarmónicas, é uma questão que podemos colocar. Registo que esta Filarmónica em procissões com os seus cânticos, aliados à música dá outra nobreza às mesmas. Depois da missa, a procissão pelo pequeno percurso e habitual, em que o muito povo a acompanha ordenado em duas filas.
É assim a festa da Frazoeira na sua parte religiosa, e as contas da festa afixadas no placard da capela, referentes a 2018, provam que as festas bem organizadas e geridas, dão bons proveitos. Mesmo sem apoios, desses que se gastam dos dinheiros públicos em eventos de muito show off, e pouca cultura e tradição nula, que em nome da promoção dos concelhos turisticamente e gastronomicamente, nos levam muito dinheiro, as festas das aldeias, pagam-se a elas próprias, fruto da carolice, do amor à terra e mantem viva as instituições, fruto da generosidade dos habitantes como se pode ver pelo proveito dos peditórios.
Salta à vista os valores pagos à Sociedade Portuguesa de Autores e agora até umas taxas à GNR, que jamais deveriam onerar, o que se faz para manter a “chama viva de uma aldeia” pelo menos uma vez por ano.
Visitando a Frazoeira, terra afamada pela fixação de médicos cirurgiões de outros tempos e de figuras históricas, de casas de alguma nobreza e solarengas e pela sua farmácia e, olhando a arquitetura da capela de Nossa Senhora da Purificação, um templo de planta longitudinal de dimensões consideráveis, mais próximo, de uma igreja paroquial, até pensamos estar perante uma Igreja, ou na sede de uma paróquia. No altar-mor de em talha dourada estão presentes várias imagens, e no nicho central preserva-se a imagem da padroeira de Nossa Senhora da Purificação, a qual representa a Virgem, ostentando nos braços o Menino que beija uma pequenina pomba branca.
Não é esta imagem que sai na procissão, mas sim uma réplica.
Voltando à festa no dia 30 de agosto, o Novo Som de José Noivo após a ornamentação com alguns arcos festivos, passou a difundir música e neste mesmo dia o músico do concelho Márcio Cabral fez a sua atuação, a que se seguiu o baile com o conjunto Só Ritmo.
No sábado pelas 20H00 o Grupo de Concertinas de Ferreira do Zêzere animou os presentes, seguindo-se a atuação da artista Sónia Mota e a grande Banda T deu um baile de arromba a que se seguiu um DJ Claude Silver já os galos cantavam.
No primeiro dia do mês de Setembro, a missa solene, o concerto no coreto pela Filarmónica “ filha da terra”, as concertinas de Dornes e a fechar o Baile pelo organista Élsio Nunes. E com a promessa que a tradição se repita, os carolas da Frazoeira e com o incentivo da sua junta de freguesia, não irão deixar a tradição morrer.
António Freitas