
Por motivos de saúde, parei um pouco. Finalmente. Depois de anos a viver num ritmo alucinado, como se cada minuto tivesse de ser conquistado a pulso, o corpo obrigou-me a parar e a respirar. Pela primeira vez em muito tempo, olhei verdadeiramente à minha volta e o que vi não me surpreendeu, mas ainda assim entristeceu.
Os rostos que ocupam o poder são os mesmos de sempre. Como é possível? As eleições passaram, o povo votou, mas algo permanece inalterado: as mesmas caras, os mesmos nomes, os mesmos jogos. Ministros envoltos em acusações que parecem ter sido esquecidas como se nunca tivessem existido. Deputados com um passado e um discurso que em qualquer outro tempo nos teriam causado repulsa, agora, são normalizados. Tantos nomes, tantas figuras, com os mesmos vícios de sempre.
É como se a memória coletiva tivesse sido anestesiada. Como se os crimes, os escândalos, as promessas por cumprir tivessem sido varridos para debaixo do tapete por uma urgência cega de acreditar em algo ou simplesmente por cansaço. E assim seguimos, presos numa bolha política que se recicla a si própria, onde o verniz muda, mas a substância permanece podre.
A mudança que esperávamos não chegou. Ou talvez nunca tenha sido realmente desejada por quem tem o poder de a realizar. E eu, agora que abrandei, percebo que o ruído do dia a dia servia apenas para disfarçar esta verdade desconfortável.
Não consigo fingir que não vejo um dado inquietante: os partidos de extrema-direita estão a crescer. Este avanço não é fruto do acaso, mas sim consequência direta de anos de desatenção por parte dos que estiveram no poder. Ignoraram-se alertas, desprezaram-se sinais, desviaram-se questões fundamentais que verdadeiramente afetam a vida dos cidadãos.
Durante demasiado tempo, os governantes parecem ter optado por se fecharem numa bolha política, distantes da realidade concreta do povo que os elegeu. Foram surdos ao clamor social que pedia mais justiça, mais transparência, mais ação. Enquanto a população enfrentava dificuldades reais (como a corrupção endémica como uma prática habitual e generalizada no parlamento, a precariedade crescente e a má gestão da imigração), os decisores preferiram o conforto dos discursos autocentrados, investindo recursos e atenção em prioridades que serviam apenas os seus próprios círculos.
A consequência está agora à vista de todos: a rua protesta e o descontentamento generalizado abre espaço para o crescimento de propostas radicais. A ascensão da extrema-direita é um grito de revolta, uma tentativa desesperada de quem já não acredita no sistema tradicional. Não se trata de uma defesa consciente de novos autoritarismos, mas de um protesto contra um regime que falhou em tornar o país melhor para todos.
Importa, no entanto, lançar o alerta: combater o fracasso da democracia com soluções extremistas é como apagar um incêndio com gasolina! (Oh oui mon ami!) Uma nova ditadura, ainda que disfarçada sob roupagens modernas, será sempre uma ameaça à liberdade e ao bem comum.
Deixo claro que não sou, nem nunca serei, defensora da extrema-direita (“Deus ma livre!”) Repudio firmemente qualquer discurso de ódio, xenofobia, racismo ou intolerância. A democracia deve ser protegida e não destruída por frustrações legítimas canalizadas para caminhos perigosos. Precisamos de uma política centrada em valores humanos, com coragem para resolver os problemas sem sacrificar direitos e liberdades fundamentais. Onde estão os homens e as mulheres capazes desta metamorfose, eis a questão… Quem tem juízo, normalmente não se envolve em política. Gente muito capaz existe, mas não se deixa contaminar por essa bolha.
Neste contexto, é fundamental lembrar que em breve teremos eleições autárquicas. São talvez as mais próximas da realidade de cada cidadão, pois é a nível local que se resolvem (ou se ignoram) muitos dos problemas do dia a dia: transportes, habitação, limpeza urbana, apoio social, cultura, entre tantos outros. As autarquias são uma ramificação essencial do poder democrático, onde o voto tem impacto direto e visível na qualidade de vida das populações. É nelas que se pode (ou não), começar a reconstruir a confiança no sistema político, com líderes mais próximos, mais responsáveis e mais atentos. A minha pergunta segue a mesma… Gente muito capaz existe, mas deixar-se-á contaminar pela bolha política?
