A triste, tosca e taralhouca política tomarense de realojamento cigano
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Opinião
Segundo a Rádio Hertz – insuspeita de oposição ao actual executivo municipal, ou à oposição que temos – o PSD local, pela voz de Ricardo Lopes, insurgiu-se contra o realojamento exclusivo de famílias ciganas no agora popularmente designado Bairro calé, junto à GNR. Imediatamente o presidente da Junta de freguesia urbana se mostrou agastado, falando de críticas injustas.
É mais um lamentável exemplo da triste, tosca e taralhouca política municipal tomarense de realojamento cigano. O deputado municipal laranja tem razão e melhor fora que o presidente Barros se calara sobre tal matéria. Isto porque o executivo municipal foi avisado em tempo útil que era (e é) ilegal alojar etnias em bairros exclusivos para elas. São normas europeias.
Apesar disso, em vez de emendar a mão, como devia, a maioria PS preferiu mudar o nome do bairro, que passou a designar por aquilo que na verdade ele não é, nem nunca foi: “Centro de acolhimento temporário”. Trata-se obviamente de uma daquelas espertezas saloias, que abundam infelizmente na política tomarense, para tentar contornar normas que não convêm.
Poderão alegar os integrantes do rebanho nabantino, mais chegados à actual maioria, que as normas da União Europeia em tal matéria são algo arbitrárias.
Poderão ser. Depende dos pontos de vista, como sempre.
Sucede contudo que, além de fornecer os fundos para o realojamento, ou pelo menos a maior parte deles, Bruxelas está a ir na boa direcção. Numa tribuna publicada hoje no Le Monde online, o reitor da Grande mesquita de Paris, Chems-Edinne Hafiz, que sabe certamente do que fala, afirma que “Para combater realmente o “separatismo islamista”, temos de deixar de tolerar a “guetísação“.
Qual é a diferença entre separatismo islamista e separatismo cigano?
O que é o “Bairro calé” de Tomar senão um gueto para ciganos, edificado com dinheiros europeus?
Lá está. Nesse aspecto Tomar sempre que pode sempre fez isso. Infelizmente.
Mas concordo com a sua opinião. Talvez deve se expor à Europa, obras como esta. Afinal são dinheiros europeus e devíamos mostrar onde realmente são investidos. E como resultado quando Portugal começar a receber sanções por parte da Europa talvez se pense em duas vezes antes de fazer este tipo de investimentos.