
Os cartazes do PS para as eleições autárquicas de 12 de outubro em Tomar mostram apenas um único rosto, o do candidato e atual presidente da câmara, Hugo Cristóvão. Com filtro fotográfico, a imagem é acompanhada pelo slogan “a força de quem faz”.
Em contraste, nos cartazes da AD – coligação PSD-CDS o candidato Tiago Carrão surge sempre acompanhado pelas suas equipas, para a câmara, assembleia municipal e juntas de freguesia.
Duas estratégias de comunicação diferentes, uma centrada numa única figura, e a outra mostrando equipas que prometem trabalhar em conjunto para um objetivo comum.
Outras análises semióticas poderiam ser feitas aos dois tipos de cartazes, sendo certo que eles transmitem mais do que uma imagem, uma forma diferente de trabalhar na política.
Comentário
O rosto do PS… e o vazio à volta
O concelho de Tomar foi invadido por um número excessivo de cartazes, no caso do PS todos exibindo apenas a fotografia do candidato à câmara. Esta opção não só transmite uma imagem de narcisismo e autopromoção desmedida, como revela uma preocupante prepotência e uma evidente falta de espírito de equipa — afinal, um projeto autárquico sério constrói-se com pessoas e ideias, não apenas com a imagem de um candidato.
Para além do mau gosto e da pobreza política que esta estratégia publicitária evidencia, levanta-se uma questão mais grave: como é possível justificar gastos tão avultados, quando existem claras limitações legais ao financiamento de campanhas? Quem financia esta ostentação? E, mais importante, a que preço para a transparência e a ética política?
O concelho merece debate de propostas concretas, soluções para problemas reais e trabalho coletivo, não um culto da personalidade pago a peso de ouro.
Inês Barbosa
O actual presidente da câmara pode ter muitos defeitos, mas, como diz o velho ditado, não há ninguém que só tenha defeitos ou só virtudes. E uma das virtudes que este moçoilo tem é sentido de humor…!!!