Festa Templária à vista, mas a que custo para o arvoredo?

A intervenção no Mouchão decorre a todo o vapor para estar tudo pronto a tempo da Festa Templária.

Enquanto todos estão concentrados nas obras visíveis, o plátano junto ao quiosque está a ser bastante maltratado.

Alguém espetou um prego ou parafuso com um fio na árvore. (Fotografia 1)

Quem foi? Não se sabe. Com que propósito? Não se sabe.

Talvez por isso e pelos trabalhos a decorrer no Parque e até no quiosque, a casca do plátano começou a cair em grande quantidade e de forma irregular. O descascar do tronco é normal em plátanos, mas a sua irregularidade e quantidade podem indiciar stress.

Como se não bastasse, parece terem sido cortadas raízes a este plátano e foi-lhe reduzida a caldeira. (Fotografia 2 de 27 de Junho 2025 e Fotografia 3 de 18 de Maio de 2025)

Estas ações, cuja autoria se desconhece, mas que se espera não serem da responsabilidade da Câmara, (que, aliás, até deu como uma das justificações para o abate das olaias da Av. Dr. Egas Moniz o tamanho exíguo das caldeiras e o impacto deste na saúde das árvores) vão contra o estipulado no Guia de boas práticas de gestão do arvoredo, que classifica como práticas danosas na gestão do arvoredo urbano.

“Efetuar ações que danifiquem raízes, troncos, ramos, folhas ou flores, nomeadamente pendurar, pregar ou agrafar objetos, bem como outras que destruam ou mutilem os tecidos vegetais (abertura de valas, escavações no solo e subsolo, …)”

E

“alterar caldeiras (dimensões, materiais) ou eliminá-las (pavimentar), exceto se enquadrado num projeto ou plano de intervenção no espaço público aprovado pela entidade gestora das árvores e desde que salvaguardada a permeabilidade das mesmas.”

O Guia relembra que

“Atos de vandalismo ou outros que possam prejudicar as árvores ou o ambiente devem ser desincentivados e constituem contraordenação ambiental punível (Lei n.º 50/2006, de 29 de agosto).”

Sabendo-se que os plátanos precisam de cuidados, é necessário apurar responsabilidades e evitar que estas situações se repitam no futuro.

Queremos o Mouchão sem plátanos no futuro próximo?

Catarina Simões