Atriz tomarense Teresa Mota morreu em Paris (c/ vídeo)
A atriz tomarense Teresa Mota, irmã do encenador João Mota, morreu no sábado, dia 1, aos 82 anos, em Paris, cidade onde vivia há mais de 60 anos, informou este domingo a Comuna – Teatro de Pesquisa.
“A pedido de João Mota, comunicamos que a sua irmã Teresa Mota, que foi atriz do Teatro Nacional D. Maria II, do cinema português e a inesquecível Teresinha da televisão, faleceu ontem [sábado] em Paris, cidade onde vivia há mais de 60 anos, embora mantendo sempre uma relação muito estreita com o seu país”, refere o comunicado divulgado.
Teresa Mota, que nasceu em 30 de julho de 1940 em Tomar, destacou-se pelos seus papéis nos filmes “Raça” (1961), “Histórias Simples da Gente Cá do Meu Bairro” (1961) e “Meus Amigos” (1974).
Numa entrevista concedida à delegação em França da Fundação Calouste Gulbenkian, diz que se lembra do rio Nabão, dos jardins e do castelo, mas fala numa cidade “provinciana”. A viver em Lisboa e depois em Paris, vinha de vez em quando a Tomar, mas confessa que não conseguiu resolver os seus problemas com Tomar.
Quando ainda adolescente, protagonizou um dos primeiros programas infantis da televisão portuguesa, “As cartas do tio João (e da sua sobrinha Teresinha)”, em que, juntamente com Gustavo Fontoura, respondia às cartas dos jovens telespetadores, o que a tornou conhecida do público.
Porém, foi em 1961, sob a alçada de Amélia Rey-Colaço, que Teresa Mota, então com 20 anos, viu reconhecida a sua interpretação em “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, com o prémio da crítica.
Ainda na década de 1960, já a viver em Paris e juntamente com o seu marido, o encenador francês Richard Demarcy, fundou o “Naif Theatre”, a companhia teatral na qual, durante mais de 25 anos, foi cocriadora de todos os espetáculos.
Teresa Mota foi, desde 1993, professora agregada da Sorbonne Nouvelle/Paris III, na especialidade de Língua e Teatro.
Uma lição de vida de uma grande Senhora com um olhar lúcido sobre Tomar. Pêsames à sua família.