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À quarta jornada, o U. Tomar escorregou. Depois de três vitórias consecutivas, a equipa nabantina sofreu uma derrota por 1-2 com o Abrantes e Benfica, em jogo disputado neste sábado, a contar para o campeonato distrital da 1ª divisão em futebol.
O golo dos tomarenses foi marcado por Tiago Vieira.
O U. Tomar está agora em 5° lugar na tabela classificativa, com nove pontos.
Na próxima jornada, dia 13, a equipa de Tomar recebe o Samora Correia.
Acontece sempre assim. Quem manda no União começa sempre com muita esperança. Seguem-se algumas vitórias com clubes de aldeia e depois catrapuz. Lá vêm as sucessivas derrotas e as lamúrias do costume. Sobre a massa associativa, sobre os tomarenses em geral, sobre os empresários da zona, sobre os poderes públicos.
Tudo isto porque os senhores dirigentes e adeptos mais ferrenhos se recusam a aceitar uma evidência: Tomar e o Ribatejo em geral são terras demasiado acanhadas e agrestes para o futebol. Nas últimas décadas houve apenas duas excepções -os Leões de Santarém e o União de Tomar, do Mário Catorze, do Fernando Mendes, do Fernando Carrão e de alguns construtores civis das bandas da Serra, radicados em Lisboa.
Os Leões de Santarém nunca conseguiram ir muito longe. Já o União foi um êxito assinalável. Ascendeu à então 1ª divisão nacional e aí se manteve várias épocas. Depois, como era expectável, foi o rápido e inevitável declínio, porque os recursos dos antes citados dirigentes não eram ilimitados. E, embora no campeonato cimeiro, o clube nunca conseguiu bilheteiras e outros recursos que permitissem substituir os mecenas.
Décadas mais tarde, estamos praticamente na mesma. Se os adeptos e dirigentes do União querem que o clube some êxitos sobre êxitos, têm de começar por arranjar quem financie a equipa a fundo perdido.
Uma vez que já não há cidadãos mecenas em número suficiente para as cada vez maiores necessidades, só o governo ou a autarquia é que podem vestir essa camisola, que custa muitas centenas de milhares de euros/ano. Estando o Politécnico já a tomar conta do hóquei patins do Sporting de Tomar, (não se percebe bem porquê, nem para quê), e sendo óbvio que o governo se está nas tintas para União e para os restantes clubes da província, restaria a Câmara.
Vontade não faltará à actual maioria pscostista. Transformar o presidente do União em mordomo, a “eleger” de braço no ar durante uma reunião marcada para o efeito nos Paços do concelho, e passar a financiar o clube, com o faz com a Festa dos Tabuleiros. O pior é o resto.
Esta recente edição da “festa grande” custou aos cofres municipais à roda de meio milhão de euros. Mas a festa é só de 4 em quatro anos, porque a câmara não tem recursos para mais. Nem vontade de alterar o actual figurino, porque teme perder o controlo da coisa e o penacho que daí lhe advém.
Assim sendo, havendo campeonato todos os anos e tendo a autarquia uma “pequena dívida” de 20 milhões de euros, que não se vê como poderá vir a pagar, com a população e o respectivo IRS a diminuirem de ano para ano, era capaz de não ser má ideia os corpos directivos do União pararem para pensar. Sob pena de nunca mais conseguirem sair da cepa torta. Porque sem recursos não pode haver bons resultados duráveis. Mesmo fazendo das tripas coração e suando a camisola, o que nem sempre acontece.
Aqui fica o alvitre.