É preciso, contudo acreditar e não permitir que a política continue a servir apenas interesses particulares. Urge uma nova geração de líderes que governe com seriedade, competência e visão. Onde está D. Sebastião, eis a questão. O tempo das promessas vazias e dos gabinetes surdos tem de terminar. Quero ser otimista! A sociedade exige respostas concretas, políticas com alma, e dirigentes que não apenas falem em nome do povo, mas que ouçam e resolvam os seus problemas.
Muito boa reflexão, alerta oportuno e contundente.
Parabéns
A sua análise é bastante correta m,as talvez seja bom analisar os seguintes pontos:
1- Temos como diz e bem as mesmas caras há quase 50 anos, e se não são as mesmas , são os filhos ou familiares .
Quase todas estas pessoas , hoje em dia começaram a sua aprendizagem para mafiosos nas juventudes partidárias , e desde tenras idades , começam a ver que a ” profissão” tem futuro.
É vermos no caso de Tomar por exemplo miúdos que nem sabem o que é uma profissão serem vereadores, deputados municipais e até deputados da AR.
No tempo da monarquia os filhos herdavam os lugares e agora é quase o mesmo. Com pouco mais de 20 anos já têm o discurso dos velhos e as ambições mafiosas de enriquecer!!
2- A política de se vitimizarem, de chamarem de fachistas e nazis a quem discorde do que estão fazendo , ou não fazem , de comprarem os meios noticiosos rádios e jornais e colocarem lá ativistas partidários é cada vez mais evidente, para além de pagarem em forma de subsídios o apoio público às suas vigarices O problema é que agora as redes sociais não lhes permitem controlar a informação e por isso já já estão a pensar em criminalizar e limitar o seu uso.
3- Chamar de populistas q quem não concorda com as suas ações e não me refiro ao que dizem politicamente , é uma estratégia comum ao PS e ao PSD, sendo que se branqueia caso de corrupção de compadrios e de falta de ética , como por exemplo termos primeiros ministros que recebiam dinheiro de empresas enquanto governavam entre tantos outros,
4- Aqui ao lado em Espanha , o Sanchez , seguindo a cartilha do Costa está acossado depois de se descobrir toda a corrupção que envolve a mulher , o irmão, os ministros ,umas profissionais do sexo e champanhe ( porque são socialistas e feministas mas é para enganar os imbecis que votaram nos socialistas) contas off-shore na Répública Dominicana, cá era no Panamá e nas Bahamas, e lá como cá ainda dizem que estão de consciência tranquila e ainda não nasceu ninguém mais honesto do que eles…
4. O partido CHEGA como ainda não abocanhou o poder , diz que quer acabar com tudo isto e creio que é o único neste momento que pode travar esta miséria. Chamem-lhe populista , mas se ser populista é ouvir o povo e aplicar medidas que melhorem a vida do povo, talvez seja bom ser populista.
5- Por fim o primeiro , segundo e terceiro problema gravíssimo que Portugal enfrenta é o dos IMIGRANTES.
Não é possível andarmos a pagar a mais de 1,5 milhões de estrangeiros subsidios de todo o género.
Mais ,alguns NUNCA se vão integrar na nossa sociedade e pior querem impor a sua religião e maneira de organização social.
A falsa teoria que precisamos de imigrantes para trabalhar em Portugal e contribuir para a segurança social é o mantra destes esquerdóides e até do PSD. Paguem ordenados dignos e não utilizem mão de obra imigrante quase como escravos.
A imigração colocou pressão no sistema de saúde, no ensino , na habitação, na segurança social ( só estão a descontar de ordenados que em média são inferiores ao mínimo ) cerca de 400 000 imigrantes. A pergunta seguinte é , de que é que vivem os restantes mais de 1 milhão que cá estão? O que cria um problema grave de insegurança que vai provocar que o povo comece a ter de fazer justiça pelas suas mãos e ao aparecimento de organizações contra os imigrantes.
A ocupação de casas , sem que a polícia proteja os verdadeiros donos, ´é um ato que estes políticos ( ainda vimos uma tarada do BE a concordar com a ocupação de casa e a incentivar) não mediram as consequências e que vai fazer que haja uma revolta do povo ( há muitos emigrantes portugueses que construíram a sua casa com muito custo em Portugal ) e não tenho dúvidas que levará à vitória dos populistas do CHEGA já nas próximas eleições.
Para finalizar veja-se em Tomar como foi tratado o problema dos ciganos e para quem se está a construir casas de ” habitação de custos controlados ”
No próximo Setembro votem nos mesmos corruptos do costume e depois queixem-se !!!