
De entre os vários momentos históricos do “verão quente” de 1975 em Portugal, um ano depois da revolução do 25 de Abril, há um que aconteceu em Tomar e ficou para a história. No dia 25 de julho de 1975 no tribunal de Tomar realizou-se o primeiro e único julgamento popular.
Estava para ser julgado o trabalhador rural José Diogo autor do homicídio do seu patrão Columbano Líbano Monteiro. O crime aconteceu em 1974 no Alentejo.
O julgamento decorreu de forma atribulada conforme se vê nas imagens da época.
Assalariados de Castro Verde, operários das empresas de Tomar e Lisboa e representantes da Associação de Ex-Presos Políticos Anti-Fascistas (AEPPA) invadiram o tribunal com cartazes e vozes de protesto.
O julgamento judicial acabou por não acontecer porque o arguido não estava presente, tendo sido decidida a sua libertação com uma caução de 50 contos.
Em substituição do julgamento “oficial” foi feito na escadaria do tribunal o primeiro e único julgamento popular em Portugal.
Os presentes decidiram libertar José Diogo e condenar a título póstumo o proprietário Columbano Líbano Monteiro “pela opressão e exploração que exerceu sobre o povo”.
Quando um tribunal popular absolveu o homicida e condenou o assassinado