O que ver em Tomar na sua próxima visita e outras zonas de Portugal

Tomar, no coração do Ribatejo, é um destino que conjuga história medieval, natureza verdejante e tradições únicas. Fundada pelos Templários no século XII, a cidade mantém viva a herança deste passado militar‑religioso, mas vai muito além dos monumentos: oferece jardins serenos, percursos à beira‑rio, cafés acolhedores e festivais de grande cor. Neste guia, vamos explorar tudo o que Tomar tem para oferecer – e apontar-lhe também um atalho prático desde o Porto, caso esteja a chegar de avião ao norte de Portugal.
Chegar a Tomar: do Porto ao Ribatejo
A forma mais comum de entrada em território português é pelo Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto. Depois de aterrar, e antes de seguir viagem, pode deixar a bagagem num serviço de depósito de bagagem em Porto ganhando liberdade para explorar sem sacos às costas num dos vários locais da Radical Storage.
- Comboio: apanhe um Alfa Pendular ou Intercidades até ao Entroncamento (cerca de 2 h) e faça transferência para um regional até Tomar (mais 20 m).
- Autocarro: a Rede Expressos liga Porto a Tomar em cerca de 3 h 30 m; os autocarros partem da Estação de Campanhã.
- Carro: pela A1 e A23, são aproximadamente 215 km e 2 h 15 m de viagem, passando por paisagens de montado e vales tranquilos. Alugar viatura permite ainda descobrir vilarejos menos acessíveis por transportes públicos.
Convento de Cristo e Castelo de Balthazar
No alto da cidade ergue‑se o conjunto monumental do Convento de Cristo, classificado pela UNESCO. Fundado em 1160 pelos Cavaleiros Templários, destaca‑se pela fusão de estilos:
- Charola: capela de planta octogonal, evocando símbolos esotéricos e modelos orientais.
- Janela Manuelina: obra‑prima esculpida no Claustro Principal, com cordas, esferas armilares e motivos marítimos.
- Cloisters: o Claustro dos Cavaleiros e o Claustro Principal apresentam arcos góticos e renascentistas.
Junto ao convento, o Castelo de Balthazar proporciona vistas amplas sobre a planície do Nabão, o casario tradicional e os campos até ao sopé da Serra de Tomar.
Centro histórico e passeio junto ao Nabão
Descendo o monte, o Centro Histórico revela ruas empedradas, praças acolhedoras e fachadas caiadas:
- Rua Serpa Pinto e Rua Dr. Joaquim Jacinto: lojas de artesanato local, galerias e cafés com esplanada.
- Igreja de São João Baptista: antiga casa dos Duques de Bragança, com interior barroco ricamente decorado.
- Praça da República: ponto de encontro, rodeada de quiosques e esplanadas.
A margem do rio Nabão é convidativa para um passeio tranquilo. O Jardim do Mouchão e o Passeio da Vala Real oferecem bancos, quedas de água artificiais e cenários perfeitos para fotografias ou um breve descanso. Para os mais aventureiros, há pequenas embarcações tradicionais (batelões) que realizam passeios pelo rio.
Gastronomia, artesanato e festivais
A cozinha tomarense prima pelos sabores do Ribatejo:
- Prove as queijadas de leite, elaboradas por conventuais, e os pastéis de nata locais.
- Experimente pratos de bacalhau à moda do Nabão ou ensopado de borrego nos restaurantes familiares do centro.
- Acompanhe com um copo de vinho verde ou um licor regional de cereja.
No artesanato, destaque para as “panelas de alto” em barro, rendas e produtos de cortiça. Comprar diretamente a artesãos locais é forma de apoiar a economia tradicional.
Nos eventos, não perca:
- Festa dos Tabuleiros (próxima edição em 2027): procissões de tabuleiros com pão e flores, decoração de ruas e música.
- Mercado Medieval (julho/agosto): recriação histórica, falcoaria, torneios e animação de rua.
