Opinião

A balela da promoção de Tomar e um inquérito sociológico fraquito

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O texto seguinte tem por base a notícia “Inquérito sobre o Congresso da Sopa…”, publicada na página 4 do semanário CIDADE DE TOMAR, de 14/06/2019

Sempre que publicamente alguém questiona a real utilidade dos numerosos e onerosos eventos pagos pela autarquia, perguntando para que servem afinal, a resposta é tipo “chapa 1”: “Para promover Tomar e cumprir a tradição”.

Deixemos por agora o “cumprir a tradição”, que é matéria demasiado vasta para peça de blogue. Vejamos a tal promoção de Tomar. No recente Congresso da sopa, alunos do IPT, decerto por sugestão dos seus docentes, levaram a efeito um questionário detalhado, visando apurar quem são e o que pensam os respectivos congressistas.

Estando por determinar a valia científica do citado estudo, são contudo evidentes alguns dados menos esperados. E até algumas impossibilidades, a menos que…

Assim, perguntados se além da comezaina tinham efetuado alguma visita cultural antes das sopas, 87% responderam negativamente e só 13% disseram sim.  Se descontarmos o bem conhecido “desejo de representação”, aquela atitude que leva a responder o que o inquiridor quer ouvir, mais a vergonha de admitir que se é inculto, lá se vai por água abaixo a tal promoção de Tomar. As respostas ao questionário mostram que os visitantes vêm para encher a pança, e ala que se faz tarde. Não há portanto qualquer resultado prático da promoção, para além dos magrísssimos 13%.

Dois outros elementos se destacam no referido estudo, ambos anti-promoção de Tomar. Sobre o tempo de espera para comprar as entradas, 60% achou normal e 80% francamente mau. (Pois. O total é de 140%, pelo que deve haver uma anomalia algures…). Seja como for, convenhamos que 80% de descontentes, não é lá muito boa promoção. Ou será?

Como que a confirmar esse descontentamento, se para 95% o evento correspondeu às expetativas, para 55% não correspondeu de todo. (Temos outra vez um total impossível, desta vez de 150%. O leitor mais atento fará o favor de interrogar o Cidade de Tomar, ou os autores do estudo, sobre estas anomalias).

Nem quero pensar que alguns resultados finais do inquérito tenham sido maquilhados, procurando evitar consequências menos agradáveis.

Para já ficam duas ideias: A – A promoção de Tomar não passa de uma frase feita, que não corresponde à realidade fatual; B – O inquérito do IPT é meritório, por ser o 1º ao cabo de 26 edições anuais do Congresso da comezaina. Mas coitadinho. São demasiado visíveis algumas das suas enfermidades.

                                             Leitor devidamente identificado

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