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Como era o ambiente político em Tomar no pós-25 de Abril?

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Manifestações, reuniões, debates e mais tarde ocupações de empresas e greves foram alguns acontecimentos que marcaram o ambiente político em Tomar no pós-25 de Abril de 1974.

Pode-se dizer que, na nossa região, foi pacífica a transição para a democracia. Exemplo disso foi o que se passou na câmara de Tomar em que só passados alguns dias o executivo camarário foi destituído e substituído por uma comissão administrativa.

Sobre este tema, recuperamos um texto de Júlio Bento publicado no livro “Tomar Perspectivas” editado pela Comissão Central da Festa dos Tabuleiros em 1991.

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“O 25 de Abril de 1974 representou, no plano político, em Tomar, como em todo o País, o soltar de uma mola que se encontrava comprimida há largo tempo.

Pouco dias depois, reuniram-se no salão da Associação Comercial e Industrial de Tomar, Ferreira do Zêzere e Vila Nova da Barquinha (ACITOFEBA) vários democratas, entre os quais o autor destas despretensiosas linhas, para questionarem o futuro próximo das autarquias do concelho de Tomar e não só. Notou-se muito fervor democrático, mas alguma desorganização justificada plenamente por várias décadas de falta de prática e convivência democrática.
Nas intervenções dos presentes, se a memória me não atraiçoa, houve um pouco de tudo: uns que defendiam o apear imediato de quem se encontrava investido em funções de poder; outros mais moderados que advogavam que se guardasse a emanação de normas dos novos poderes centrais, instituídos pela Revolução dos Cravos.
As reuniões de cidadãos sucedem-se, discutem-se ideias; o primeiro de Maio é pretexto para uma grande manifestação pelas ruas da cidade em que o povo entoa a canção, símbolo da Revolução «Grândola Vila Morena» e palavras de ordem como «o povo é quem mais ordena». Esta expressão vem substituir nas escadas da Câmara, a outra que simbolizava o regime que acabava de ruir «Tudo pela Nação, nada contra a Nação».
É nomeada uma Comissão Executiva para substituir a Câmara e que é presidida pelo grande democrata, Dr. Antunes da Silva e integrada além de mais, por outros democratas com provas dadas, como, por exemplo, Sr. Manuel Carlos Oliveira, Dr. Gomes da Silva, Dr. Gouveia Pereira.

II – Principais forças políticas emergentes no Concelho

Como é natural não se constituíram partidos políticos no concelho de Tomar. Antes os tomarenses, foram aderindo àqueles que entretanto apareceram a nível nacional, mas que já existiam na clandestinidade, como por exemplo, o Partido Comunista Português e o Partido Socialista ou outros, que entretanto, se fundaram como o Partido Popular Democrático, o Centro Democrático Social, o Partido Popular Monárquico, MDP/CDE, União Democrática Popular, para só me referir àqueles que em actos políticos participaram a nível do concelho de Tomar, com alguma expressão política.
Os primeiros tempos são de agiornamento dos vários partidos, como aliás aconteceu a nível nacional. A sua força política só se torna conhecida aquando dos actos eleitorais em que os mesmos, isolados ou em coligação, vêm a participar. É a observação dos resultados eleitorais que nos vai mostrar o grau de força política que cada partido foi assumindo na política do concelho de Tomar (…)”

O texto de Júlio Bento inclui ainda os resultados de todos os atos eleitorais no concelho de Tomar a partir de 1976 até ao final dos anos 80 e uma análise desses resultados.

Recortes de jornais da época

 

Há 50 anos Spínola esteve em Tomar (c/ vídeo)

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