
A denúncia chega de Pedro Turner, representante da Comunidade Judaica de Tomar.
Um grupo de judeus de Tomar que pretendiam rezar na sinagoga foram impedidos de entrar no monumento, pela funcionária, com o argumento de que era proibido fazer ali cerimónias.
Sobre esta situação solicitámos esclarecimentos à empresa Caminhos da História, responsável pelo serviço de vigilância nos monumentos, e à câmara de Tomar.
Publicamos a seguir o texto de Pedro Turner:
Anti-semitismo em Tomar
Judeus da Comunidade Judaica de Tomar impedidos de entrar na Sinagoga
Vem, por este meio, a Comunidade Judaica de Tomar, dar conhecimento de um facto ocorrido no passado sábado, dia 19 de Outubro, em que, membros da Comunidade, pretendendo aceder à Sinagoga de Tomar, foram impedidos de entrar, pela funcionária presente, com o argumento de que era proibido fazer cerimónias na mesma.
Refira-se que apenas esses Judeus poderiam saber o que iam fazer, e – seguramente – não era uma “cerimónia”; apenas pretendiam rezar, naquele espaço.
No entanto, todas as outras pessoas, nesse período de tempo, puderam entrar na Sinagoga.
A Comunidade Judaica de Tomar considera que se tratou de um acto incorrecto, senão ilegal, que vai contra a Constituição Portuguesa (Artigo 41º).
A Sinagoga de Tomar/Museu Abraão Zacuto, existe, ainda, por mérito de Samuel Schwarz, Judeu, que nos anos 20 do século passado, reconheceu o espaço como a Sinagoga mandada erigir pelo Infante D. Henrique no século XV – e nos anos 30 do mesmo século XX, a ofereceu ao Estado Português para que nela funcionasse um Museu, já que, na altura, obviamente, não existia uma comunidade organizada na cidade.
A funcionaria em causa é incompetente, e a empresa em causa tambem, ou têm instruções de alguem para proibir entradas?
Segundo a funcionária, tinha instruções de uma funcionária da Câmara Municipal para não deixar entrar judeus de Tomar.
E que tal apresentarem queixa ao provedor do munícipe, ou será que esse espantalho não pode ser incomodado?
Se o município permite que outras comunidades religiosas aluguem lojas para aí instalarem as suas igrejas, e assim desenvolverem a sua actividade religiosa, por que razão não é dada a mesma facilidade à comunidade judaica na Sinagoga de Tomar? Algum cristão é impedido de entrar nas igrejas de Tomar, caso estejam abertas, para aí poderem rezar fora do horário do serviço religioso? A igreja de Santa Maria dos Olivais é ou não um monumento, para além de igreja? Ou será que em Tomar os espaços de culto apenas funcionam conforme “decreto” camarário?
É por estas e por outras que se está a vulgarizar entre o pessoal uma afirmação de que “… aquilo lá na câmara é só cachopos…”! Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele. Não perdem uma oportunidade de se porem a jeito.
Falta acrescentar “cachopos sem educação, que nem para serem malcriados têm categoria.” Essa é que é essa!
Sou guia turístico e visito a sinagoga a 12 anos ( ainda estavam vivos o casal que cuidava da mesma) . Nunca assisti a problemas por parte até o casal de Belmonte ter chegado a tomar . O referido local é um museu e não uma sinagoga activa. Gostava de informar que 2 vezes o referido casal teve a ação de impedir com gritos a visita de turistas judeus por mim acompanhados porque curioso não quiseram dar dinheiro a este senhor. Este local e património do estado e não deste cavalheiro cujo único interesse é começar a ganhar dinheiro usando um espaço doado por Samuel schawartz ao estado português em 1929.