Especialista destaca a importância da Gestão da Qualidade; entenda os principais motivos para sua implementação

O conceito de qualidade pode gerar debates teóricos, mesmo entre analistas com ampla experiência no assunto. No entanto, com o avanço dos conceitos, algumas definições estão se tornando cada vez mais unânimes, especialmente no contexto da busca por engajamento e fortalecimento de marca, independentemente do mercado em que uma empresa atua.
Dentro dessa visão mais consensual, fica claro que a qualidade é aceita como a ausência de defeitos ou anomalias em um produto ou serviço prestado. Embora possa parecer simples, essa definição é essencial na busca pela satisfação do cliente ou usuário.
Em uma análise mais aprofundada, pode-se mencionar a correção de potenciais falhas durante o processo, já que a qualidade também pode ser vista como tudo aquilo que melhora o resultado final e a entrega. Sob outra perspectiva, a análise de custo-benefício também entraria nesse contexto, embora a eficiência nem sempre esteja contemplada nos estudos mais amplamente aceitos, por ser frequentemente analisada separadamente pela gestão.
O fato é que, independentemente da perspectiva e dos detalhes inseridos na análise adotada, os investimentos em Gestão da Qualidade no mundo organizacional tornaram-se um ponto focal das discussões nos últimos anos no ambiente corporativo. De fato, um estudo global do ano passado estimou que, até 2023, o percentual de crescimento se aproximaria de 10%.
Nesse cenário, Varun Rana é um especialista em Gestão da Qualidade com experiência na fabricação de produtos farmacêuticos e de consumo. Varun possui pós-graduação em Microbiologia e mais de 17 anos de experiência multifacetada liderando esse tipo de gestão.
“A Gestão da Qualidade, assim como outros conceitos, precisa engajar todos os envolvidos nos projetos da organização. Além disso, é essencial identificar primeiramente as áreas-chave onde os processos de qualidade precisam ser ainda mais precisos. Esses são os primeiros passos para quem almeja o chamado Modelo de Excelência, que é o ápice da Gestão da Qualidade”, afirma Varun.
O setor de saúde, onde Varun atua há quase duas décadas, é um dos exemplos mais claros da importância da qualidade. A segurança do paciente é o objetivo central, tornando a prevenção algo que exige todos os esforços da Gestão da Qualidade, sendo, portanto, indispensável.
Segundo o especialista, além da segurança do usuário, a Gestão da Qualidade leva à otimização de recursos — ou seja, à eficiência considerada por alguns dos estudos e analistas da área.
Na Índia, seu país natal, Varun Rana recebeu o Certificado de Apreciação da Reckitt Benckiser, concedido pelo vice-presidente sênior da região do sul da Ásia. A premiação foi pelo seu trabalho na implementação do produto Nurofen para crianças, contribuição considerada significativa, com um lançamento considerado um sucesso.
“A Gestão da Qualidade também passou por uma nova fase em seus conceitos, com uma nova filosofia. Isso ocorre porque as expectativas dos usuários mudaram. É preciso entender o valor que o seu público atribui ao que está sendo oferecido. Muitas vezes, esse valor vai além do dinheiro. No entanto, os avanços e a modernidade não tornam obsoletos conceitos essenciais, como atender plenamente a todas as especificações necessárias”, acrescenta.
Em consonância com as mudanças citadas pelo especialista, a Gestão da Qualidade pode ser dividida em quatro grandes etapas, com base em sua evolução histórica. A primeira é a inspeção para controle da produção. Posteriormente, surgiu a etapa estatística, menos mecânica e que envolvia análise por meio de amostragens.
Na segunda metade dessa evolução, alcançou-se a fase de garantia da qualidade, em que se discutia o conceito de “zero defeitos”. Esse período coincidiu com a Segunda Guerra Mundial, que trouxe o grande desafio da escassez de recursos primários e de mão de obra.
Mais recentemente, surgiu a quarta etapa. A Gestão Estratégica da Qualidade passou a focar na qualidade total, com a avaliação abrangendo toda a empresa — alinhando-se à explicação de Varun Rana sobre o necessário engajamento de toda a organização.
“A consequência de todos esses esforços em relação aos recursos e investimentos da empresa é maior agilidade e, ao mesmo tempo, um processo mais confiável. Com isso, há um aumento da competitividade e da credibilidade. Sem dúvida, estamos diante da equação exata na busca pelo fortalecimento da marca”, conclui.
Experiência e Conquistas
Varun Rana é o líder de conformidade de qualidade na unidade da Reckitt LCC nos Estados Unidos. Um líder experiente, ele promove uma cultura de qualidade baseada na ciência e na análise de riscos, de forma flexível, inovadora e voltada para o cliente. Os elementos centrais de sua carreira são essenciais para alcançar outro objetivo citado na entrevista: o Modelo de Excelência.
Entre suas conquistas, transformou uma planta de fornecimento local em uma plataforma de fornecimento global para solicitação e manutenção de aprovações regulatórias. Para isso, liderou equipes com perfis diversos. Também foi responsável por desenvolver capacidades e orientar equipes alinhadas à visão e missão do negócio.
Como se vê, a Gestão da Qualidade em áreas como a da saúde está baseada em padrões de controle ainda mais rigorosos. As ferramentas utilizadas para sua aplicação e controle dependem fortemente do estilo do projeto, sendo um exemplo o Diagrama de Causa e Efeito de Ishikawa. No entanto, essas ferramentas merecem uma discussão à parte.
“Falar sobre Gestão da Qualidade, com qualidade e excelência, significa não negligenciar uma gestão participativa e dinâmica. Melhorar pode envolver a necessidade de delegar tarefas e compartilhar informações, mas tudo depende das características de cada projeto. Por isso, a análise atual envolve o papel e a contribuição de cada parte interessada, de cada público ligado ao projeto e à produção. É um processo de controle de qualidade que, inevitavelmente, atravessa todas as áreas institucionais, seja no setor público ou privado”, finaliza.