Itinerário sugerido de 2 dias em Tomar
Dia 1
- Manhã: visita guiada ao Convento de Cristo e ao Castelo de Balthazar.
- Almoço: petiscos regionais na zona antiga.
- Tarde: passeio à beira do Nabão e visita ao Jardim do Mouchão.
- Noite: jantar num tasco típico e passeio pelas ruas iluminadas.
Dia 2
- Manhã: explorar a Igreja de São João Baptista e o Museu dos Fósforos.
- Almoço: bacalhau ou ensopado de borrego.
- Tarde: viagem curta até ao Castelo de Almourol (45 km) ou à Mata Nacional dos Sete Montes.
- Regresso ao final da tarde para café na Praça da República.
Excursões a partir de Tomar
- Fátima (25 km): Santuário, Via Sacra e Capelinha das Aparições.
- Coimbra (80 km): Universidades, Biblioteca Joanina e centro histórico.
- Ferreira do Zêzere (50 km): barragem do Castelo de Bode e desportos náuticos.
- Castelo de Almourol: passeio de barco até à ilha templária.
Dicas práticas
- Calçado confortável: ruas em calçada portuguesa exigem ténis ou botas leves.
- Melhor hora: visite o convento logo pela manhã e o centro histórico ao fim da tarde, para evitar calor e multidões.
- Clima: Verões quentes e secos; invernos frios à noite. Leve sempre água e protetor solar nos meses mais quentes.
Tomar revela-se muito mais do que um simples destino histórico: é um verdadeiro mergulho na essência de Portugal, onde a grandiosidade templária se encontra com a autenticidade das tradições locais e a serenidade da paisagem ribatejana. Ao longo dos percursos pelo Convento de Cristo e pelos claustros manuelinos, sente‑se o peso de séculos de histórias e crenças que moldaram não só a cidade mas também a identidade nacional. Nas ruas empedradas do centro, cada pedra parece guardar memórias de mercadores, cavaleiros e conventuais, enquanto os cafés e esplanadas invariavelmente acolhem quem procura desacelerar o ritmo e absorver o ambiente caloroso dos tomarenses.
A gastronomia, rica em sabores genuínos e produtos da região, convida a um verdadeiro festim: das queijadas de leite aos pratos de bacalhau, cada garfada é uma celebração do terroir ribatejano. E, para além dos paladares, o calendário cultural de Tomar — com festas emblemáticas como os Tabuleiros e o Mercado Medieval — oferece uma oportunidade única de participar em eventos que unem espiritualidade, arte e convívio comunitário de forma vibrante.
Para quem chega de outras paragens, a facilidade de transporte desde o Porto, aliada à opção de um serviço seguro de depósito de bagagem, garante que o início desta aventura seja tranquilo e sem preocupações. Assim, já livre de malas pesadas, é possível concentrar-se no que realmente importa: explorar, descobrir recantos escondidos, conversar com os locais e criar memórias que perdurarão muito tempo depois de regressar a casa.
Seja ao observar o pôr do sol junto ao rio Nabão, com o casario antigo refletido nas águas, seja ao desbravar as trilhas da Mata dos Sete Montes, cada momento em Tomar reforça a ideia de que viajar é, acima de tudo, permitir‑se sentir. E, quando esta experiência é complementada por um roteiro de visita a locais próximos — Fátima, Castelo de Almourol, Coimbra —, temos um itinerário capaz de satisfazer curiosos, amantes de história, peregrinos e famílias em busca de lazer.
Já não existe nada apelativo para ver neste povoado. Antigamente, sim! Casa das Ratas, Tasca dos Patrícios, Casa da Mergulhoa, Meninas da Rua de Pedro Dias, Zé das Bananas, Tasca do Sarroeira, Casa Salgado, Zé Matreno, etc, etc. Adeus Tomar, beijada pelo Nabão, perfumada pelos odores da extinta Mata Nacional dos Sete Montes, percorrida pelos etilizados dos fins de tarde, justa auto-recompensa após um dia de trabalho (quando havia trabalho em Tomar)…