A última edição do jornal A Barca, com sede em Tramagal, tem o pintor tomarense Tó Carvalho como tema de capa.
Aos 85 anos, Tó Carvalho reforça a vontade de doar o seu espólio artístico, constituído por cerca de 220 quadros a óleo, ao município, mas até agora ninguém lhe abriu portas.
O próprio jornalista Manuel Fernandes Vicente tentou saber junto da presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, qual a sua posição em relação à criação de um espaço público capaz de mostrar a impressionante obra do artista tomarense, mas não houve qualquer resposta até ao fecho da edição.
A única condição que o pintor coloca é que as suas obras sejam expostas num espaço condigno para desfrute dos portugueses e estrangeiros que visitem Tomar.
Na mesma edição, o jornal dedica uma página à Festa dos Tabuleiros, com declarações do mordomo Mário Formiga.
António (Tó) Carvalho nasceu em Castelo Branco em 1938, viveu em Bragança e desde os 8 anos que vive em Tomar, adotando esta cidade como sua.
A revelação para as artes manifestou-se cedo, no início do antigo ciclo preparatório na Escola Jácome Ratton, onde cursou as áreas Industrial e Comercial.
O ponto de partida foi o desenho a carvão, cujo percurso foi curto e sem grande registo, passou pelo desenho à pena, técnica com a qual compõe um conjunto de obras de temática histórica (Monumentos de Tomar).
Na terceira fase dá lugar à pintura a aguarela em período muito efémero, mas deixando algumas obras de bom recorte técnico, com trechos de Tomar urbano e paisagístico. Finalmente o óleo, porventura a sua paixão pictórica e à qual se mantém fiel, desde 1993, procurando seguir, com as devidas distâncias, o grande Mestre Malhoa, não só nas temáticas versadas, temas rurais portugueses, como a técnica e a luminosidade que o notabilizou.
