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Pagar tratamento de esgotos que não são tratados

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Farto de pagar taxas de tratamento de esgotos que afinal não são tratados, tal como acontece com os vizinhos da minha rua e das ruas adjacentes, resolvi pedir esclarecimentos à Tejo Ambiente. Bem vistas as coisas, trata-se de um evidente abuso de confiança, que já dura há anos.

A Tejo Ambiente levou um mês para responder, mas fê-lo num texto extremamente educado, o que se agradece, confirmando na sua parte final, numa frase de estilo manuelino, que a minha reclamação é justa: “Esta entidade procurará garantir a acessibilidade a todos os cidadãos das melhores condições de tratamento de efluentes, dentro dos recursos disponíveis”. (destaque meu) Ou seja, se não há duplo colector, não pode haver tratamento.

Quanto à solução do problema, instalar uma rede de duplo colector, para substituir o actual rego da idade média, é que já é bastante mais complicado. Segundo a mesma fonte, as obras agora em curso nalgumas freguesias rurais, são feitas com fundos europeus do programa POSEUR, que comtempla unicamente “o aumento da taxa de cobertura da rede de saneamento, e não a reposição ou melhoria das redes já existentes.

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Noutros termos, mais acessíveis, os actuais consumidores forçados que vão pagando, pois o objectivo prioritário da Tejo ambiente é agora aumentar os clientes e não a melhoria das condições do serviço prestado.

Porque a explicação técnica avançada pela Tejo Ambiente é pouco credível. A ser como escrevem, sem programa POSEUR, onde foi António Paiva buscar recursos para modernizar todas as outras ruas do centro histórico, ainda no tempo dos SMAS?

Mas nem tudo está perdido, segundo a mesma carta. “Qualquer aviso de abertura de fundos comunitários que priorize investimentos de melhoria ou reposição de colectores, será objecto de candidatura… …e merecerá a integração de investimento de beneficiação da rede de saneamento no centro histórico de Tomar.”

Conclusão, se nunca mais aparecerem os tais fundos europeus para melhoramento e reposição da rede existente, estamos bem lixados. Vamos continuar aqui na zona a pagar um serviço do qual não beneficiamos, e a gramar os maus cheiros das sarjetas antigas, sem sifão. nem desinfectante, mas com muitas moscas e alguns ratos.

Vive-se cada vez melhor em Tomar!

                                                               António Rebelo

 

Nota: Por decisão do nosso colaborador António Rebelo, este deixa de colaborar com “Tomar na Rede”, ao mesmo tempo que reativa o seu blogue Tomar a Dianteira. Obrigado pela colaboração. O nosso espaço continua aberto à colaboração de todos.

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6 comentários

  1. Eu comentei aqui bastante os artigos do professor António Rebelo, e apesar de raras vezes estarmos de acordo, tive muito gosto em debater com ele, tenho pena de o ver deixar esta página. Desejo-lhe muita saúde e muitas felicidades. Aceite um grande abraço.

  2. Se o serviço não é prestado, não devem pagá-lo, reduzindo do total a pagar o serviço não prestado. Claro que devem primeiro solicitar que a empresa retire tal montante referente ao serviço não prestado, e caso a mesma insista em mantê-lo (que é o normal em empresas não sérias), ir para tribunal para não só os obrigar a tirar a taxa de serviços não prestados como a devolver tudo o que foi indevidamente cobrado desde sempre.
    Idealmente deve ser uma acção colectiva, para que a empresa tenha que fazer a correcção e devolução a todos, e não apenas ao queixoso.

  3. Caro António Rebelo,

    Desistir nem a Esperança que é a última a morrer..
    Tomar a dianteira ou Tomar a debandada??

    O calor de Fortaleza amolece mesmo os mais fortes??

    Agora que já está estendido o tapete vermelho para a ” novel” Presidenta , escolhe estender a toalha na praia??

    Bons banhos

    1. Prezado Zé Caldas:
      Um bocadinho ao lado do alvo, este seu comentário.
      Quem lhe disse que desisti? Apenas mudei de suporte. Para estar mais à vontade, deixei de escrever no tomarnarede e regressei ao tomaradianteira-3.blogspot.com
      Se quiser ter a amabilidade de lá ir e ler um bocadinho, vai constatar que está a ser injusto comigo.
      Quanto a banhos, nesta altura seria arriscado. Há muito pouca gente, pois as praias estão interditas, por causa da pandemia.
      É certo que há ali uma, ao lado da Ponte dos ingleses, a 400 metros aqui de casa, onde a polícia nem costuma ir meter o nariz. Ainda ontem havia dezenas na água, a praticar surf. Mas com a minha idade, já não posso fazer grandes avarias. Se houver um percalço, quem me acode?
      Limito-me portanto à caminhada diária ao longo do calçadão, sob o olhar vigilante dos agentes da autoridade.
      Boa saúde e boa disposição!

      1. Folgo com essa sua resposta, pois vozes críticas no sentido de cidadania não podem desistir, e a sua independentemente do que alguns dizem ou pensam faz falta.

        Pode inclusive começar outro blog e comentar em TODOS !!
        O Tomar na rede não será a mesma coisa sem a tribuna .
        Abraço

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