Um homem de 53 anos, funcionário da Autoridade Tributária e antigo chefe dos escuteiros em Abrantes, é suspeito de ter abusado sexualmente de um rapaz que tem agora 17 anos e é portador de deficiência profunda. Os abusos terão acontecido desde o final de 2019 até ao verão de 2022.
Em comunicado, a Polícia Judiciária (PJ) explica que deteve “por suspeitas do crime de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência numa casa de acolhimento de jovens em Abrantes”, propriedade do Centro Social Interparoquial.
Trata-se do CAT (Centro de Acolhimento Temporário) Casa Clotilde de Vasconcelos (antiga Casa de São Miguel, na foto), situada em Alferrarede, onde o homem era voluntário, “tinha acesso aos menores, bem como às zonas privadas como quartos e casas de banho da instituição, tirando partido dessa situação para perpetrar os factos em investigação”, refere a PJ.
No dia 27 de dezembro, o arguido foi presente a um juiz de instrução criminal no Tribunal de Santarém, que determinou a prisão preventiva até estarem reunidas as condições para que fique em prisão domiciliária com pulseira eletrónica.
A denúncia do crime partiu dos responsáveis do referido centro de acolhimento, no seguimento de processo disciplinar interno, “cujas conclusões e suspeitas foram comunicadas à PJ, que procedeu a diligências subsequentes, identificando o autor e recolhendo prova que o indiciava fortemente da autoria dos factos denunciados”.
O indivíduo foi chefe dos escuteiros em Abrantes tendo lidado com dezenas de crianças e jovens. Foi distinguido pelo seu trabalho no escutismo em Abrantes e na Região e chegou a ser notícia de capa do jornal O Mirante pela sua dedicação ao movimento escutista.
Por isso, a detenção apanhou de surpresa e deixou em choque a comunidade abrantina, onde o homem é uma pessoa estimada com uma vida ligada à Igreja, ao associativismo e ao voluntariado.
